tag:blogger.com,1999:blog-323033802024-03-19T16:27:24.439-03:00MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUDesde 1978, o MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNU vem combatendo ao longo de sua história todas as manifestações preconceituosas e discriminatórias praticadas contra africanos em África e na Diáspora. Nesse momento de maturidade política, o MNU se encontra na transição para uma Organização de Luta de Libertação do Povo Negro!
Venha você também irmãos negros e negras fazer parte dessa história!MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUhttp://www.blogger.com/profile/05994186866218803389noreply@blogger.comBlogger25125tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-88548117712678516962010-02-25T16:14:00.003-03:002010-03-04T16:42:17.848-03:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyRG_0SZnU55XqQDFxaFK3t8DqHLT-UThwU0t1QYLjwW9nL6nkUOyWeTAqKUH_MYhlzg4xXvkj0gY1r5Xc6Nate0izYvv-FMIJm3NTAkeSbHfKg6cc8gl_pl84B4lK3MMNAcQg/s1600-h/seminario.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 262px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyRG_0SZnU55XqQDFxaFK3t8DqHLT-UThwU0t1QYLjwW9nL6nkUOyWeTAqKUH_MYhlzg4xXvkj0gY1r5Xc6Nate0izYvv-FMIJm3NTAkeSbHfKg6cc8gl_pl84B4lK3MMNAcQg/s400/seminario.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5444866192816156594" border="0" /></a><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjqacFGpIUa16Jkd6jV9qrVuWjZGhTxBdzkZBkemVJw6wv0MKlwpoo21NCAm3ZIsTPp0CpfpJPnAQP8HFLgvMDD3u5y9Y12IXPh4U0cHcqMKa1I0dUMOhJP3_D1EZZm0RYQ_Lu/s1600-h/seminario.jpg"></a><br /><br /><div></div></div>Movimento Negro Unificadohttp://www.blogger.com/profile/05298412832354817258noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-84270351479666077542009-11-30T10:06:00.004-02:002009-11-30T10:30:46.536-02:00De Izabel a Ignácio Lula: A Redenção Em Dose Dupla<div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A memória não é o forte nos (as) negros (as) do Brasil, portanto ter guardado fatos da história a eles diretamente ligados, muito menos.<br />O Estatuto de Promoção da Igualdade Racial depois de anos percorrendo caminhos tortuosos no Congresso Nacional, desde que por infelicidade da negrada brotou como uma grande idéia dos miolos do então deputado federal Paulo Paim, finalmente vai ser sancionada no dia 20 de novembro - Dia da CONSCIÊNCIA NEGRA - pelo Presidente da Republica Luiz Ignácio Lula da Silva.<br />Mas desde que Paulo Paim decidiu, com apoio de outros negros a tornar concreta esta sua “grande idéia” que a marca deste projeto de estatuto é transitar como uma Lei Áurea de tempos modernos nos meandros do Congresso Nacional.<br />O Estatuto dos Negros, nome que deve passar a ter depois da sanção do Presidente da República é como o mandacaru que mata a fome do gado, mas não alimenta e só serve para prolongar uma vida miserável durante os meses de seca e fome que se repetem ha séculos, todos os anos no sertão do nordeste do Brasil. O Estatuto como o mandacaru é apenas um paliativo como foram às leis antecessoras a respeito.<br />Uma nave espacial vindo de outro sistema solar, ao chegar ao Brasil e observar o comportamento de negros e negras que auto se definem militantes da causa do povo negro, os seus tripulantes haveriam meneando a cabeça e com certa comiseração, concluir:<br />- Os humanos de cor preta deste imenso país com certeza são os mais crédulos de todo o planeta terra. Acreditam em tudo e em todos e ainda vivem de sonhos irrealizáveis e de falsas promessas.<br />Como tem acontecido na nossa história os militantes de nossa causa insistem em acreditar sempre, ainda que exemplos registrados pelo tempo sejam a negação de seus sonhos e túmulo de suas esperanças.<br />No passado os negros e as negras também, acreditaram na Lei Áurea que abolia o trabalho escravo. Em razão de ter sancionado a lei da abolição da escravidão a Princesa Izabel foi titulada a Redentora, condição assumida, como gratidão, pelos negros da época.<br />Os anos pós-Abolição; com o subemprego, a favelização, o preconceito aonde chegava em razão da cor de sua pele e a discriminação racial que sofria ao bater as portas do mercado de trabalho, mostrou à negrada a outra face - a verdadeira se alguém tem dúvida - daquela “lei redentora” e dissipou suas esperanças de uma vida melhor como emancipada, até porque, as novas relações de trabalho “estranhamente” o único beneficiado era o branco, o imigrante europeu.<br />No pós-Abolição o negro além da vida miserável a que lhe reduziram ainda tinha que suportar as duras palavras dos antigos aliados brancos abolicionistas quando se lamentava do seu infortúnio, de que não tinha do que reclamar, pois todos os seus problemas foram resolvidos com a Lei Áurea, não era mais escravo.<br />No momento atual há uma militância negra que acredita neste Estatuto da Igualdade Racial que vai ser sancionado pelo Presidente Lula como se fosse uma nova “lei áurea” que vai promover a igualdade racial entre pretos e brancos. Acreditam assim que é possível fazer uma igualdade racial efetiva através de lei, ainda que o interesse de ser igual seja apenas de uma das partes envolvidas, o negro. Até o presente momento não houve um só pronunciamento de branco que diz querer ser igual ao preto, mesmo estando na mendicância.<br />O que não se pode deixar de reconhecer é que a militância negra do Brasil - e apenas a deste País - sem sombra de dúvidas é a militância abençoada de Cristo, ungida pela palavra do profeta de “bem aventurados os que crêem sem ver”, uma referência de Cristo ao mais sensato dos apóstolos, Tomé, que contrariando as palavras de Cristo se tornou santo mesmo sendo aquele apóstolo que só acreditava no que via.<br />Os tripulantes da nave espacial haveriam de ficar surpresos com os humanos de cara preta que se consideram de maior consciência étnica e social, em relação aos outros pretos que vivem no subemprego e continuam tendo como moradia, local o mais humilde que eles conheceram.<br />Os surpresos alienistas é certo que perguntariam a si mesmos: Como pode existir tamanha ingenuidade nos caras pretas quando eles próprios sabem que no Brasil as leis não são cumpridas, apenas as que convêm à elite dirigente. O estatuto aprovado na Câmara Federal com inclusão de todas as imposições dos ruralistas é um exemplo do que se está afirmando.<br />Os alienistas é provável que gostaria de perguntar a esses (as) negros (as) bem aventurados e que crêem sem ver, se o Estatuto do Idoso é cumprido no que é essencial ao idoso e se o Estatuto da Criança e do Adolescente pode ser garantia de futuro melhor para criança e adolescentes que tem às ruas como moradia, o trabalho árduo no campo e a prostituição nas cidades como meios para suas subsistências.<br />O Estatuto do Índio em tramitação no Congresso Nacional, a pergunta é; se há quem possa afirmar que por conta dele como lei, os indígenas estarão em condições melhores do que seus antepassados por ocasião da chegada de Cabral ao Brasil.<br />A Constituição Federal, Lei Maior do País foi promulgada em 1988 e, no entanto passado mais de 21 anos, as terras quilombolas não foram tituladas na sua totalidade, embora o Artigo 68 das Disposições Gerais Transitórias da Constituição Federal seja auto-aplicável.<br /><br />Das poucas terras tituladas não há noticia de que os “beneficiários quilombolas” tenham recebidos qualquer ajuda material ou financeira que os possibilitem coletivamente de se viabilizarem economicamente. A verdade é que os quilombolas das terras tituladas têm a terra, mas não as condições mínimas para viver nela e como seu antepassado escravo que ganhou a “liberdade” mas não teve as condições para usufruí-la.<br />O que se divulga hoje, dias antes do 20 de novembro de 2009, é que nesta data em que o Presidente Lula sancionará o Estatuto, trinta comunidades negras rurais quilombolas terão suas terras tituladas, recebendo ainda, cesta básica com inclusão de seus comunitários no Bolsa Família. Zumbi dos Palmares com toda a certeza estará se revirando no túmulo parodiando Luis de Camões que viveu no século anterior, de que “uns fracos negros fazem fraco um forte povo negro”.<br />A soberba e a arrogância dos (as) negros (as) pró-Estatuto não têm limites e menos ainda a ingenuidade em acreditar que sancionada pelo Presidente Lula esta Lei de Promoção de Igualdade Racial, será a segunda “abolição” para os negros como fora a primeira abolição assinada pela Princesa Izabel para os negros reduzidos a escravidão.<br />Na medida em que negros e negras pró-Estatuto não tem dimensão da história é certo que um deles deve, ajoelhado beijar a mão do Presidente Lula, como fizera José do Patrocínio, ajoelhado beijou a mão da Princesa Izabel, a Redentora.<br />Esta cena, desta “lei áurea” fora de época não será perdida pela história, na medida em que ela lembra o pensamento de um determinado senhor Marx do século XIX, de que a história só se repete como farsa ou como tragédia.<br />Assim esta promoção de igualdade racial no futuro pode ser repetição da história, uma farsa ou uma tragédia ou ambas ao mesmo tempo, como fora a abolição do trabalho escravo para os negros no passado.<br /></div><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-weight: bold;">Yedo Ferreira – MNU/RJ</span></div>Movimento Negro Unificadohttp://www.blogger.com/profile/05298412832354817258noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-6389397163825493312009-11-30T09:52:00.005-02:002009-11-30T10:31:29.866-02:00O que falta é vergonha na cara! ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL<span style="font-size:100%;">Por Reginaldo Bispo-MNU-SP</span><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Antes de qualquer coisa, é melhor não confundir as posições do MNU com a de um setor governista do Movimento Negro, adesistas de primeira hora, e com a da turba da Ivone Maggee, Magnole, Militão e MN Socialista, e seus neo-racistas, que lutam contra qualquer espaço para negras e negros. Nós lutamos por uma legislação transparente que proporcione condições objetivas a população negra, de vencer as desigualdades raciais e o racismo.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Nestes últimos dias do mês da Consciência Negra, tive a oportunidade de assistir bem de perto o desespero e a tentativa dos favoráveis a “qualquer estatuto”, em transformar a derrota a que submeteram negras e negros na Subcomissão do Senado, com a aprovação do Estatuto inócuo, </span><span style="font-size:100%;"> <b>em vitoria,</b> (com letra minúscula mesmo), ainda que seja de Pirro*</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.6pt; line-height: 9.45pt; text-align: justify;"><span style=";font-size:78%;color:black;" >Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/af/Comic_History_of_Rome_Table_05_Pyrrhus_arrives_in_Italy_with_his_Troupe.jpg/800px-Comic_History_of_Rome_Table_05_Pyrrhus_arrives_in_Italy_with_his_Troupe.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 800px; height: 525px;" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/af/Comic_History_of_Rome_Table_05_Pyrrhus_arrives_in_Italy_with_his_Troupe.jpg/800px-Comic_History_of_Rome_Table_05_Pyrrhus_arrives_in_Italy_with_his_Troupe.jpg" alt="" border="0" /></a><span style=";font-size:5.5pt;color:black;" ><span><wbr><br /></span></span><p class="MsoNormal" style="background: rgb(249, 249, 249) none repeat scroll 0% 0%; margin-bottom: 6pt; line-height: 16.8pt; -moz-background-clip: border; -moz-background-origin: padding; -moz-background-inline-policy: continuous; text-align: justify;"><span style=";font-size:5.5pt;color:black;" ><span> </span><span> </span><span style="font-size:78%;"><a rel="nofollow" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Charge" title="Charge" target="_blank"><span style="color: rgb(0, 43, 184);">Charge</span></a></span></span><span style=";font-size:78%;color:black;" > </span><span style=";font-size:78%;color:black;" >retra<wbr>tando a chegada de Pirro e suas tropas à</span><span style=";font-size:78%;color:black;" > </span><span style=";font-size:78%;color:black;" ><a rel="nofollow" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/It%C3%A1lia" title="Itália" target="_blank"><span style="color: rgb(0, 43, 184);">Itália</span></a></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin: 4.8pt 0cm 6pt; line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-size:78%;"><b><span style="color:black;">Vitória pírrica</span></b></span><span style=";font-size:78%;color:black;" > </span><span style=";font-size:78%;color:black;" >ou</span><span style=";font-size:78%;color:black;" > </span><span style="font-size:78%;"><b><span style="color:black;">vitória de Pirro</span></b></span><span style=";font-size:78%;color:black;" > </span><span style=";font-size:78%;color:black;" >é uma expressão utilizada para expressar uma vitória obtida a alto preço, potencialmente acarretadora de prejuízos irreparáveis.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin: 4.8pt 0cm 6pt; line-height: normal; text-align: justify;"><span style=";font-size:78%;color:black;" >Esta expressão tem origem em</span><span style=";font-size:78%;color:black;" > </span><span style=";font-size:78%;color:black;" ><a rel="nofollow" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pirro" title="Pirro" target="_blank"><span style="color: rgb(0, 43, 184);">Pirro</span></a>, general grego que, tendo vencido a<a rel="nofollow" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_%C3%81sculo" title="Batalha de Ásculo" target="_blank"><span style="color: rgb(0, 43, 184);">Batalha de Ásculo</span></a></span><span style=";font-size:78%;color:black;" > </span><span style=";font-size:78%;color:black;" >contra os</span><span style=";font-size:78%;color:black;" > </span><span style=";font-size:78%;color:black;" ><a rel="nofollow" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Roma_Antiga" title="Roma Antiga" target="_blank"><span style="color: rgb(0, 43, 184);">Romanos</span></a></span><span style=";font-size:78%;color:black;" > </span><span style=";font-size:78%;color:black;" >com um número considerável de baixas, ao receber os parabéns pela vitória tirada a ferros, teria dito, preocupado: "Mais uma vitória como esta, e estou perdido."</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin: 4.8pt 0cm 6pt; line-height: normal; text-align: justify;"><span style=";font-size:78%;color:black;" >Com efeito, Pirro tivera, além da Batalha de Ásculo, mais uma vitória parecida contra os Romanos, a Batalha de Heracleia. Embora os Romanos tivessem tido um número superior de baixas, era-lhes mais fácil recrutar mais homens e reorganizar o seu exército, algo impossível para o exército de Pirro, cujas baixas lhe dizimavam o exército irreparavelmente.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin: 4.8pt 0cm 6pt; line-height: normal; text-align: justify;"><span style=";font-size:78%;color:black;" >Esta expressão não se utiliza apenas em contexto militar, mas também está, por analogia, ligada a atividades como a economia, a política, a justiça, a literatura e o desporto para descrever uma luta similar, prejudicial para o vencedor</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"> </p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Fomos convidados para participar de um debate sobre o estatuto em um “aparelho” da Unicamp e da Prefeitura de Campinas, a reconstruída Estação Guanabara. Depois de hora e meia de atraso, nos deparamos com um secretário municipal, prócere do nosso anfitrião acadêmico e petista.