domingo, 23 de março de 2008

HAMILTON BORGES WALE NO QUARTINHAS DE ARUÁ DIA 26/3/08 AS 19:00 LOCAL QUILOMBO CECÍLIA - BAHIA

"O que pode a minha poesia contra isso:
três jovens assassinadas lado a lado?
O que pode a minha poesia
contra esse costume brasileiro
de matar negros como moscas.
Nossos cupidos sendo brancamente mortos..."


Salvador faz aniversário, mas nos falta ar para soprar as velinhas. A polícia baiana soprou primeiro os canos dos seus revólveres, sacou primeiro várias vidas deste mundo - se antecipou a Zambi... As velas que nos cabem agora são pra serem cravadas bem fundas no chão, iluminando ainda mais o mundo onde pairam novos ancestrais.
Seguimos, ainda, rindo e chorando, porque as emoções são uma espécie de tesouro do qual não podemos sequer pensar em abrir mão. Mas tá muito difícil respirar o ar soteropolitano. Todo trago parece invencível, muito amargo todo líquido, muito estranha quase toda alegria. Há um coral de anjos negros entoando um canto doce que nos persegue, encanta, constrange, e nos obriga a recolher as palmas e fechar a cara ante autoridades governamentais.
Com o mesmo objetivo de trazer ao debate temas que digam respeito ao negro e suas relações com a literatura, a "QUARTINHAS DE ARUÁ - encontros de literatura negra" pretende discutir quais os limites e possibilidades da voz e do texto literário frente ao extermínio do povo preto perpetrado pelo Estado na Bahia.
Para isso, além de VOÇÊS, contaremos com HAMILTON BORGES WALE, ativista do MNU e da campanha do "Reaja ou será morta, Reaja ou será morto", e NEGRA MONE, integrante do Grupo de Rap MUNEGRALE.

Em NOVO LOCAL, nosso encontro será no dia 26 de MARÇO, a partir das 19h, no QUILOMBO CECÍLIA – Rua do Paço, 37 (ao lado da escadaria do show de Gerônimo).

21 de Março – Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial

2008 – 30 anos de luta do Movimento Negro Unificado – MNU no Brasil
11 anos de Movimento Negro Unificado – MNU no Maranhão

21 de Março – Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial

Instituído pela Organização das Nações Unidas – ONU como Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, o dia 21 de março é lembrado em memória ao massacre de Sharppeville, ocorrido na cidade de Johanesburgo, na África do Sul, no mesmo dia do ano de 1960, quando milhares de negros que protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou sobre a multidão e o saldo da violência foram 69 mortos e 186 feridos.
No Brasil, a data vem sendo lembrada pelas organizações e entidades do movimento negro. A Seção de São Luís, do Movimento Negro Unificado - MNU, organização nacional com representação em 15 estados da federação e no Distrito Federal, foi criada no dia 21 de março de 1997 e completa 11 anos no Maranhão neste ano. Esta sempre foi uma data de luta, inclusive para exigir o fim do apartheid. Esta data é celebrada no mundo todo.
Neste ano completa-se um ano da morte do músico Jeremias Pereira da Silva, conhecido como Gerô, que foi torturado brutalmente no dia 22 de março de 2007 e morreu vítima da violência policial que atinge uma maioria negra no país, no Maranhão e em São Luís.. No dia 30 de janeiro de 2008, morre assassinado, também, Carlos Augusto de Oliveira, 34 anos, artista do Cacuriá de Dona Teté. Esperamos que haja justiça com a punição dos envolvidos pela violência policial e racial que já ceifou muitas vidas que pagaram pelo que não fizeram simplesmente por serem negros.
Mesmo com a criação da Secretaria da Igualdade Racial no Maranhão, tudo caminha ainda lentamente, pois é preciso agilizar a adoção de políticas públicas para eliminar as desigualdades que se abatem sobre as populações das comunidades negras rurais quilombolas e sobre população negra urbana na diáspora. Faltam, também, medidas que coíbam o desrespeito à religiosidade de matriz africana pelos intolerantes.
O enfrentamento ao racismo e suas manifestações: o preconceito e a discriminação raciais começa com a denúncia para conscientizar negros/as e educar não-negros/as sobre os malefícios provocados pelo racismo. Precisamos lutar por melhores condições de vida para o povo negro, contra a intolerância religiosa e por paz no mundo.
Conscientize-se e Reaja à Violência Racial!
Junte-se a nós na luta contra o racismo!

Movimento Negro Unificado – MNU
Rua Prof. Carlos Alberto dos Santos, 24 – Cond. Res. Sol Nascente – Planalto Anil I
Tel.: (098)3244-5271
65.064-300 - São Luís – MA
e-mail: mnu.ma@bol.com.br
site: http://movimentonegrounificadomnu.blogspot.com/

VEJA O VIDEO DA PALESTRA DO LEVANTE DOS MALES FEITA POR ADOMAIR OGUMBIYI EM JANEIRO DE 2007 EM SÃO BERNARDO DO CAMPO - SP
http://video.google.com/videoplay?docid=142017164879159659
8 de Março – Dia Internacional da Mulher

Comemorado como Dia Internacional da Mulher, o 8 de março foi instituído pelas Nações Unidas no ano de 1975. Naquele dia do ano de 1857, as operárias têxteis de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução da carga horária de trabalho de mais de 16 horas por dia para 10 horas e equiparação salarial com os homens que desempenhavam igual função. As operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas no local pelos patrões, que trancaram as portas da fábrica, ateando fogo no local e 129 mulheres morreram queimadas e asfixiadas. Em 1910, na II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, em Copenhague, Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, a comemoração do 8 de março como "Dia Internacional da Mulher". A data marca a luta das mulheres pela igualdade de direitos. O século passado foi marcado pela luta pelos direitos das mulheres negras e não-negras, negros e demais segmentos discriminados na sociedade.
Em nosso país, a luta das mulheres negras ainda é grande. A mulher negra compõe a maior categoria de trabalhadoras da nação, a das domésticas, sendo discriminada, explorada e submetida a uma exaustiva jornada de trabalho. É oprimida, inclusive, por outras mulheres, ou seja pelo mesmo gênero, quando esta é a empregadora e, muitas vezes, ao invés de ser solidária, desrespeita direitos, descumprindo-os. As mulheres negras da zona rural, cuja maioria vive em comunidades negras rurais quilombolas, no Maranhão, sofrem com a falta de condições mínimas de sobrevivência.
As Convenções contra todas as formas de discriminação sejam da mulher ou étnico-racial, adotadas pelo Brasil, ainda estão longe de serem cumpridas.
Perdemos neste ano, uma companheira solidária à luta das mulheres negras, incansável na luta pelos direitos das mulheres, a Profª Ieda Batista. Rendemos a ela a nossa homenagem. Nossa luta continua e a vitória é certa.
Há um longo caminho a se percorrer em busca de respeito, dignidade, valorização profissional da mulher negra, que continua sendo o esteio familiar. Se queremos uma sociedade realmente justa, devemos lutar:
- Pelo fim da discriminação racial no trabalho;
- Contra a exploração sexual, social e econômica da mulher negra;
- Por condições de vida digna para o povo negro.
Conscientize-se e Reaja à Violência Racial! Não silencie frente à violência e opressão!
Viva Lélia Gonzalez, Maria Firmina dos Reis, Mãe Andresa, Mãe Dudu, Maria Aragão, Silvia Cantanhede, Ieda Batista, guerreiras que abriram o caminho para nossa luta!
Comissão de Mulheres do MNU
Movimento Negro Unificado – MNU
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