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Na hora H, constituída a mesa, ficamos sabendo que o palestrista era o secretário, e que negras e negros ali presentes, inclusive o representante da Coordenação Nacional do Movimento Negro Unificado era platéia para ouvir do secretário a defesa do indefensável mal fadado estatuto. Ah! Eles estão desesperados! Dias antes, fomos convidados, e desconvidados, sem aviso, por membros do PCdoB/Unegro para igual </span><span style="font-size:100%;"> debate, no Campus da Unicamp. Debate este, transformado em fórum de apoio ao estatuto com a participação de veneráveis figuras petistas, do PCdoB entre outros. Estes espaços tem se multiplicado nos últimos dias por todo o Brasil. O que estaria ocorrendo no mundo governista? Ah! Eles estão desesperados! Da letra de fanck.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Depois que o presidente do PSDB em SP, descumpriu o acordão do senado, e passou exigir votação em plenário da referida matéria, parece que tudo entrou em parafuso, e iniciou-se o inferno astral para os adeptos do estatuto a qualquer custo. </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Nesta semana, recebi uma mensagem do Dr Militão, propondo-nos, ao MNU, ser portador de uma eventual mensagem nossa em audiência do Senado, na próxima semana. Agradecemos, mas não aceitamos. Nossas motivações são muito diferentes.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Os dois lados buscam alianças também a todo custo. Senão vejamos. Porque uma matéria “dominada” a base de um acordo de direita, esquerda; oposição, governo; Fascistas e comunistas; </span><span style="font-size:100%;"> Racistas e “Movimento Negro”, seria objeto de uma audiência publica as vésperas de sua aprovação pelo senado, com maioria de neo-racistas? Deus, se existe, só ele sabe! </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Ao que parece, o milagre de juntar os imisturáveis, gregos e troianos, que não conseguem votar qualquer outra matéria no congresso brasileiro, foi juntar os projetos eleitorais de ambos; e </span><span style="font-size:100%;"> a derrota do povo negros. Sem esquecer o projeto dos negros apoiadores: Esperar pela gratidão dos maiores beneficiários, na forma de boquinhas e apoio para suas candidaturas. Eles não abrem mão de tentar capitalizar de qualquer jeito, mesmo as custas da mentira, transformando uma deslavada derrota em vitoria. Escondidos, eles criam espaços em busca da legitimação de negras e negros, para o estatuto monstrengo.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Tudo indica, que o governo do, new negro, o Lula, segundo a declaração do ministro Edson Santos, na Sessão Solene no senado em homenagem ao 20 de novembro, ou </span><span style="font-size:100%;"> “pai dos pretos”, como querem nossos pretinhos do PT , do PCdoB e da base do governo, apoiadores do desidratado estatuto, e pai dos brancos, parafraseando os getulistas, após nos dar, nos negros, um passa moleque, agora recebe o troco em grande estilo, de seus aliados no caso, o PSDB/DEM. Ironicamente, só eles não sabiam que isso podia acontecer, tão cegos que estavam. Agora é correr atrás do prejuízo.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Não se acanhem, os manipuladores de plantão, é só se disporem a trabalhar um pouco. De graça, o XVI Congresso do MNU em julho deste ano em SP, ofereceu-lhes a solução como saída honrosa: </span><span style="font-size:100%;"> A retirada do projeto da pauta do senado, enquanto é tempo, e remeça para debate, de todo o seu conteúdo durante o processo eleitoral de 2010. Quem sabe aí não se cria o texto ideal e uma grande bancada comprometida com a sua aprovação, ao invés da meia dúzia de hoje. O que temem os governistas?</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Com este texto AUTORIZATIVO, sem poder de lei, e SEM VERBA para implementação, <b>sem cotas raciais </b>nas universidade, nos partidos, na propaganda e na mídia, sem o item cor nos formulários de atendimento médico, sem defesa da vida e <b>contra o genocídio da juventude negra</b>, sem defesa da religiosidade de matriz africana, <b>sem a obrigatoriedade</b> do ensino da historia e da cultura africana e do negro no Brasil, a lei 10.639, <b>sem a garantia de reconhecimento, certificação e titulação</b> das cerca de 5000 comunidades quilombolas,</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">(titulando apenas 50 até o fim do governo), </span><span style="font-size:100%;"> o governo resolveu incorporar uma nova conceituação de racismo, (aliás, tentando responder as nossas </span><span style="font-size:100%;">criticas), <b><span style="line-height: 115%;">que</span></b></span><span style="line-height: 115%;font-size:100%;" > <b>revoga com o estatuto fantoche, sem força de lei, a legislação imprescritível e inafiançável da lei Caó</b>,</span><span style="font-size:100%;"> formulada e defendida pelo MN na Assembléia Nacional Constituinte, na carta de 1988, deixando assim, sem nenhum marco legal a luta contra o racismo.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">A lei Afonso Arinos, de 1950, em resposta a repercussão internacional do racismo praticado por um grande hotel do Rio, contra uma artista negra americana, levou 38 anos para ser mudada. A lei Caó, com todos os seus problemas está ai a 21 anos<b>. A ATUAL CONCEITUAÇÃO É UMA NÃO LEI.</b> Essa é a camisa-de-força que quer querem legar o Ministro Edson Santos, a base governista, as esquerdas brasileiras, os parlamentares negros na câmara e no senado, a Conen, a Unegro e o CEN, </span><span style="font-size:100%;"> e o governo do <b>pai dos pretos e mãe dos “bancos”,</b> á nossas futuras gerações.</span><span style="line-height: 115%;font-size:85%;" ><br /></span></p><p style="text-align: center;" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:130%;" >- Diga não ao estatuto fantoche!<span><br /></span></span></p><p style="text-align: center;" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:130%;" >- Pela retirada do Estatuto da Igualdade de Pauta do Senado!</span></p><p style="text-align: center;" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:130%;" ><span></span>- <wbr>Contra a falsidade a manipulação e a mentira!<span></span><br /></span></p><p style="text-align: center;" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:130%;" >- Por liberdade, igualdade e autonomia reais!<span></span><span><br /></span></span></p><p style="text-align: center;" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:130%;" ><span></span>- <wbr>Pela imortalidade de Zumbi dos Palmares!<br /></span></p><p style="text-align: center;" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:130%;" >- Longa vida ao Movimento Negro Unificado!<span><br /></span></span></p><p style="text-align: center;" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:130%;" ><span></span>- <span><span style="color:black;"><wbr>Vida Longa a todos aqueles que NÃO violentam a dignidade de seu</span></span><span style="color:black;"></span></span><span style="line-height: 115%;font-size:130%;" ><span style="color:black;"><span> povo, e NÃO AGEM como Ganga Zumba, aceitando as migalhas enganosas</span></span></span><span style="line-height: 115%;font-size:130%;" ><span style="color:black;"><span> do poder escravista!</span></span></span><span style="line-height: 115%;font-size:130%;color:black;" ></span><br /><span style="line-height: 115%;font-size:11pt;color:black;" > </span></p>Movimento Negro Unificadohttp://www.blogger.com/profile/05298412832354817258noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-78941831768311473392009-08-11T17:16:00.002-03:002009-08-11T17:17:41.016-03:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1F7JyVgiKTp60Fhznx4rqdn7Cu-3hDvJS19ro1fcdrUQUoCln6aUc7y_fOlHSR6QBSRyCmOl_N1En8Vj6d1TuEL7NbMhcghUxh58RXtQigrGEv4_34kD_mwRF90RY25DqkYS9Ag/s1600-h/cartaz_FINAL.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5368802855984212002" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 226px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1F7JyVgiKTp60Fhznx4rqdn7Cu-3hDvJS19ro1fcdrUQUoCln6aUc7y_fOlHSR6QBSRyCmOl_N1En8Vj6d1TuEL7NbMhcghUxh58RXtQigrGEv4_34kD_mwRF90RY25DqkYS9Ag/s320/cartaz_FINAL.jpg" border="0" /></a><br /><div>I ENPOSP - Encontro Nacional Pela Vida e um outro Modelo de Segurança Publica<br /><br />O Estado brasileiro cimentou sob as bases de seu desenvolvimento econômico, político e cultural o uso oficial e extra-oficial de aparelhos de criminalização dos povos que de algum modo representam uma ameaça a sua ordem sócio-racial. O estudo da História e a simples consultas à evidencias históricas refletidas no cotidiano das comunidades criminalizadas deste país permite entender que o Estado brasileiro distribuído nos seus três poderes e o seu sistema de justiça criminal é composto por uma normatividade seletiva e, como conseqüência, institutos e instituições seletivas de controle, dominação e extermínio da população negra, indígena e popular.<br /><br />Atualmente o Estado brasileiro tem sob a sua guarda penal uma população de quase meio milhão de pessoas distribuídas em cerca de 1.500 instituições carcerárias no país. Como resultado de um processo sempre crescente de encarceramento, a população encarcerada cresce proporcionalmente em ritmo mais veloz do que a população livre. Em alguns estados brasileiros cerca de 50% destes já poderiam ter o seu livramento condicional se o prazos legais fossem cumpridos. Uma parcela significativa da população carcerária do país cumpre pena em unidades policiais sem ser julgados e em unidades policiais; e 60% do total de todos @s pres@s cumpre pena sem que se tenha transitado em julgado a condenação criminal. Ao pensar sobre as características da população carcerária verifica-se que 95% dos presos são homens, cerca de 85% das presas são mães, mais de 50% são negros, mais de 90% são originários de famílias que estão abaixo da linha da pobreza, mais de 80% dos crimes punidos com pena de prisão são contra o patrimônio, mais de 90% tem menos do que os oito anos de ensino constitucionalmente garantidos, menos de 3% cumpre penas alternativas, mais de 80% não possui advogados particulares para a sua defesa, mais de 90% são condenados a cumprir a pena de prisão em regime fechado, mais de 70% dos que saem da prisão retornam para ela e menos de 10% dos que cumprem pena em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD)ou outras medidas mais rígidas de segurança se adéquam ao perfil estabelecido para tanto (MIR, 2004). <a name="1230a3a79713323a__ftnref1"></a><a title="" href="http://bl122w.blu122.mail.live.com/mail/EditMessageLight.aspx?ReadMessageId=279584eb-0f4d-4c8c-b5f3-c7ba1107c9e5&FolderID=00000000-0000-0000-0000-000000000001&CP=-1&n=21319548&Action=Forward&AllowUnsafe=False#_ftn1" target="_blank">[1]</a><br /><br />De outro lado, esse Estado também tem o seu lado genocida. Conforme relatório preliminar de Philip Alston, relator da ONU para execuções sumárias e extra-judiciais apresentado àquela organização em maio do presente ano, no Brasil os policiais matam em serviço e fora de serviço. Porém, nenhuma investigação é feita a respeito, já que tudo se justifica a partir dos autos de resistência, isto é, suposta morte em confronto.Todos os casos são classificados como situação de “Resistência Seguida de Morte” e a investigação se concentra no histórico de vida do morto. Neste país, as polícias cristalizaram em sua atuação uma cultura que orienta e prepara seus agentes para matar aqueles que supostamente representam uma ameaça a ordem sócio-racial.<br /><br /><br />Diante da necessidade de legitimar o PRONASCI – Plano Nacional de Segurança com Cidadania – é que forças de governo, contando com o apoio de alguns segmentos sociais, estão empreendendo a I CONSEG – Primeira Conferência Nacional de Segurança Pública - um processo de formulação de política criminal travestida de “segurança pública” que nega a participação autônoma e paritária dos movimentos sociais e visa formular políticas criminais e de “prevenção ao crime” sem o necessário debate com a sociedade.<br />Em contraponto à CONSEG, organizações de movimentos sociais e comunidades organizadas de varias regiões do país estarão de 14 a 16 em Salvador realizando I ENPOSP – Encontro Popular Pela Vida e por um outro Modelo de Segurança Publica. O objetivo deste encontro é articular nacionalmente organizações de movimentos sociais que discutem e atuam no campo de segurança pública e Direitos Humanos no sentido de pensar uma estratégia unificada de enfrentamento as múltiplas formas de violência bem como pensar um modelo de segurança pública que contemple as comunidades e/ou segmentos que representam.<br /><br />O I ENPOSP discutirá temas como segurança pública, violência policial e execuções sumárias; violência para-militar e grupos de extermínio; violência penal, política carcerária nacional e defesa de direitos de presas e presos e seus familiares; saúde e segurança; representação criminal nas mídias e nas artes; sistema de Justiça Criminal e os limites da política nacional de segurança – SUSP (Sistema Único de Segurança Publica), PRONASCI e o processo de construção da CONSEG.<br /><br />O I ENPOSP será aberto com um “Ato político pela vida e por uma outra segurança pública” que a partir das 14hs na Praça da Piedade fará concentração e seguirá em marcha de protesto até o local de abertura do encontro. Realizam o encontro organizações como Associação de Familiares e Amigos de Presos e Presas (ASFAP/BA), Movimento Negro Unificado (MNU), CMA Hip Hop, Círculo Palmarino, Fórum de Juventude Negra da Bahia, Campanha Reaja Ou Será Mort@, Resistência Comunitária, Instituto Steve Biko, Quilombo do Orubu, MSTB, CEAS, Assembléia Popular, Pastoral da Juventude, NENN UEFS na Bahia; Comitê contra a Criminalização da Criança e do Adolescente, Fórum Social por uma Sociedade Sem Manicômios, Movimento Negro Unificado, RLS, Brasil de Fato, Observatório das Violências Policiais-SP, Centro de Direitos Humanos de Sapopemba, Coletivo Contra Tortura, DCE/USP, Francilene Gomes Aguiar, Kilombagem, Associação de Juízes pela Democracia, IBCCRIM, Comunidade Cidadã, Pastorais da Juventude do Brasil, CNBB de São Paulo; Centro de Defesa de Direitos Humanos de Petrópolis, Conselho Regional de Psicologia, Defensores de Direitos Humanos, Movimento Direito Para Quem (?), Grupo Tortura Nunca Mais - Rj, Instituto Carioca de Criminologia, Assessoria Popular Mariana Crioula, Justiça Global, Movimento Nacional de Luta Pela Moradia, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Projeto Legal, Rede De Comunidades e Movimentos Contra a Violência, CORED, CAEV-UFF, Nós Não Vamos Pagar Nada/Uff, Dce Uerj, Lutarmada Hip-Hop, Fórum de Juventude Negra, Central de Movimentos Populares do Rio de Janeiro; Movimento Nacional De Direitos Humanos – MNDH/Es; Fórum Estadual de Juventude Negra – Fejunes; Fórum Estadual LGBT; Círculo Palmarino; Comissão de Direitos Humanos da Oab/Es; Pastorais Sociais da Arquidiocese de Vitória; Associação Capixaba de Redução de Danos – Acard e Associação de Mães e Familiares de Vítimas da Violência – Amafavv/Es do Espirito Santo além de varias representações independentes de familiares e vitimas de execuções sumarias, violência policial e de prisão de todo território nacional.<br /><br /><a name="1230a3a79713323a__ftn1"></a><a title="" href="http://bl122w.blu122.mail.live.com/mail/EditMessageLight.aspx?ReadMessageId=279584eb-0f4d-4c8c-b5f3-c7ba1107c9e5&FolderID=00000000-0000-0000-0000-000000000001&CP=-1&n=21319548&Action=Forward&AllowUnsafe=False#_ftnref1" target="_blank">[1]</a>MIR, Luis. Guerra Civil – Estado e trauma. São Paulo, Geração,2004. 962p.<br /><br /><br />PROGRAMAÇÃO*<br /><br />Abertura - Dia 14 de agosto<br />Ato político pela vida e por uma outra segurança pública!<br /><br />15 h - Concentração na Praça da Piedade – Salvador/Ba<br />18h – Abertura solene - Saudação as comunidades e organizações participantes<br />19h- Conferência Magna – Familiares de presas e presos e de vítimas de execuções sumárias e extra judiciais – As sobreviventes do genocídio brasileiro falando em primeira pessoa.<br /><br />Representante das Mães de Acari (RJ)<br />Representantes da AMAV (ES)<br />Representante das Mães de Cana –brava (BA)<br />Representante das Mães de Maio-2006 (SP)<br />Representante da ASFAP (BA)<br /><br />Dia 15 de agosto<br />LOCAL: Faculdade de Arquitetura da UFBA / Federação – Salvador/Ba.<br />Construção de um plano de enfrentamento ao genocídio brasileiro<br />8 às 10 h – Informes sobre a situação particular de cada Estado frente à CONSEG, PRONASCI, Políticas carcerárias e de segurança publica- Pensando em um contraponto nacional a política genocida do Estado brasileiro (indicado pelos representantes da Comissão Operativa de cada estado)<br />10 às 12 h – Painel - Subsídios para o debate: Reflexões acerca do atual modelo de segurança pública<br />12 às 13 h – Almoço<br />13 às 18h - Discussões temáticas (grupos reunidos concomitantemente a partir das 14hs)<br /><br />Grupos de Trabalho<br />Tema 1: Segurança pública, Violência policial e Execuções sumárias<br />Tema 2: Violência para-militar e grupos de extermínio: as responsabilidades do Estado<br />Tema 3: Violência penal, política carcerária nacional e defesa de direitos de presas e presos e seus familiares<br />Tema 4: Limites da política nacional de segurança: A sociedade civil organizada frente ao SUSP, PRONASCI e o processo de construção da CONSEG<br />Tema 5: Saúde e Segurança: as conseqüências de uma política não pensada<br />Tema 6: Violência simbólica: representação criminal nas mídias e nas artes<br />Tema 7: Sistema de Justiça Criminal em Debate<br />18 hs Encaminhamento dos relatórios dos grupos para Coordenação.<br /><br />Dia 16 de agosto –<br />8 às 12 h – Encaminhamento das formulações e definição de rumos políticos frente à política genocida do Estado brasileiro.<br />14 h – Finalização dos trabalhos<br /><br />LOCAL: Faculdade de Arquitetura da UFBA / Federação – Salvador/Ba.<br /><br />Mais informações:<br /><a href="http://www.enposp.blogspot.com/" target="_blank">http://www.enposp.blogspot.com/</a><br /><a href="mailto:enposp@yahoo.com.br" target="_blank">enposp@yahoo.com.br</a></div>MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUhttp://www.blogger.com/profile/05994186866218803389noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-28221413285405241612009-07-22T21:53:00.000-03:002009-07-22T21:55:16.658-03:00Os desafios da formação política da militância do Movimento Negro Unificado – MNU<div style="margin: 1ex;"> <div> <p align="justify"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;"><b>Os desafios da formação política da militância do Movimento Negro Unificado – MNU </b></span></p> <p align="right"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;"><b>Ilma Fátima de Jesus</b><sup><b>1</b></sup></span><br /></p> <p align="justify"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;"><b>Pelos caminhos da militância</b></span><br /></p> <p align="justify"> <span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">Procuramos evidenciar a necessidade de uma contínua formação política das/os militantes do Movimento Negro Unificado - MNU, considerando a necessidade de ampliação dos quadros da organização, a fim de manter a atuação de forma qualificada, haja vista a proliferação de entidades e organizações não-governamentais que buscam aliar-se ao MNU com o objetivo de afirmarem-se e, ao mesmo tempo, talvez, suplantar a nossa. Entendemos que a formação deve nortear o conhecimento sobre as linhas de ação contidas nos documentos básicos do MNU.</span></p> <p align="justify"> <span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">Sou militante do MNU há 25 anos. Entrei para a organização quando a mesma completava seis anos de existência e comemorava os anos de luta no Teatro Sérgio Cardoso, à Rui Barbosa, no bairro da Bela Vista, mais conhecido como Bexiga, levada por um militante que já atuava no movimento desde 1981, Adomair O. Ogunbiyi, que conhecia desde os meus 17 anos, hoje companheiro de vida e luta. </span></p> <p align="justify"> <span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">No MNU São Paulo naquela época, estava o Miltão, Milton Barbosa, como era conhecido, um dos fundadores do movimento. Aos poucos nossa militância foi crescendo. Eu era uma pessoa tímida, de pouco falar. Na militância era cobrada pelo Adomair, que também não falava muito em público, que era preciso fazer palestras, falar sobre a história do nosso povo e lá fui eu pesquisar, estudar mais, tentar organizar as idéias para poder atuar. Já havia uma consciência negra, um interesse e então o que queríamos, manter nossas raízes, se acentuou.</span></p> <p align="justify"> <span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">Percebi que a consciência, que já possuía na época, veio antes da entrada no MNU, pois frequentamos os bailes organizados por equipes compostas por negros na época do movimento black soul. O que queríamos mesmo era estar entre os nossos irmãos e nossas irmãs. Depois, na faculdade que começamos a cursar em 1978, discussões sobre a ausência da questão racial nos cursos foram importantes para que criássemos um grupo de negros e, como ocorereu em outros espaços acadêmicos, nosso grupo com os poucos negros/as que conseguiram adentrar esse meio inseria na Semana Cultural a temática etnicorracial. Foi no ano de 1980, quando conseguimos organizar um debate na faculdade, que conheci o Prof. Kabengele Munanga. Nosso saudoso militante Hamilton Cardoso também estava presente, além da jurista Eunice de Jesus. </span></p> <p align="justify"> <span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">Esses passos dados foram importantes pois acompanhei de perto a fundação do movimento negro e poderia estar lá no ato, propriamente dito, mas como priorizava o estudo, não fui ao Teatro Municipal de São Paulo. Sabemos que o movimento negro como proposta política, surge ou ressurge naquele ato do dia </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/7_de_Julho" title="7 de Julho" target="_blank"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">7 de Julho</span></a><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;"> de </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1978" title="1978" target="_blank"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">1978</span></a><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">, hoje conhecido como Dia Nacional de Luta Contra o Racismo<i>,</i> organizado por ativistas históricos, muitos deles ou delas presentes na luta nossa hoje. A criação do MNU como espaço de debates sobre o racismo, a discriminação e o preconceito raciais, trouxe de volta o <i>protesto negro</i>, lembrando Carlos Assumpção que escreveu um poema com este título, que esteve também na atividade de seis anos do MNU. </span></p> <p align="justify"> <span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">Enfim, esse retorno à cena pública, com uma posição de esquerda revolucionária e ideologicamente assumida de radicalismo racial, que contesta a ordem racial de origem escravocrata mantida pela burguesia e que fazia da democracia racial um mito como no movimento pelos direitos civis dos negros americanos, incluía o nacionalismo negro e a luta pela libertação dos povos africanos. </span></p> <p align="justify"> <span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">Muitas obras acompanham o surgimento do MNU. Uma delas, O Genocídio do negro brasileiro, de Abdias do Nascimento, um dos fundadores do MNU, é uma das obras que passa a ser lida por militantes. Também Frantz Fanon, com Pele negra, máscaras brancas é leitura obrigatória. O Movimento Negro Unificado - MNU sempre procurou editar um jornal de circulação nacional, a exemplo do Jornal Nêgo, editado pelo MNU da Bahia, na década de 80, seguido de outras iniciativas da militância. </span></p> <p align="justify"> <span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">Nos anos 90 Lélia Gonzalez, em entrevista para o Jornal do MNU dizia: </span></p> <ul><ul><ul><p align="justify"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">[...] no que diz respeito às questões político-ideológicas, a coisa é séria, a meu ver. O que a gente percebe é que o MNU cutucou a comunidade negra no sentido de ela dizer também qual é a dela, podendo até nem concordar com o MNU. (MNU Jornal, n° 19, maio/junho/julho, 1991, p. 8-9.)</span><br /></p></ul></ul></ul> <p align="justify"> <span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">Uma das bandeiras de luta da nossa organização tem sido a valorizar o negro e a negra e chamar a atenção para a contribuição do povo negro na construção do país. A sugestão de introdução de estudos africanos a partir da inserção da história da África no currículo escolar é defendida na Carta de Princípios do MNU, já em 1978, bem como no Programa de Ação. </span></p> <p align="justify"> <span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">Na Constituição de 1988, a inclusão na Carta Magna de reivindicações históricas do movimento negro se dão na área educacional e no que se refere às relações etnicorraciais, merece especial atenção o artigo 242, § 1º:<i> O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro.</i></span></p> <p align="justify"> <span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9.394/1996) é alterada em seus artigos 26 e 79 pelas Leis 10.639 e 11.645, que são assinadas apenas neste século, apesar de representarem um avanço para a educação das relações etnicorraciais e o ensino de história e cultura afrobrasileira e africana. </span></p> <p align="justify"> <span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">Vale destacar que a preocupação do MNU com a educação, com o currículo escolar e com a formação de educadores/as já apontava para a questão das relações etnicorraciais no cotidiano da sala de aula, assim como para situações preconceituosas e discriminatórias ocorridas no espaço escolar.</span></p> <p align="justify"> <span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">Desde a </span><a href="http://www.comitepaz.org.br/Durban_1.htm" target="_blank"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">III Conferência Mundial contra o Racismo, em </span></a><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">Durban, na África do Sul, em 2001, houve uma mobilização das organizações do movimento negro, que destacaram, entre outras ações de combate ao racismo em nossa sociedade, a necessidade de olhar a educação como prioridade, chamando atenção para as diretrizes curriculares aprovadas em março de 2004, ocasião em que a Profª Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, relatora e conselheira representante da temática etnicorracial no Conselho Nacional de Educação apresentou as</span><a><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;"> Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais</span></a><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;"> e para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira, aprovadas por unanimidade pelos/as conselheiros/as.</span></p> <p align="justify"> <span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">A Lei e as Diretrizes precisam acompanhar as ações necessárias para promoção da igualdade etnicorracial no país, no espaço escolar, consistindo-se em um passo importante, em face da necessidade que temos de mudar o imaginário sobre a África, o que incide em mudanças no imaginário social sobre a população negra no Brasil. O material didático ainda não nos visibiliza como deveria. O Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Nacionais para Educação das Relações Etnicorracais e para o Ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana (2009) tem como base estruturante seis eixos, a saber: 1. Fortalecimento do marco legal; 2. Política de formação para gestores/as e profissionais de educação; 3. Política de material didático e paradidático; 4. Gestão democrática e mecanismos de participação social; 5. Avaliação e Monitoramento e 6. Condições institucionais. O Plano indica que é preciso manter permanente diálogo com instituições de ensino, gestores/as educacionais, <i>movimento negro </i>e sociedade civil organizada para a implementação das Leis 10639 e 11645.</span><br /></p> <p align="justify"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;"><b>Os desafios da formação política da militância</b></span></p> <p align="justify"> <span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">Enfrentamos desafios na militância e temos de refletir sobre a formulação do Projeto Político do Movimento Negro para o Brasil que aparece como tema do X Congresso Nacional do Movimento Negro Unificado; MNU, realizado no mês de abril do ano de 1993, na cidade de Goiânia; Goiás, o que fez com que as teses formuladas pelas/os delegadas/os pudessem contribuir para se pensar em propostas políticas que deveriam compor o projeto político do Povo Negro e quais as políticas prioritárias para serem colocadas em prática na luta para que os objetivos do projeto político fossem alcançados. A formulação, hoje apropriada pelo conjunto do movimento negro, norteará os avanços já anteriormente propostos pelo MNU.</span></p> <p align="justify"> <span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">A militante fundadora do MNU, Lélia Gonzalez (1991), afirmava:</span><br /></p> <ul><ul><ul><p align="justify"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">[...] A questão da militância tem que ter esse sentido e aí nós temos que aprender com os nossos antigos, os africanos, esse sentido da sabedoria, esse sentido de saber a hora em que você vai interferir e como você vai interferir, fora desse lance individualista. </span><br /></p></ul></ul></ul> <p align="justify"> <span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">Entendemos que para se ter uma sólida formação da militância no MNU é preciso conhecer o que é, como surgiu e quais são os objetivos do MNU; como se organiza o MNU; quais as contribuições do MNU à luta do povo negro no Brasil e no mundo; como se dá a atuação do MNU nos estados; onde encontrar o MNU no país. Isso implica saber como o racismo é perverso e como combatê-lo.</span></p> <p align="justify"> <span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">Todas/as as/os filiadas/os devem assumir os documentos básicos da nossa organização, ou seja: Estatuto, Programa de Ação, Carta de Princípios e Regimento Interno, comprometendo-se a cumprir orientação advinda de decisão coletiva. Consideramos importante, ainda, tratar de temas como: Educação, Trabalho, Território, Saúde, Cultura, Juventude, Gênero, Religiosidade, Solidariedade Internacional, entre outros temas. Pensamos que é por aí que a formação política da militância deve seguir, sem esquecer de que temos muita produção dentro do MNU, materiais que refletem o que precisamos na organização, com autoria da militância que atua nas várias regiões do país, que poderá subsidiar a formação militante que a atuação no MNU requer. </span><br /><br /></p> <p align="justify"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;"><b>REFERÊNCIAS</b></span><br /></p> <p align="justify"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">FANON, Frantz. <b> Pele Negra, máscaras brancas. </b> São Paulo: Fator, 1983.</span><br /></p> <p align="justify"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">GOMES, Nilma Lino e Munanga, </span><a href="http://www.autenticaeditora.com.br/livros/busca_autor/97" target="_blank"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">Kabengele (orgs.).<b> </b></span></a><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;"><b>Para entender o negro no Brasil de hoje. </b> São Paulo: Ed. Global, 2005</span></p> <p align="justify"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. <b>A recepção de Fanon no Brasil e a identidade negra.</b> Novos Estudos – CEBRAP nº.81 São Paulo Julho 2008. </span></p> <p align="justify"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">JESUS, Ilma Fátima de. O pensamento do MNU. In: SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves & BARBOSA, Lúcia Maria de Assunção (Orgs.) <b>O Pensamento Negro em Educação no Brasil: Expressões do Movimento Negro. São Carlos</b>: Ed. da UFSCar, 1997</span></p> <p align="justify"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;"><b> </b></span></p> <p align="justify"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;"><b>____ </b> Educação, gênero e etnia em território negro. In: LIMA, Ivan Costa, SILVEIRA, Sônia Maria (Orgs.) <b>Negros, Territórios e Educação. </b> Nº 7. Florianópolis: Núcleo de Estudos Negros/NEN, 2000. (Série Pensamento Negro em Educação) </span></p> <p align="justify"> <span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;"><b> </b></span></p> <p align="justify"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">LOPES, Véra Neusa. Racismo, Preconceito e Discriminação. Procedimentos didático-pedagógicos e a conquista de novos comportamentos. IN: MUNANGA, Kabengele (org.). <b> Superando o racismo na escola. </b> Brasília: MEC – SECAD, 2005</span><br /></p> <p align="justify"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">Movimento Negro Unificado – VIII Encontro de Negros do Norte e Nordeste. <b>O Negro e a Educação</b>. Recife: MNU/Cia. Ed. Pernambuco, 1988 </span><br /></p> <p align="justify"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">_____. Programa de Ação – Estatuto. Salvador: MNU,1990</span><br /></p> <p align="justify"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">_____. Jornal do MNU - n° 19, maio/junho/julho, 1991, p. 8-9.</span><br /></p> <p align="justify"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">MUNANGA, Kabengele<b>. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil. </b> Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.</span><br /></p> <p><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">NASCIMENTO, Abdias. <b>O genocídio do negro brasileiro. Processo de racismo mascarado.</b> Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.</span><br /></p> <p><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">_____. <b>Reflexões sobre o Movimento Negro no Brasil, 1938-97. </b> Brasília: Thoth, N.º. set /dez. 1997</span><br /></p> <p><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">OGUNBIYI, Adomair O . <b> Racismo, Discriminação e Preconceito raciais</b>: definir é preciso. VI Congresso Afro-Brasileiro – Fundação Joaquim Nabuco 17 a 20.04.1994 – Recife – PE.</span><br /></p> <p align="justify"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">_____. <b>O que é movimento negro</b>? São Bernardo do Campo, SP: Cadernos Papo Sério – Movimento Negro Unificado – MNU, 1996. </span><br /></p> <p align="justify"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves e. Aprendizagem e ensino das Africanidades Brasileiras. IN: MUNANGA, Kabengele (org.). <b>Superando o racismo na escola</b>. Brasília: MEC – Secretaria de Educação Fundamental, 2005</span></p> </div> </div>MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUhttp://www.blogger.com/profile/05994186866218803389noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-85916728472395714422009-07-06T15:23:00.001-03:002009-07-06T15:23:56.947-03:00XVI CONGRESSO NACIONAL DO MNU DELIBERA QUESTÕES FUNDAMENTAIS PARA A LUTA DA ENTIDADE E DE NEGRAS E NEGROS BRASILEIROS.<p>Informando às irmãs e irmãos do MNU e ao MN em todo o Brasil.</p> <p style="text-align: center;" align="center"><b>XVI CONGRESSO NACIONAL DO MNU DELIBERA QUESTÕES </b><br /><b>FUNDAMENTAIS PARA A LUTA DA ENTIDADE E DE NEGRAS E NEGROS BRASILEIROS</b>.</p> <p style="text-align: justify;">Por Reginaldo <span class="il">Bispo</span>(*)</p> <p style="text-align: justify;"><br />O XVI Congresso Nacional do MNU realizado no ultimo fim de semana em Itapecerica da Serra - SP, teve participação dos estados do MA, CE, PE, SE, BA, DF, RJ, SP, PR, SC, RS.</p> <p style="text-align: justify;">Durante três dias, os delegados debateram: 1. Avaliação da conjuntura; 2.Projeto Político do Povo Negro para o Brasil; 3.Reparação Histórica e Humanitária e de 5.Um Plano de Lutas por bandeiras emergenciais do Povo Negro.<br />Muitas foram as analises, propostas e resoluções nestes temas, em geral baseadas na única Tese <b><span> </span>“Por um MNU autônomo, independente, compromissado e profundamente inserido na população negra”</b>, assinada por militante-delegados de Campinas-SP, e aprovada em seus principais temas pela ampla maioria dos delegados.<br /><br />Os congressistas também discutiram e deliberaram quanto a posição do MNU sobre o <span class="il">Estatuto</span> da Igualdade Racial, <b>concluindo pela Retirada do atual texto do Congresso</b>, por suas deficiências da não conceituando abrangente do que seja o racismo, repetindo a fragilidade da lei Caó, dificultando o enquadramento do Racismo nas delegacias e em juízo, tornando-a inócua para a criminalização e condenação dos racistas. O <span class="il">estatuto</span> é autorizativo, não obriga com força de lei, o governo ou ao estado implementá-la. Não tem verba orçada para execução, ficando portanto, mercê das manobras político-eleitorais e da boa vontade política do governante de plantão; Não foi um projeto ampla e suficientemente discutido com o Movimento e a População Negra; O <span class="il">estatuto</span> pode se constituir em uma camisa de força tolhendo o protagonismo de negras e negros na luta contra o racismo nas próximas gerações, comprometido seriamente nas suas proposições e intenções iniciais, na medida em que está sendo negociada com setores conservadores de direita, do DEM, PMDB, PSDB e dos Ruralistas , a retirada das Cotas para negros e do direito das populações Quilombolas a Titulação de suas Terras tradicionais. </p> <p style="text-align: justify;">O MNU, em seu XVI Congresso Nacional, decidiu que não é contra a idéia de um <span class="il">Estatuto</span> da Igualdade, mas, CONTRA O TEXTO ATUAL, entendendo que o<b> <span class="il">Estatuto</span> da Igualdade Racial</b> deve ser retirado da pauta do Congresso Nacional, até que, após ampla discussão por negros e negras de todo o Brasil, um novo projeto possa ser apresentado, definindo e unificando a posição da entidade nacionalmente, sobre o tema.<br /><br />Os participantes do XVI Congresso do MNU, também definiram a posição sobre o II Conapir,que acontecerá no final deste mês junho, em Brasília. A militância do MNU entende que após o I Conapir, quase nada das demandas dos negros de todo o Brasil foi implementado; Que negras e negros devem se manifestar pela cobrança ao governo, do porque do não avanço de questões emergenciais como: A titulação das terras quilombolas, da lei 10639; Na proteção da vida de nossa população e nossos jovens; No combate aos crimes religiosos; Nas garantias da mais ampla dignidade e cidadania, com investimentos do governo que proporcionem conforto ás populações negras, indígenas e pobres, através de obras publicas de grande envergadura com a construção de moradias, saneamento básico e de equipamentos públicos voltados para a educação, saúde, cultura e lazer, bem como em defesa do meio ambiente, de modo que beneficiem essas populações excluídas e marginalizadas. </p> <p style="text-align: justify;">Portanto, entendem que a posição de seus militantes deve ser de exigência, ao governo e a Seppir no II Conapir, a estabelecer prazos para a implementação das resoluções do I Conapir, ao invés da reelaboração e readequação daquelas demandas, reivindicações e direitos. Os delegados da Conapir devem exigir a imediata implementação daquelas políticas emergenciais esperadas pela população negra, indígena e pobre, a mais de 500 anos. O XVI Congresso Nacional do MNU convoca portanto, a sua militância, a participar com esse viés, e faz um chamado aos demais delegados a fazer o mesmo. .<br /><br />Em seu Congresso, o MNU reafirma seu caráter independente de partidos e de governos na luta contra o Racismo, por uma verdadeira Republica onde reine a mais ampla democracia popular, e dá passos fundamentais no sentido da unificação de suas posições nacionais, dando continuidade e consolidando a disposição amplamente majoritária, de transformar o MNU em uma ORGANIZAÇÃO POLITICA NEGRA.<br /><br />Dentre as muitas analises, avaliações e propostas debatidas e deliberadas, que serão divulgadas em oportunamente, a próxima Assembléia Nacional do Conneb em Porto Alegre recebeu um tratamento e atenção especial. O CONNEB deve ser a principal prioridade da Organização, a curtíssimo prazo, pois a militância do MNU entende que esse é o principal acontecimento estratégico para o povo negro, nos últimos 50 anos, por iniciativa do MN, e que as duas últimas Assembléias do RS e da BA, são fundamentais para Construção do <b>Projeto Político do Povo Negro Para o Brasil</b> e de um <b>Projeto de Reparação Histórica e Humanitária Para Negros e Indígenas</b>, em função do escravismo, do colonialismo e do racismo. </p> <p style="text-align: justify;">O XVI Congresso conclama os militantes e filiados do MNU em todo o Brasil, bem como a negras e negros a se somarem nesta luta, na construção da Assembléia Nacional do Conneb em Porto Alegre, nos dias 23 a 26 de julho, e de Salvador em novembro, construindo as duas assembléias mais representativas e produtivas do Conneb.<br /><br /></p> <p>Finalmente foi eleita a nova Coordenação Nacional - CON do MNU composta por 9 membros, de vários estados. Que terá a responsabilidade de conduzir, orientar, organizar e unificar as ações e lutas do MNU, nacionalmente pelos próximos 02 anos:<br /><br />1. Coordenação Nacional: Vanda Pinedo - MNU/SC,<br />2. Coordenação de Organização: Reginaldo <span class="il">Bispo</span> - MNU/SP<br />3. Coordenação Finanças: Geilma -MNU/SE<br />4. Coordenação de Formação: Ilma - MNU/MA<br />5. Coordenação de Comunicação: TOM - MNU/SP<br />6. Coordenação de Relações Internacionais: Milton Barbosa - MNU/SP<br />7. Coordenação de Articulação nos Estados: Geison - MNU/RJ<br />8. Coordenação de Articulação Urbana: Conceição - MNU/SP<br />9. Coordenação de Articulação Rural: Kim - MNU CE<br /><br /><br /><br /></p> <p style="text-align: center;" align="center"><b>- Viva a luta de negras e negros Contra o Racismo!<br />- Longa vida ao MNU - Movimento Negro Unificado!<br />- Pela retirada do texto atual do <span class="il">Estatuto</span> da Igualdade Racial do Congresso!<br />- Pela mais ampla discussão de um novo texto, mais fiel aos interesses de negras e negros!<br />- Pela cobrança ao governo das demandas levantadas no I Conapir!<br />- Exigir prazos para a implementação das demandas emergenciais de combate ao racismo!<br />- Pela Construção de um PROJETO POLITICO DO POVO NEGRO PARA O BRASIL!<br />- Por REPARAÇÕES HISTORICAS E HUMANITÁRIAS AO POVO NEGRO E INDIGENA!<br />- Todos presentes e construindo o Conneb no RS!</b></p> <p style="text-align: right;">(*) Reginaldo <span class="il">Bispo</span> - Coordenação Nacional de Organização - MNU</p>MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUhttp://www.blogger.com/profile/05994186866218803389noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-21692940175150075422009-07-06T15:09:00.002-03:002009-07-06T15:18:34.618-03:00Estatuto da Igualdade Racial Um debate necessário sob o contexto atual do Racismo no Brasil. Por Emir Silva(*)<div style="text-align: justify;"><span style="font-size:180%;">Estatuto da Igualdade Racial</span><br /><span style="font-size:130%;">Um debate necessário sob o contexto atual do Racismo no Brasil.</span><br /></div> Por Emir Silva(*)<br /><div style="text-align: justify;"><br /><br />O XVI Congresso Nacional do Movimento Negro Unificado – MNU – realizado de 10 à 14 de Junho em Itapecerica da Serra, São Paulo, debateu entre outros temas o Estatuto da Igualdade Racial abordando aspectos relacionados a sua não aprovação durante mais de uma década, entre avanços e conquistas da legislação anti-racista desde a Promulgação da Constituição Brasileira ao enfrentamento atual da elite brasileira às Ações Afirmativas e ao conceito de Reparação, que mesmo ainda incluso, apresenta um fundamento básico em resgatar o que foi espoliado pela ideologia racista que construiu o Estado Brasileiro sob o Regime Escravocrata capitaneado pelo Colonialismo Europeu. Neste contexto, evidenciou-se no mesmo período avanços significativos na criação de estruturas governamentais como a SEPPIR – Secretaria Especial para Promoção da Igualdade Racial – que construiu, formulou, e planejou diretrizes oriundas do acúmulo do movimento negro, porém foi ineficiente na implementação de políticas públicas específicas para a população negra, tanto quanto o poder público das esferas estaduais e municipais em todo o país, por problemas estruturais, orçamentários e de gestão caracterizando importantes fatores concomitantes ao processo de tramitação do Estatuto da Igualdade Racial no Senado e agora numa Comissão Especial na Câmara dos Deputados. Após várias versões entre relatórios, substitutivos, emendas modificativas, aditivas, requerimentos, propostas ministeriais, argumentos pela constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa, concepções e adequações governamentais, partidárias, interesses da oligarquia e audiências públicas, o Estatuto ainda não foi aprovado. O fato é que esta proposição embora não sendo obra resultante do debate do movimento social negro organizado, tornou-se uma coletânea de medidas com extrema importância para avançarmos em políticas públicas específicas para a população negra, e também refletiu o suor, o sangue, e a vida do movimento negro brasileiro que esbravejou em resistência negra no tradicional trabalho de base, de corpo a corpo, identificando a olho nu as necessidades fundamentais do povo negro mesmo fora das estruturais convencionais de poder. O princípio de<br />consciência negra foi o primordial norteador da formulação temática de políticas públicas através da movimentação nacional de ativistas anti racistas em espaços e territórios na cidade e no campo; entre terreiros e quilombos, entre nossas manifestações culturais, e principalmente entre a dura realidade do racismo em nossas comunidades estampando a desigualdade racial através do pragmatismo da exclusão ao desenvolvimento sócio, político, econômico, e cultural do país. Este referencial de produção política, intelectual, e teórica de caráter democrático e popular estabeleceu uma nova vertente de pensamento que construiu ações temáticas específicas para a população negra nas áreas de educação, cultura, saúde, gênero, terra, trabalho e renda, religiosidade, juventude, etc.<br />Idealizando uma concepção estratégica de combate ao racismo e um protagonismo em medidas concretas para os poderes constituídos, legislativo, executivo e judiciário no intuito de garantir a verdadeira democratização do Estado e da Sociedade em nosso país. O Contexto Atual das Relações Raciais no Brasil estabelece novos parâmetros para debatermos o Estatuto da Igualdade Racial entre vários fatores relacionados com a sua longa tramitação, e a realidade<br />contemporânea de conquistas e retrocessos de processos e reivindicações históricas do movimento negro. Outro fator preponderante é que mesmo com "estruturas" governamentais foram muitas as dificuldades de implementação efetivas de políticas públicas institucionais. Nota-se também que as mesmas questões temáticas perpassaram entre vários fóruns diferentes resultando em encaminhamentos, resoluções e diretrizes comuns, porém, sem efetividade como<br />política governamental. O texto do PL6264/2005 acolhe todas essas contribuições, mas expõem contradições explícitas em relação a políticas de Estado e de Governo talvez o próprio tempo de aversão à proposição possibilitou a sua descaracterização e desgaste. O Fundo de Reparação representaria um dos conceitos da responsabilidade do Estado, mas pelo afã de uma aprovação imediata buscou-se a adequação aos limites institucionais sob forte influência do racismo institucionalizado. A linha de articulação da aprovação do Estatuto está tomando um perfil de honra tornando a lei muito vulnerável para uma política de durabilidade. É notório o distanciamento do conceito de Reparação na redação atual e lamentável o caráter apenas "autorizativo", no que tange, a responsabilidade e o dever dos poderes constituídos em "implementar" as medidas.<br />O Art. 1º diz: ...combater a discriminação racial e as desigualdades estruturais e de gênero.... Talvez a incessante repetição do termo "Fica autorizado ª " impossibilite essa função. O Art. 2º não considera o termo Racismo e o seu conceito ideológico. No Art. 4º a adoção da diretriz político jurídica de Reparação depara-se com seguidas ausências de termos como; fazer, implementar, dever, mantendo-se em todos os artigos o caráter de orientação, incentivo, e promoção. A partir do Art. 5º nota-se uma série de iniciativas já encaminhadas entre programas e medidas temáticas e estruturais que fazem parte de diretrizes e resoluções de Congressos, Seminários, Conferências, Tratados, Acordos e Convenções Nacionais e Internacionais. O maior exemplo são as resoluções da I Conappir, que também sob influência de tais fóruns, não conseguiu implementadas suas diretrizes. E só agora 4 anos após a I Conferência e uma semana antes da II<br />Conappir o Governo Federal publica o Decreto 6.872/09 do Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial definindo os objetivos, ações, metas, monitoramento, articulação, etc. Temos que analisar e refletir muito sobre esses aspectos. Nos Artigos 6º e 7º do Estatuto que trata da criação dos Conselhos deve-se considerar que esses órgãos já existem em muitos estados antes da própria apresentação do Estatuto, e que o Art. 6º apenas autoriza os poderes, de praxe os Conselhos foram uma conquista do movimento negro em cada região; atualmente muitos desses mecanismos são obsoletos e sem poder de propor, promover, a acompanhar as políticas públicas. O que exige um maior debate para o fortalecimento desses organismos. Quanto aos Arts. 8º e 9º deve-se fazer uma pergunta: E o Conselho da SEPPIR, o CNPPIR ? Sobre o Art. 10º Esta relação<br />deveria acontecer com a SEPPIR em relação aos Ministérios, acontece com efetividade? O Decreto 6.872/09 trata disto, esperamos que funcione. Sobre os Direitos Fundamentais baseados na Constituição e Específicos para a População Negra temos um bom Capítulo para a Saúde embora com os termos "autorizados", mas já deveríamos ter um Programa Nacional de Saúde da População Negra independente da aprovação do Estatuto. Isto significa que nos últimos dez anos o poder público não assumiu de fato a sua responsabilidade com esse tema, mesmo com algumas conquistas do movimento negro. O Art. 19 do Capítulo II do Direito à Educação, Cultura, Esporte, e Lazer poderia considerar; patrimônio cultural "material e imaterial", o Inciso 1º poderia ser; ...entidades do "movimento negro". No Art. 20º não se trata de "solidariedade" mas de reconhecimento e dever do poder público. O Art. 21 trata de um tema já aprovado na lei 10.639 e que sabidamente não foi implementado pelo poder público em todo o Brasil, salvo raríssimas exceções de experiências inclusas. Os artigos 22,23, e 24 tratam de medidas que o Ministério da Educação já deveria ter implementado para fortalecer a implementação da Lei 10.639, no entanto, a orientação é autorizar a inclusão, incentivar, e nunca implementar. No capítulo III Do Direito à Liberdade de Consciência e de Crença e ao Livre Exercício dos Cultos Religiosos, a priori deve ser debatido em função de muitos termos inadequados como no Art. 25; O reconhecimento da "liberdade de consciência"... ? "da dignidade"? "filiação religiosa" ? seguindo, "individual e coletiva, em público ou em ambiente privado". Tudo parece um pedido de concessão ao Estado sob uma permissão Cristã diante de uma religião ilegal que de fato não existe. No Art. 26 I - "práticas litúrgicas", "celebrações comunitárias", "fundação e manutenção, por iniciativa privada, de espaços ( seria Ilês, Terreiros) reservados para tais fins" Bem, parece a fundação de uma igreja. III "instituições beneficentes" ligadas às religiões de matriz africana, isto deve ser melhor elucidado. V - é importante ressaltar que já existem jornais, revistas, programas (principalmente no rádio) que firmaram a resistência contra a intolerância religiosa às religiões de matriz africana, o que é necessário é incentivo público para a estruturação desses veículos de comunicação.. VI –<br />"coleta" de contribuição financeira não pode ser confundida com o díssimo. VII – é importante ressaltar;....meios de comunicação "públicos e da iniciativa privada" pois mesmo os públicos não abrem espaço, e os privados fazem campanha contra a religião de matriz africana além de produzirem programas de humor banalizando os sacerdotes. O Art. 27 é um avanço se for contemplado, porém deve ser aperfeiçoado, pois pode ser generalizado do ponto de vista laico. No Art. 28 a assistência deve ser a todos os pacientes não somente aos praticantes da religião matriz africana, como acontece no Hospital Conceição em Porto Alegre.<br />Art. 29; O Estado tomará medidas necessárias para o combate à intolerância com as religiões de matrizes africanas e à discriminação de seus seguidores, especialmente com o objetivo de: I – coibir a utilização dos meios de comunicação social para a difusão de proposições, imagens ou abordagens que exponham pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados na religiosidade de matrizes africanas; muito bom. No II – poderia ser acrescido; territórios, espaços públicos e privados, patrimônio material e imaterial, etc. III – poderia ser colocado também a necessidade de representação simbólica da religião de matriz africana nos espaços públicos do país, pois nos poderes executivos, legislativos e judiciário, principalmente, só encontramos os símbolos do cristianismo. No Art. 30 poderia ser: " O Poder Público implementará ações sócio educacionais propostas por entidades afro-brasileiras...... Todo o capítulo IV é realmente uma questão relevante, no inciso 2º a determinação de prazo orçamentário de 05 anos a partir da aprovação do Estatuto é incompatível com a análise atual da situação orçamentária da própria SEPPIR, que tem 07 anos de Governo, além dos problemas de gestão para a implementação de programas, como na articulação de ações de transversalidade de políticas interministeriais e em prioridade de programas e recursos para a população negra. As<br />Coordenadorias em todos o país estão obsoletas do ponto de vista orçamentário, cumprindo um papel de representação pública da questão racial, e sem financiamento federal, estadual, e municipal, salvo raras exceções A I Conappir encaminhou várias diretrizes que estão nesse capítulo e não conseguiu implementá-las. Então esta questão é política, evidenciando o racismo institucional e exigindo um amplo debate a partir do movimento social negro organizado para o fortalecimento da implementação e financiamento das políticas públicas para a população negra no Brasil. No capítulo V, Art. 35 a redação deve ser rediscutida, pois a mulher negra não deve ser tratada como "beneficiária" mas como detentora de direitos históricos pela construção do país. No mesmo artigo, VI – a promoção de campanhas de sensibilização contra a "marginalização" da mulher afro-brasileira no trabalho artístico e cultural. É isso mesmo? No capítulo VI do Direito dos Remanescentes das Comunidades dos Quilombos às suas Terras, onde o próprio Decreto 4887/03 não é citado em nenhum momento talvez por questões técnicas do legislativo, o referencial é apenas o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal, mas o fato é que essa conquista está sendo contestada pelas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIN'S) apresentadas pelo DEM e PSDB, a questão da terra é um dos principais motivos destes partidos em não aprovarem o Estatuto da Igualdade Racial. Além disto, tivemos uma verdadeira ineficiência do Governo Federal para a titulação das terras remanescentes de quilombos. Essa é uma das principais lutas do movimento negro brasileiro que tem a responsabilidade de construir uma agenda de mobilização e reivindicação de Reparação ao Estado Brasileiro cobrando dos poderes públicos a imediata titulação das terras quilombolas. As questões do Capítulo VII sobre o Mercado de Trabalho já são conhecidas de resoluções de outros fóruns nacionais e internacionais, inclusive da I Conferência da SEPPIR quanto foi articulado alguns grupos de trabalhos e programas com o Ministério do Trabalho, porém esses processos ficaram inclusos, a atual crise econômica assola diretamente a população negra aumentando o desemprego, o contexto atual exige que o movimento negro organizado e as comissões e secretarias de combate ao racismo das centrais sindicais assumam essas proposições do Estatuto da Igualdade Racial e as próprias resoluções das Conferências da SEPPIR e transformem em bandeiras de lutas com uma pauta específica de campanha pelo emprego e renda para a população negra. Bem como a Questão Quilombola o Capítulo VIII, do Sistema de Cotas e o Capítulo IX dos Meios de Comunicação se caracterizam como propostas sob uma grande resistência de boa parte da sociedade brasileira, o movimento negro tem sofrido um verdadeiro combate da elite e da direita, principalmente, que tentam suprimir as conquistas da legislação anti racista, também por ADIN'S, nessa campanha estão os monopólios dos meios de comunicação, os 113 Cidadãos Anti Racistas Contra as Leis Raciais (muitos desses intelectuais se construíram expressando em boa parte de suas obras a temática afro brasileira), partidos de centro e direita, com suas bancadas ruralistas e neo pentecostais que são contrários às ações afirmativas no Congresso Nacional, empresários, o Movimento Negro Socialista, a FORAFRO (Fórum Afro da Amazonia), lideranças de esquerda, entre outros. Mesmo no caso das Ouvidorias, Capítulo X, que pode ser considerado um SOS Racismo que já existe na Assembléia Legislativa de São Paulo, por exemplo, como no texto do Capítulo XI Do Acesso à Justiça, que poderia ser apresentado inclusive na Reforma do Judiciário, a aversão desses setores será intensa devido aos seus interesses corporativos e por representarem a oligarquia que detém o poder econômico ou ostenta privilégios no Brasil. Então, o desafio para a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial exige uma rediscussão do seu temário, como a inclusão de um Capítulo específico para a juventude negra, uma repactuação com o movimento negro organizado, um posicionamento político e programático dos partidos e organizações do movimento social comprometidos com a luta de combate ao racismo, para que possamos constituir um mecanismo legislativo que efetivamente responsabilize o Estado, apontando os seus deveres diante dos direitos da população negra do Brasil sobre as Dívidas Pelos Crimes Cometidos pelo Estado Escravista. As considerações e sugestões expostas sobre o Estatuto da Igualdade Racial, não refletem a intenção ou o objetivo de desqualificá-lo, mas em demonstrar a necessidade de um amplo debate nacional para a sua reestruturação e fortalecimento. Onde o conjunto do movimento social negro poderá contribuir muito mais que iniciativas individuais. O debate coletivo do XVI Congresso Nacional do Movimento Negro Unificado reforça a essência e a responsabilidade desta Organização Política, Autônoma e Independente em abordar questões temáticas sempre sob uma ótica estratégica de libertação do Povo Negro.<br /><br />"O Tempo e a História dizem: o CONNEB, Congresso de Negras e Negros do Brasil está cada vez mais fortalecido em sua essência estratégica, boa luta para todos."<br /><br />Uma Contribuição de: (*)Emir Silva – Executiva Estadual do Movimento Negro<br />Unificado/RS</div>MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUhttp://www.blogger.com/profile/05994186866218803389noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-1284279248273284972009-06-01T23:14:00.004-03:002009-06-04T07:24:37.212-03:00CONVITE - ABERTURA XVI CONGRESSO NACIONAL DO MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNU - DIA 10 DE JUNHO AS 19:00HS EM SP - COMPAREÇAM!!!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAtXNLrskA1_7q1YarYImMmub-f9ij_D1FmTa7vH1PVsq_azxgkH93403N-_NIb6frIDnHVD3tiBcFMGM0KdJkcMYK6OWEhqhuPhQEDcoX2PDuIS3AXSrZDv2QgTzwv_0t1k5DGg/s1600-h/internet+XVI+CONGRESSO+MNU.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 123px; FLOAT: left; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5342554259718398882" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAtXNLrskA1_7q1YarYImMmub-f9ij_D1FmTa7vH1PVsq_azxgkH93403N-_NIb6frIDnHVD3tiBcFMGM0KdJkcMYK6OWEhqhuPhQEDcoX2PDuIS3AXSrZDv2QgTzwv_0t1k5DGg/s320/internet+XVI+CONGRESSO+MNU.jpg" /></a><br /><br /><p align="justify">O Movimento Negro Unificado é uma organização negra pioneira na luta do negro no Brasil, já desde a Ditadura Militar, sendo criado no dia 18 de junho de 1978, e lançado publicamente no dia 7 de julho do mesmo ano nas escadarias do Teatro Municipal, na Praça Ramos – Centro da Cidade de São Paulo.<br />Tivemos como motivo imediato a prisão, tortura e morte do trabalhador, pai de família, Robson Silveira da Luz, acusado de roubar frutas numa feira, tendo sido preso e torturado no 44º Distrito Policial de Guaianazes, sob a responsabilidade do delegado Alberto Abdala, vindo a falecer em conseqüências a violência das agressões. E a discriminação racial sofrida por 4 garotos do time infantil de voleibol do Clube de Regatas Tietê.<br />Fomos a primeira organização a realizar um ato público vitorioso no centro da Cidade de São Paulo na época da Ditadura Militar.<br />Estimulamos a criação de grupos de combate ao racismo nas categorias de trabalhadores em todo o país. Nos partidos progressistas, na universidades públicas e privadas, nos terreiros de candomblés e umbandas, nas escolas de samba, favelas e prisões.<br />Fomos pioneiro no trabalho com os Remanescentes de Quilombos, no final dos anos oitenta, no Cafundó, na região de Sorocaba, com os Calungas em Goiás, no início dos anos noventa, no Rio das Rãs - Ba, a partir de 1992, no Vale do Ribeira, onde existem 17 quilombos, Campos Novos em Santa Catarina, Quilombo dos Silva em Porto Alegre - RS, e outros em PE,MA,RJ,MG,PR,CE,PI.<br />Encabeçamos as principais marchas do Movimento Negro (13 de maio de 1988, 20 de novembro de 1995 e mais recentemente, em 2005).<br />Realizamos em 1988, na cidade de Recife-PE, o X Encontro Norte Nordeste, especificamente sobre educação, de onde elaboramos um livro, que com certeza ajudou a inspirar a criação da Lei 10.639.<br />Estivemos em Durban em 2001, entre os brasileiros éramos a organização com maior número de participantes, somos uma das principais entidades proponentes do Congresso Nacional de Negras e Negros do Brasil .<br />Ao longo da nossa história acumulamos importantes vitórias no combate ao racismo, à violência policial, na luta das domésticas pela garantia de seus direitos trabalhistas.<br />Tivemos a honra há 17 anos atrás encabeçarmos o 1º SENUN-Seminário Nacional dos Universitários Negros, de apoiar recentemente o ENJUNE - Encontro Nacional da Juventude Negra.<br />Estamos relembrando história não para nos vangloriarmos, mas para convidá-los a participarem conosco da ABERTURA DO NOSSO XVI CONGRESSO NACIONAL DO MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO, onde com certeza estaremos debatendo novos rumos para a luta do negro no Brasil.<br />Pontos como Reparação Histórica e Projeto Político do Povo Negro Para o Brasil serão debatidos no nosso Congresso e, com certeza poderemos contribuir melhor para o fortalecimento do Congresso Nacional de Negras e Negros do Brasil.<br />Um grande abraço a todas e todos.<br />MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO<br /></p><p> </p><p>ABERTURA SERÁ NO DIA 10 DE JUNHO A PARTIR DAS 19:00 HS NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO AUDITÓRIO FRANCO MONTORO<br />AVENIDA PEDRO ALVARES CABRAL S/N - IBIRAPUERA - SÃO PAULO - BRASIL<br />ENTRADA FRANCA<br />SERÁ SERVIDO UM COQUETEL APÓS O EVENTO... MAIORES INFORMAÇÕES CLICAR NA IMAGEM ACIMA</p>MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUhttp://www.blogger.com/profile/05994186866218803389noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-30103564105828821582009-05-15T06:24:00.004-03:002009-05-15T06:35:59.972-03:0013 de maio - Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl33UjmzQnQLaRH2tfjcxYwPq2TgtMAPrD5mAgmrF4TP5zmFUhhWUivE8zru3vo1Z7gH0cOguC3XgeSSrTZ6OTqLAHzQgImmM7Ii9wowz26CWfX31-f-rWQWiknKq0TGtQHnmDcg/s1600-h/movimentonegro78[1]11.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5335981260378005970" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 213px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl33UjmzQnQLaRH2tfjcxYwPq2TgtMAPrD5mAgmrF4TP5zmFUhhWUivE8zru3vo1Z7gH0cOguC3XgeSSrTZ6OTqLAHzQgImmM7Ii9wowz26CWfX31-f-rWQWiknKq0TGtQHnmDcg/s320/movimentonegro78%5B1%5D11.jpg" border="0" /></a>O dia 13 de maio foi transformado pelo Movimento Negro Unificado – MNU, em Dia Nacional de Denúnicia contra o Racismo, após a fundação do Movimento Negro Unificado – MNU, no ano de 1978. A contestação do 13 de maio como data que é lembrada como a da Abolição da Escravatura pela oficialidade, se dá porque os descendentes de africanos não participam igualitariamente na sociedade brasileira, uma vez que ainda há preconceito racial e discriminação racial manifestados pelo racismo contra negros e negras na sociedade brasileira.<br />O mito da democracia racial tem colaborado para que as históricas desigualdades existentes entre negros e não negros não sejam observadas como deveriam. Dados do IPEA dão conta de que “o quadro de desigualdade racial... revela o drama da marginalização econômica e da injustiça social que afeta os afrodescendentes no Brasil.”<br />A Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial considera que a discriminação racial é “qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tem por objetivo ou efeito anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício num mesmo plano (em igualdade de condição) de direitos humanos e liberdades fundamentais, no domínio político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio da vida pública”. O preconceito racial é uma idéia preconcebida sobre uma pessoa ou grupo de pessoas, sendo assentado em generalizações estigmatizantes sobre a raça à qual um grupo é identificado. Tanto a discriminação quanto o preconceito racial advém do racismo que é uma ideologia que pressupõe a existência de hierarquia entre grupos humanos baseada na etnicidade. A Convenção ressalta que “não serão consideradas discriminação racial medidas especiais tomadas com o único objetivo de assegurar o progresso adequado de certos grupos raciais ou étnicos... para proporcionar a tais grupos ou indivíduos igual gozo ou exercício de direitos humanos e liberdades fundamentais...”. <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiyrC621F_2JTkJTNPAnGIHlV5UwU-ZtIK_W8Cj9QSldM5X94G57n2iz5gn5O3liHWeVvC5zHPy-BSglhva8e_7mXCfWFXlSwmiGqTs59t9BNxnRj5QWsZReKRzYchgBVWlaZQLQ/s1600-h/movimentonegro78[1]15.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5335981544419091362" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 213px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiyrC621F_2JTkJTNPAnGIHlV5UwU-ZtIK_W8Cj9QSldM5X94G57n2iz5gn5O3liHWeVvC5zHPy-BSglhva8e_7mXCfWFXlSwmiGqTs59t9BNxnRj5QWsZReKRzYchgBVWlaZQLQ/s320/movimentonegro78%5B1%5D15.jpg" border="0" /></a><br />O músico Jeremias Pereira da Silva, 46, conhecido como Gerô, foi torturado brutalmente no dia 22 de março de 2007 e morreu vítima da violência policial, que atinge uma maioria negra no país, no Maranhão e em São Luís, tendo sido levado ao Hospital Municipal Djalma Marques, mais conhecido como Socorrão, depois de muito sofrimento e omissão de socorro, não tendo resistido aos ferimentos, que o levaram a morte. Uma hemorragia interna, segundo o laudo inicial do IML (Instituto Médico Legal), quatro costelas quebradas, arranhões e hematomas pelo corpo, levaram Gerô desta vida, como noticiaram os jornais. Os dois PMs, que tentaram passá-lo por doente mental, foram presos em flagrante e responderão a inquéritos na Polícia Civil e na Polícia Militar, de onde esperamos sejam expulsos. Gerô atuou na campanha compondo as músicas que elegeram o atual governador Jackson Lago, após muitos anos de domínio da oligarquia que imperava no estado. Esperamos que haja punição dos envolvidos, pois aqui o crime de tortura já vitimou muitos que pagaram com a própria vida pelo que não fizeram, apenas por serem negros.<br /><br />Conscientize-se e Reaja à Violência Racial! Denuncie sempre!<br />Junte-se a nós na luta contra o racismo!<br /><br />Movimento Negro Unificado – MNU</div><div align="justify"><a href="mailto:mnu.nacional@yahoo.com.br">mnu.nacional@yahoo.com.br</a></div><div align="justify"></div><div align="justify">texto: Adomair Ogumbiyi blog: - <a href="http://movimentonegrounificadomnu.blogspot.com/">http://movimentonegrounificadomnu.blogspot.com/</a> </div><div align="justify"></div>MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUhttp://www.blogger.com/profile/05994186866218803389noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-30961547044951627832009-03-11T00:19:00.005-03:002009-03-11T00:34:37.236-03:00MULHER NEGRA UMA PERSPECTIVA DE GÊNERO, RAÇA/ETNIA E CLASSE<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrEwGIz7RwAyWD9A8CZyfNIjhTEJhNFA47H9zcBlCxS8zsu6-tEzpO8_D5d_TQhqXZ6LQESl527nMwD3Pm1Fzb6gv0CWPHf412wwSQIU7aljkSwlHIlWm1HmlTGT9_T_OfXzekAA/s1600-h/ADOMAIR2.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5311767829419522994" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrEwGIz7RwAyWD9A8CZyfNIjhTEJhNFA47H9zcBlCxS8zsu6-tEzpO8_D5d_TQhqXZ6LQESl527nMwD3Pm1Fzb6gv0CWPHf412wwSQIU7aljkSwlHIlWm1HmlTGT9_T_OfXzekAA/s320/ADOMAIR2.jpg" border="0" /></a> Adomair O. Ogunbiyi*<br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Neste artigo nos propusemos a apresentar da questão da mulher, numa perspectiva da mulher negra que dentre elas carrega o fardo da tríplice opressão: Gênero,Raça/Etnia e Classe. Para além, fazemos pequena incursão em aspectos da educação em uma sociedade permeada do viés androcêntrico, étno-eurocêntrico, elitista e judaico-cristão.</div><div align="justify">____________</div><div align="justify"><span style="font-size:78%;">*Graduando do primeiro período do Curso Normal Superior da Faculdade Candido Mendes do Maranhão </span><span style="font-size:78%;">FACAM.</span></div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"><strong>MULHER E NEGRA</strong></div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Uns dos alertas do movimento negro, no Brasil, quando se toca a questão da mulher é de que “a luta contra a múltipla discriminação sofrida pela mulher negra não pode e nem deve ser vista como apêndice do avanço de consciência provocado pelo movimento feminista”. (MNU, 1990, p.6). Também não se restringe à identificação e divulgação das heroínas negras que, no passado, tanto contribuíram no processo de libertação do povo negro, e que hoje constituem exemplos inegáveis de resistência. Tais como:</div><br /><div align="justify">1) Nzinga Mbandi(1582-1663) Rainha e grande líder africana de Angola;</div><br /><div align="justify">2) Tereza de Quariterê, rainha do quilombo de Quariterê durante duas décadas, no séc. XVIII;</div><br /><div align="justify">3) Luiza Mahin (1812- ?) inteligente, rebelde participante da Guerra dos Malês, na Bahia, mãe de Luiz Gama;</div><br /><div align="justify">4) Maria Firmina dos Reis (1825- 1921), Maranhense, em 1847 conseguiu sua nomeação para o Ensino Oficial por concurso. È considerada a primeira romancista brasileira, seu livro Úrsula foi publicado com pseudônimo Uma Maranhense, em 1859. Nele a autora já denunciava a escravidão, mostrando a contradição entre a fé cristã professada pela sociedade e a crueldade do regime escravagista, com seus castigos, torturas e humilhações;</div><br /><div align="justify">5) Auta de Souza (1876- 1901) nascida em Macaíba, Rio Grande do Norte, poéta publicou o livro “O Horto”, escrevia versos em português e francês na imprensa de seu estado;</div><br /><div align="justify">6) Antonieta de Barros (1901- 1952) natural de Florianópolis, Santa Catarina, educadora, jornalista, escritora e a primeira mulher eleita à Assembléia Legislativa de seu estado;</div><br /><div align="justify">7) Carolina Maria de Jesus (1914- 1977),mineira, vai morar em uma favela do Canindé, bairro da capital paulista, torna-se escritora. Quarto de Despejo, seu livro publicado em 1960 que foi traduzido em 13 idiomas;</div><br /><div align="justify">8) Lélia Gonzalez (1935 – 1994), mineira, doutora em antropologia, militante fundadora do Movimento Negro Unificado – MNU. Feminista negra, escreveu o livro “O lugar do Negro” em 1982.Isto para citarmos alguns dos nomes mais expressivos. Há muitos mais.A trajetória da mulher negra, na sociedade, é permeada pelo mito da história oficial ou com a qualificação dada pelo movimento negro: historiografia oficial. Essa historiografia quando não a invisibiliza deturpa sua imagem. Historicamente, a maioria dos povos não-brancos tem sido submetida à opressão e exploração. No caso, específico, da mulher negra essa mazelas são acentuadas pela tripla discriminação de que são vítimas: de gênero (por parte de homens negros e não-negros); de raça/etnia (por serem negras, são afetadas pelas manifestações do racismo: a discriminação racial e o preconceito racial) e de classe (em sua maioria estão alocada nos seguimentos mais despossuídos da sociedade). Se pela ótica das classes dominantes (androcêntrica, euro-étnocêntrica, elitista e judáico-cristã) que detém o controle dos meios de produção social o colonizado, “o proletariado”, o negro, as mulheres, homossexuais, etc. são reduzidos ao silêncio qual não será a situação da mulher negra? Para responder a essa indagação deveremos fazer um passeio pela “história silenciada”. História que sempre foi contada por homens brancos que subordinaram os direitos, deveres e aspirações das mulheres, aos seus interesses. Houve períodos onde a mulher desempenhava relevante papel social, participando de atividades coletivas de seu grupo social. Com o advento da propriedade privada a mulher é confinada ao mundo doméstico e subordinada ao jugo machista do chefe da família. Se a antropologia fala sobre a “construção” social da mulher – que varia de acordo com a expectativa de cada sociedade a respeito dos papeis que a mulher deve desempenhar, como serão esses papeis para a mulher negra ? Se os modelos, que são importantes para o funcionamento da sociedade, para a educação das crianças e a partir da imitação e que definem a expectativa em torno do comportamento desejável em cada comunidade, quais serão eles para as crianças negras?Aí, reside o foco de nossa proposta de discussão.O mito da feminilidade está em estereótipos que nem sempre são válidos para as mulheres negras, senão vejamos: para a mulher não-negra são impingidos como válidos e “naturalizados” os padrões como: sensível, delicadas, altruísta, etc. Todos estes estereótipos têm cunho preconceituoso, danoso e cruel. Porém, em se tratando da mulher negra, além desses, agrega-se a discriminação e o preconceito racial.Neusa Santos Souza, em Tornar-se Negro, diz:“Saber-se negra é viver a experiência de ter sidomassacrada em sua identidade, confundida em suasperspectivas, submetida a exigências, compelida aexpectativas alienada. Mas é também, e sobretudo, aexperiência de comprometer-se a resgatar sua história erecriar-se em suas potencialidades”(SANTOS, 1983, p.17-18)Assim como, os estereótipos que estão subjacentes à dominação machista os do preconceito racial estão para justificar a discriminação racial – manifestações a serviço do racismo. Além destes estereótipos encontramos aqueles ligados a classes sociais que garantem a manutenção das desigualdades, principalmente, em uma sociedade capitalista dependente.</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"><strong>A ESCOLA INCLUSIVA</strong></div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Para desconstruir este quadro são necessárias inúmeras intervenções, porém, uma é primordial: na educação. Entendemos que somente uma educação baseada no respeito à diversidade minimizaria as seqüelas existentes e eliminaria este tripé desumanizador – no futuro. Jesus nos alerta que:A presença do sexismo na escola revela a necessidade de se refletir sobre os preconceitos da sociedade. O sexismo nas escolas e nos manuais escolares não influencia apenas as aspirações educacionais e profissionais das meninas. Age também sobre a percepção que cada sexo tem do outro.(JESUS, 1981, p.51)Reforça com citação de Verena Stolcke que assevera:[...] a insatisfação das mulheres negras com a falta de sensibilidade das feministas brancas em relação às formas de opressão específicas acrescentou uma nova questão à agenda feminista, ou seja, de que modo abordar a maneira com gênero, classe e raça se cruzam para criar não apenas fatores comuns, mas também diferenças nas experiências das mulheres.(JESUS, 1981, p. 54).</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Para ser inclusiva a escola tem de abandonar idéias retrogradas que remontam desde a Constituição outorgada de 1824, que negava direito ao estudo para a população negra e/ou afro-brasileira. As reformas educacionais, passando pela escola tradicional até a escola nova, não conseguiram atingir a construção de identidades narrativas de libertação. No final do túnel há uma luz: a Lei 10.639, Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Leis esta decretada pelo governo federal, após anos de lutas e reivindicações dos segmentos do movimento negro. A população negra já deu sua contribuição. Aguardamos, agora, a sensibilização dos demais setores da sociedade para sua implementação e assim tornarmos a educação em consonância com os pilares do conhecimento.</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"><strong>CONCLUSÃO</strong></div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Abordar a questão da mulher numa perspectiva negra sempre foi um exercício buscado há muito tempo, entretanto, não nos sentimos satisfeitos devido a enorme gama de fatos históricos que poderiam e deveriam ser explorados, contudo, a exigüidade do tempo nos impossibilita. Esperamos ter atingido nossos objetivos principais, ou seja, atender ao desafio proposto e suscitar uma reflexão sobre a situação da mulher negra na educação.</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"><strong>REFERÊNCIA</strong></div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. São Paulo: Moderna, 1996.BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília, DF, 2004.</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">GONZALEZ, Lélia. Hasenbalg. Lugar de Negro. Rio de Janeiro, Marco Zero, 1982.</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">JESUS, Ilma Fátima de. Educação, Gênero e Etnia: uma estudo sobre a realidade educacional na comunidade remanescente de quilombo de São Cristóvão, Município de Viana, Estado do maranhão.2001. Dissertação (Mestrado em Educação – Centro de Ciências Sociais da Faculdade Federal do Maranhão, São Luís, 2001).</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se Negro. 2. ed. Rio de Janeiro, Graal, 1983.</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">MACLAREN, Peter. Multiculturalismo Crítico. São Paulo, Cortez, 1997.</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO – MNU. Mulher Negra. Força Rara. Biblioteca Lima Barreto. Série Formação. Salvador, MNU, 1998.________Programa de Ação – Estatuto. Salvador, 1990.</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">PACAVIRA, Manuel Pedro. NZINGA MBANDI. 3. ed. Luanda, 1985.</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">PACHECO, Mário Victor de Assis. Racismo, Machismo e “Planejamento Familiar”. 3. ed. Petrópolis,Vozes, 1984.</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">QUINTAS, Fátima (org.) Mulher Negra: Preconceito, Sexualidade e Imaginário. Recife, Massangana, 1995.</div>MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUhttp://www.blogger.com/profile/05994186866218803389noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-67082559042639224032008-10-12T22:52:00.006-03:002008-10-12T23:11:16.450-03:00EM DEFESA DA LUTA QUILOMBOLA<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWTl7H88uK4eoq6Ip76XEEEp5rYP9CHS5DcoWGuCg9Q7uuFt-Ql3WF17ui5ZVJYM23C95UJ_aXWnk-zSrHV4QEBYL69sR_6A-hL3hkwHhmNwpcn_qVod0GUtAAsegeGaFvfQC_XQ/s1600-h/LOGO+MNU+REDONDO+30.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5256451204173466818" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWTl7H88uK4eoq6Ip76XEEEp5rYP9CHS5DcoWGuCg9Q7uuFt-Ql3WF17ui5ZVJYM23C95UJ_aXWnk-zSrHV4QEBYL69sR_6A-hL3hkwHhmNwpcn_qVod0GUtAAsegeGaFvfQC_XQ/s320/LOGO+MNU+REDONDO+30.JPG" border="0" /></a><strong><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiXFZyHPb6mVblJWiIE29A3EKIWjp9kzLODilY2hf13QTUSNHrbVkV4NbRRwtTzkvWavnwbfOnE1nVtrzps5zlFFhOQg_S84zABiClY4won1MNAGVaVWMxo1PIHzWp27rFN_73Kw/s1600-h/quilombola.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5256453241281214210" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiXFZyHPb6mVblJWiIE29A3EKIWjp9kzLODilY2hf13QTUSNHrbVkV4NbRRwtTzkvWavnwbfOnE1nVtrzps5zlFFhOQg_S84zABiClY4won1MNAGVaVWMxo1PIHzWp27rFN_73Kw/s320/quilombola.jpg" border="0" /></a>MANIFESTO DO MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO EM DEFESA DA LUTA QUILOMBOLA.<br /></strong><br />O MNU QUE NESSE ANO COMEMORA OS SEUS 30 ANOS DE FUNDAÇÃO VEM PERANTE A POPULAÇÃO E O POVO BRASILEIRO DENUNCIAR A GRAVE SITUAÇÃO DE ATAQUE AOS DIREITOS DAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS.<br /><br />A LUTA QUILOMBOLA É SECULAR. NÓS E O CONJUNTO DAS ENTIDADES E ORGANIZAÇÕES DO MOVIMENTO NEGRO SOMOS HERDEIROS E FAZEMOS PARTE DESSA FRENTE.<br /><br />HOJE, INFORMALMENTE, SÃO MAIS DE CINCO MIL COMUNIDADES NOS MAIS VARIADOS GRAUS DE ORGANIZAÇÃO E MOBILIZAÇÃO PELA DEFESA DE SEUS DIREITOS E EM TODOS ESTADOS DA FEDERAÇÃO.<br /><br />AS REAÇÕES CONTRA ESSE PROCESSO DE LUTA E ORGANIZAÇÃO DO NOSSO POVO VEM MOSTRANDO A SUA FACE. A OPÇÃO DE “DESENVOLVIMENTO” OFICIAL EXCLUI A MAIOR PARTE DO POVO BRASILEIRO E ESPECIFICAMENTE POVO NEGRO E OS POVOS INDÍGENAS.<br /><br />AS COMUNIDADES QUILOMBOLAS VÊM SOFRENDO FORTE ATAQUE AOS SEUS DIREITOS NAS VÁRIAS ESFERAS DE ESTADO, COMO A AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADIN...) AJUIZADA PELO DEM (DEMOCRATAS EX-PFL); O PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO DE AUTORIA DO DEPUTADO DO PMDB DE SANTA CATARINA ( DEPUTADO VALDIR COLATTO (PMDB - SC) PROJETO DE LEI 3654).<br /><br />TODOS ESTES ATAQUES VISAM RETIRAR A EFETIVIDADE ARTIGO 68 DO ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 (QUE GARANTE A TITULAÇÃO DAS TERRAS DE QUILOMBO),BEM COMO, ATACAM CONQUISTAS EXPRESSAS NO DECRETO 4887/2003 (QUE REGULAMENTA PROCEDIMENTOS PARA DEMARCAÇÃO E TITULAÇÃO).<br /><br />TAIS ATAQUES REFLETEM OS INTERESSES DOS GRANDES LATIFUNDIÁRIOS RURAIS E URBANOS, GRANDES EMPREITEIRAS, EMPRESAS DE PAPEL E CELULOSE E MULTINACIONAIS CONTANDO COM CUMPLICIDADE DAS GRANDES EMPRESAS DE COMUNICAÇÃO (ESCRITA E FALADA).<br /><br />SÃO ESSAS PRESSÕES QUE EXPLICAM A IMINENTE ALTERAÇÃO NA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 20 DO INCRA, PELO GOVERNO FEDERAL, BUROCRATIZANDO E RETARDANDO O PROCESSO DE DEMARCAÇÃO E TITULAÇÃO DAS TERRAS QUILOMBOLAS (QUE JÁ É LENTO POIS NOS ÚLTIMOS 8 ANOS SOMENTE 7 COMUNIDADES FORAM TITULADAS) A REVELIA DAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS O QUE GEROU A CORRETA DENÚNCIA DO ESTADO BRASILEIRO PERANTE OIT (ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO) ,POR DESCUMPRIMENTO DA CONVENÇÃO 169 DA OIT, POR PARTE DE VARIAS ENTIDADES E ORGANIZAÇÕES DO MOVIMENTO NEGRO E QUILOMBOLA.<br /><br />ALERTAMOS QUE O MOMENTO É DE UNIDADE E VIMOS A PÚBLICO DENUNCIAR TODOS AQUELES QUE PROCURAM ISOLAR O MOVIMENTO QUILOMBOLA DO CONJUNTO DO MOVIMENTO NEGRO.<br /><br />A DERROTA DOS QUILOMBOLAS SIGNIFICARÁ UM RETROCESSO DE CONJUNTO NAS LUTAS E CONQUISTAS DO POVO NEGRO.<br /><br />NESSE SENTIDO CONVOCAMOS A TODOS(AS) PARA:<br /><br />REFERENDAR A DENÚNCIA FEITA POR ENTIDADES E COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO ESTADO BRASILEIRO À OIT POR DESCUMPRIMENTO DA CONVENÇÃO 169 DA OIT.<br /><br /><br />CONCLAMAR A TODOS(AS) A LUTA CONTRA RETIRADA DE DIREITOS E CONTRA O PL 3654 ( DEPUTADO VALDIR COLATTO (PMDB - SC) PROJETO DE LEI 3654VALDIR COLATO).<br /><br />PELA TITULAÇÃO IMEDIATA E SUSTENTABILIDADE DAS TERRAS QUILOMBOLAS .<br /><br />PELA CONSTRUÇÃO DE UM VINTE DE NOVEMBRO DE APOIO A LUTA QUILOMBOLA.<br /><br />MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO<br />_______________________<br /><br /><strong>INCRA dificulta processo de titulação dos territórios quilombolas e sucumbe às pressões do Agronegócio</strong> </div><br /><div align="justify"><br />Hoje o Instituto Nacional de Colonização de Reforma Agrária (INCRA), assim como o Governo Federal, sucumbiram às pressões e interesses do agronegócio, da bancada ruralista, das empresas transnacionais, modificando as normas para titulação dos territórios de remanescentes de quilombos. A Instrução Normativa n° 49, que substitui a de número 20, injustificavelmente dificulta o já penoso processo de titulação dos territórios quilombolas, o qual, por sua vez, dá cumprimento ao direito humano constitucional de que trata o art. 68 do ADCT.<br />A Instrução Normativa que regulamenta o procedimento de titulação já foi modificada em 2005, quando foi publicada IN n° 20. As dificuldades atualmente encontradas nos procedimentos de titulação não se referem às deficiências de normatização, mas, principalmente, à falta de estrutura adequada dos órgãos competentes. É fato notório que a maioria das superintendências do INCRA até hoje não dispõem de pessoal capacitado para promover o procedimento de titulação e a elaboração de Relatórios Técnicos. Na maioria dos casos a própria autarquia comete erros que levam constantemente à necessidade de refazer atos administrativos do procedimento de titulação. Sobre esta questão, ressalte-se que as iniciativas do Governo Federal têm sido extremamente tímidas e incapazes de atender à demanda de titulação. Durante o Governo Lula apenas 8 comunidades, de um universo de três mil, foram tituladas.<br />O Poder Judiciário tem confirmado a constitucionalidade do Decreto 4.887, assim como vinha fazendo com relação à Instrução Normativa n° 20 e como vem fazendo com aplicabilidade da Convenção 169 da OIT às comunidades quilombolas. A mudança da instrução normativa em nada contribuirá com o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta pelo DEM contra o Decreto Presidencial 4887/03 que determina a realização da titulação pelo INCRA, como justificou a AGU.<br />A norma publicada hoje no Diário Oficial teve sua modificação realizada através de um conturbado e não democrático processo conduzido pela Advocacia Geral da União. A AGU, sob as alegações de que fazia cumprir a convenção 169 da OIT, realizou uma pseudo consulta pública para outorgar suas deliberações pré-constituídas perante o movimento quilombola. Na pseudo consulta a AGU, assim como o Governo Federal, não cederam em qualquer ponto relevante de seus entendimentos, assim como não deram tempo e nem condições materiais para que o movimento quilombola pudesse refletir sobre o documento que se pretendia debater. A grande parte das propostas do Governo foi rejeitada pelo movimento quilombola<br />Agora as comunidades quilombolas não têm mais respeitado o seu direito de auto-identificação, conforme preconiza a Convenção 169 da OIT e o Decreto 4887/03. Até para requerer a abertura do processo de titulação de seu território precisam que a Fundação Cultural Palmares lhes diga se são ou não remanescentes de quilombos.<br />A mudança no procedimento administrativo do INCRA chegou mesmo a violar a liberdade de profissão do antropólogo, quando a este pré-dermina a elaboração de um relatório antropológico demasiada e injustificadamente complexo e burocrático. A Associação Brasileira de Antropologia também já havia se manifestado tecnicamente contra a publicação da nova norma pelo INCRA.<br />A publicação do novo procedimento administrativo vem consolidar um entendimento que já está explicito na forma com que o Governo Federal, assim como o INCRA, vem tratando a questão da regularização fundiária de territórios tradicionais, em especial os das comunidades remanescentes de quilombo. Muitos recursos, atenção e dedicação ao agronegócio, ao agrocombustível, à monocultural que concentra renda e gera desigualdade social. Para os povos tradicionais do Brasil algumas migalhas, nenhuma terra, ou no máximo a que sobrar, recursos públicos inacessíveis e a sorte de continuar a sobreviver como estão acostumados: às custas de suor, sangue e lágrimas.<br />INFORME-SE<br />Governo refaz Instrução Normativa sobre território quilombola<br />Para a organização de direitos humanos Terra de Direitos, o texto da Instrução Normativa veio para burocratizar ainda mais o processo de titulação de territórios quilombolas.<br />Em tempos de questionamento e revisão da Instrução Normativa sobre a titulação de territórios quilombolas, vale a pena procurar pelos arquivos alguns dados que façam reviver a longa trajetória pela titulação de terras quilombolas no Brasil.<br />Não precisa ir muito longe. Basta voltar para abril deste ano, nos dias 15 e 17, quando uma consulta pública foi realizada em Luziânia (GO) pela Advocacia Geral da União para analisar as mudanças governamentais na IN 20 do INCRA. A proposta de alteração passou rapidamente pelos olhos de alguns representantes quilombolas durante a consulta, que não tiveram suas principais propostas acatadas pelo governo.<br />Apenas uma pergunta fica no ar: está o governo buscando aperfeiçoar a garantia dos direitos dos quilombolas ou reforçar os interesses dos grupos econômicos e de alguns parlamentares e suas bancadas conservadoras?<br />Consulta pública demonstrou a má-fé do governo<br />A consulta foi realizada em apenas três dias, sem que o texto fosse anteriormente disponibilizado às comunidades, não permitindo aos quilombolas a possibilidade de analisar a proposta de mudança feita através da Instrução Normativa. Além disso, as proposições das comunidades quilombolas não tiveram caráter deliberativo. Os próprios quilombolas rechaçaram praticamente todas as alterações feitas pelo governo e as contra propostas apresentadas, via de regra, não foram aceitas pelo Governo Federal.<br />A convenção 169 da OIT garante que as consultas públicas “realizadas na aplicação desta Convenção deverão ser efetuadas com boa fé e de maneira apropriada às circunstâncias, com o objetivo de se chegar a um acordo e conseguir o consentimento acerca das medidas propostas”.<br />Diante da plenária os representantes do Estado diziam que as mudanças propostas iriam agilizar o andamento dos processos e facilitar a titulação dos territórios. Por outro lado pode-se verificar que as mudanças burocratizam o processo administrativo e servem apenas àqueles que se opõe à titulação dos territórios quilombolas.<br />Acompanhe quais foram as propostas dos quilombolas pelo site <a href="http://www.terradedireitos.org.br/">http://www.terradedireitos.org.br/</a> .<br />Falta de consenso marca a atuação do Legislativo e do Judiciário<br />O direito das comunidades quilombolas à titulação de suas terras é assegurado pelo artigo 68 do ADCT da Constituição Federal, a norma garantidora de direitos fundamentais, portanto com aplicação imediata. O conteúdo normativo é por si suficiente, havendo apenas a necessidade de regulamentação para uma atuação administrativa adequada. Daí surge a necessidade do decreto presidencial, uma vez que estão suficientemente indicados no plano normativo: o objeto de direito (a propriedade definitiva das comunidades dos quilombos), seu sujeito ou beneficiário (os remanescentes das comunidades dos quilombos), a condição (a ocupação tradicional das terras), o dever correlato (reconhecimento da propriedade e emissão dos títulos respectivos) e o sujeito passivo ou devedor (o Estado, Poder Público).<br />No entanto os setores conservadores se mobilizam para tornar a regularização um procedimento o mais burocrático possível. O decreto, por exemplo, é tema de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade de autoria do Partido da Frente Liberal (PFL), atual Democratas (DEM), no STF. A Adin foi proposta em 2004 e ainda não foi julgada.<br />Na Câmara dos Deputados, o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC) é o autor do Projeto de Decreto Legislativo 44/2007, que suspenderia a aplicação do Decreto 4.887 e todos os atos administrativos decorrentes. O projeto foi rejeitado pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias e aprovado, com modificações, na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.<br />Já no poder judiciário as decisões têm sido muito favoráveis a legislação que trata da regularização do território quilombola, incluindo a Instrução Normativa n° 20, que acaba de ser revogada. A Desembargadora Federal Maria Lúcia Luz proferiu voto, acolhido à unanimidade pela 3ª turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, reconhecendo a aplicabilidade imediata do art. 68 do ADCT, seu caráter de norma garantidora de direito fundamental, a constitucionalidade do decreto 4887/2003 e da IN n° 20 do INCRA. Salientou ainda que caso o decreto 4887/03 fosse declarado inconstitucional, ou mesmo se a IN n° 20 deixasse de ser aplicada, o estado brasileiro poderia sofrer sanções internacionais por descumprimento de tratados internacionais que garantem direitos às comunidades quilombolas.<br />fonte: Terra de Direitos </div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"><strong>CARTA DE REPÚDIO AOS ATAQUES CONTRA O POVO QUILOMBOLA</strong><br /><br />O povo quilombola vem sofrendo graves ataques e perseguições das mais diversas formas,<br />promovidos pelo Governo brasileiro que prioriza os interesses do Agro-hidronegócio que veio para<br />massacrar os Povos e Populações Tradicionais, entre eles os Afro-descedentes . Através da<br />Advocacia Geral da União (AGU) retiram direitos, afrontam o decreto 4887/2003, a convenção<br />169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a serviço dos latifundiários e das grandes<br />empresas Multi-Multinacionais.<br />Como se não bastasse a produção de eucaliptos nos estados de Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais<br />e Rio de Janeiro; a produção de soja em vários estados brasileiros; a transposição das águas do Rio<br />São Francisco; as construções de grandes barragens em vários estados brasileiros; a construção do<br />gasoduto no Espírito Santo; concessão de terras para expansão do agro-negócio no Norte do Brasil;<br />e o descaso com os quilombolas da Marambaia-RJ e de Alcântara -MA.<br />O decreto nº 4887/03, que trata da regulamentação das terras de Quilombos, está sendo atacado no<br />Congresso Nacional pela bancada ruralista, representada pelo partido dos Democratas (Dem),<br />numa Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), onde é defendida a necessidade de uma lei<br />disciplinando o artigo 68 do ADCT e também representada pelo Deputado Federal do PMDB de<br />Santa Catarina, Valdir Colatto, que entrou com o Projeto de Decreto Legislativo propondo a<br />sustação do Decreto 4887/2003.<br />Este mesmo grupo também defende a não aplicabilidade da Convenção 169 da OIT que trata dos<br />povos indígenas e tribais e são contrários a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, com texto<br />que trata da regularização fundiária dos territórios de quilombos, ou seja, todos os instrumentos<br />legais que beneficiam a nossa luta estão passando por um processo muito forte de perseguição.<br />Na maioria dos Territórios Quilombolas a efetivação das políticas tão divulgadas no Programa<br />Brasil Quilombola e, mais recentemente, na Agenda Social Quilombola, são uma precariedade a<br />exemplo da saúde, educação, acessibilidade (estradas de acesso), geração de trabalho e renda, e<br />principalmente a regularização dos territórios Quilombolas.<br />Para o Movimento Quilombola existem atualmente mais de 3.000 comunidades quilombola nos<br />mais diversos processos.<br />Desde a promulgação da Constituição federal em 1988, O Cadastro Geral de Remanescentes das<br />Comunidades dos Quilombos – sob responsabilidade da Fundação Cultural Palmares, entidade<br />vinculada ao Ministério da Cultura – registra a existência de apenas 1.228 comunidades<br />quilombolas.<br />Até junho de 2008, apenas 143 comunidades quilombolas haviam recebido o título de propriedade<br />de seu território. Esse número representa apenas 12% do total de comunidades até agora<br />catalogadas pela Fundação Cultural Palmares e nem 5% da totalidade estimada pelo movimento<br />social, indicando que a atuação governamental ainda está muito aquém do necessário para garantir<br />o direito à terra, previsto nos artigos 13 e 14 da Convenção -169 da OIT.<br />Com o argumento de defender a manutenção do decreto 4887/2003, o governo formou um grupo<br />de trabalho para alterar a Instrução Normativa de Nº 20.<br />De acordo com a Convenção 169 da OIT é obrigatória a consulta de boa fé aos quilombolas com o<br />objetivo de haver consentimento, antes da efetivação de qualquer ação que venha a afetar seus<br />espaços, suas culturas, seu modo de viver e fazer nos seus territórios.<br />Ocorre que nunca fomos consultados sobre a maioria das ações acima mencionadas, com exceção<br />da alteração da Instrução Normativa em que o governo ensaiou uma consulta que não podemos<br />considerar legal, pois já recebemos o documento pronto e tivemos apenas três dias para ouvir a<br />apresentação do documento pelo governo e colocar os nossos questionamentos.<br />Nesta consulta percebemos que as propostas de alteração dos artigos da IN retrocedem<br />absurdamente quanto à efetivação dos direitos quilombolas. Por isso não houve consentimento da<br />nossa parte na maioria das alterações e segundo o GT aquele documento seria encaminhado para o<br />Presidente da República dar o veredicto final.<br />Não entendemos como o governo estava tão preocupado e apressado em alterar a IN do Incra, pois<br />a consulta foi realizada em abril de 2008 e só agora em 19 de setembro de 2008 teve a aprovação<br />do presidente Lula. Mesmo assim, sem levar em consideração as nossas discordâncias, o que torna<br />o documento ilegal, pois não houve acordo sobre a maioria dos pontos aprovados na alteração da<br />IN 20.<br />Por entender que a nova IN fere profundamente os nossos direitos garantidos na convenção 169 da<br />OIT - em especial o princípio da boa-fé, centrando fogo no recuo em relação ao conceito de<br />território, auto-identificação, e supressão da competência do INCRA, previstas no decreto<br />4887/2003 - encaminhamos em 01 de setembro de 2008 uma comunicação à OIT manifestando a<br />nossa insatisfação e sugerindo uma série de recomendações.<br />O que mais chama a atenção é que todo esse retrocesso, com os argumentos de estar defendendo a<br />manutenção do decreto 4887, não impediu a pressão da bancada ruralista para a aprovação dos<br />projetos de lei e da ADIN, que continuam tramitando no Supremo Tribunal Federal, podendo ser<br />votadas a qualquer momento.<br />Nós queremos apenas usufruir dos espaços que os nossos ancestrais conquistaram a custa do seu<br />suor e do seu sangue derramado nas duras batalhas para defender um futuro digno para os seus<br />descendentes.<br />Diante do exposto, conclamamos a todos os segmentos defensores das causas dos oprimidos que<br />apóiem a nossa luta nas reivindicações que se seguem:<br />- Que o Presidente da República respeite as posições dos quilombolas que rechaçaram as propostas<br />de alterações feitas pelo governo. Para que a consulta fosse considerada de boa-fé, nos moldes da<br />OIT, somente os pontos consentidos pelos quilombolas deveriam ser alterados;<br />- A urgência na realização de uma audiência do Presidente Lula com reprentantantes da CONAQ e<br />com as representações estaduais dos quilombolas, dando as condições necessárias para que haja de<br />fato a participação dos quilombolas, os maiores prejudicados;<br />- Aplicabilidade da Convenção 169 da OIT em todos os atos que causem impactos na vida dos<br />quilombolas;<br />- A imediata aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, conforme a redação aprovada no Senado<br />Federal;<br />- A manutenção da constitucionalidade do Decreto 4.887/2003;<br />- Que os Deputados, Senadores e o Supremo tribunal federal Rejeitem os Decretos Legislativos Nº<br />44/2007 do (Deputado Valdir Collato do PMDB SC) e ação de inconstitucionalidade (PFL atual<br />Democratas) contra o decreto 4887/2003.<br />- Que o Governo Federal acate as proposta apresentadas pelos quilombolas na alteração da IN<br />20/2005 do Incra apresentadas na Consulta Pública realizada em abril de 2008;<br />- Imediata agilidade nos processos de identificação, reconhecimento, demarcação e titulação dos<br />Territórios Quilombolas;<br />- Desburocratização do acesso às políticas públicas, em especial às divulgadas na Agenda Social<br />Quilombola e no Programa Brasil Quilombola, priorizando de fato as organizações quilombolas; e<br />- Que o governo priorize a criação de programa de estado, ao invés de programa de governo, que<br />venha beneficiar os quilombolas.<br />9 de outubro de 2008.<br /><br />ASSINAM ESTE DOCUMENTO AS SEGUINTES ORGANIZAÇÕES E PESSOAS:<br />COORDENAÇÃO NACIONAL DE ARTICULAÇÃO DAS COMUNIDADES NEGRAS RURAIS<br />AGENTES DE PASTORAL NEGROS DO BRASIL.<br />ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE AÇÃO INDIGENISTA<br />ASSOCIAÇÃO DAS COMUNIDADES NEGRAS RURAIS QUILOMBOLAS DO RIO DE JANEIRO<br />ASSOCIAÇÃO DOS AGRICULTORES E DAS AGRICULTORAS FAMILIARES DO SÍTIO POÇO VERDE<br />ASSOCIAÇÃO DE ADVOGADOS DE TRABALHADORES RURAIS DA BAHIA<br />ASSOCIAÇÃO QUILOMBOLA DE CONCEIÇÃO DAS CRIOULAS<br />CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO ELOY FERREIRA DA SILVA<br />COMISSÃO ESTADUAL DE COMBATE A DISCRIMINAÇÃO RACIAL - CECDR- CUT DO RIO GRANDE DO SUL.<br />CIRCULO PALMARINOCEAP - RJ<br />CEN - COLETIVO DE ENTIDADES NEGRASCENTRO DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO – RJ<br />CENTRO DE CULTURA LUIZ FREIRE<br />COORDENADORIA ECUMÊNICA DE SERVIÇO<br />CENTRO PELO DIREITO À MORADIA CONTRA DESPEJOS<br />COMISSÃO PRÓ-ÍNDIO DE SÃO PAULO<br />COMUNIDADE ANGO CONGOLESA NO BRASIL<br />COORDENAÇÃO DAS COMUNIDADES NEGRAS RURAIS QUILOMBOLAS DO MATO GROSSO DO SUL<br />FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.<br />FEDERAÇÃO DAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS DE MINAS GERAIS - N´GOLO<br />FORUM ESTADUAL DE MULHERES NEGRAS - RJ<br />GRUPO DE TRABALHO SOBRE REGULARIZAÇÃO DE TERRITÓRIOS QUILOMBOLAS DE MINAS GERAIS<br />INSTITUTO DE ASSESSORIA AS COMUNIDADES REMANESCENTES DE QUILOMBO<br />JUSTIÇA GLOBAL<br />KOINONIA PRESENÇA ECUMÊNICA E SERVIÇO<br />MOVIMENTO NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS<br />MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO- BRASIL<br />MARIA DE LOURDES SANTOS DA SILVA - DIRETORA DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ALVORADA - RS ESPAÇO DIVERSIDADE.<br />REDE SOCIAL DE JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS<br />SINDICATO DOS SERVIDORES FEDERAIS/ RS<br />TERRA DE DIREITOS<br />PASTOR ERVINO SCHMIDT - PRESIDENTE DO CONIC-RSSECRETARIA DE GÊNERO RAÇA E ETNIA DO SINDSPREV - RJ</div><div align="justify">INSTITUTO DE PESQUISA AFRO BRASILEIRA - RJ </div>MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUhttp://www.blogger.com/profile/05994186866218803389noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-29167581293355192962008-09-15T22:31:00.003-03:002008-09-15T22:56:17.343-03:00Tribunal Popular<div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqJDc1gg-XYztcunMqKltxei6AdEwJnzZ7aqyTFk79ArFm_MMh5ZTHA1TLY7q1tQXTMyDYSVw0i1rL8qNKVgpsGw9h8yqmTyZ9JJ3qINqSvtfZidQAkPeMZCrTQyrGuUKJAhL0Sg/s1600-h/justiça.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5246429086565336610" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqJDc1gg-XYztcunMqKltxei6AdEwJnzZ7aqyTFk79ArFm_MMh5ZTHA1TLY7q1tQXTMyDYSVw0i1rL8qNKVgpsGw9h8yqmTyZ9JJ3qINqSvtfZidQAkPeMZCrTQyrGuUKJAhL0Sg/s320/justi%C3%A7a.jpg" border="0" /></a><strong>O Estado Brasileiro no Banco dos Réus</strong> <div align="justify"><br />Desde o final dos anos oitenta, com a promulgação da Constituição Federal em 1988 e com a realização de eleições diretas para todas as esferas de governo do país, o Brasil vem sendo considerado um Estado Democrático de Direito - sendo inclusive signatário dos principais tratados e convenções internacionais que regulam os direitos fundamentais da pessoa humana. Neste ano de 2008, em que será comemorado o 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, aprovada pela ONU, no Brasil comemoram-se também outras datas históricas que seriam marcos da construção de uma ordem democrática, como a abolição formal da escravatura em 1888 e a já citada Constituição de 1988.<br />Entretanto, estas comemorações enaltecem ordenamentos jurídicos cujas garantias aos cidadãos, como se sabe, não estão sendo colocadas em prática. Muito ao contrário, no caso brasileiro, o que vemos é o Estado, por meio de agentes dos seus três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e ao nível da União e dos Estados da Federação, violar sistematicamente os direitos humanos das populações pobres do campo, das favelas e periferias urbanas (com ainda mais violência contra jovens negros, quilombolas, indígenas e seus descendentes) . A cada dia fica mais evidente que o Estado brasileiro é um dos principais agentes violadores dos direitos humanos, sendo ele justamente a instituição que, nos seus próprios termos, deveria garantir os direitos e a segurança, e promover a justiça social.<br />Na verdade, o que sentimos cotidianamente é que se trata de um Estado penal habituado a julgar, condenar e punir uma ampla parcela de seus cidadãos, sobretudo a maioria mais pobre (indígena e negra, em especial). Um Estado que tem procurado criminalizar cada vez mais os trabalhadores desempregados ou empregados, criminalizar exatamente as organizações, sindicatos e movimentos sociais populares que lutam pelo cumprimento dos direitos básicos renegados por ele próprio, reivindicando uma justiça social mais ampla e por esta razão sendo reprimidos com medidas verdadeiramente fascistas. Um Estado também célere em praticar prisões preventivas e manter presas sem julgamento pessoas que na maior parte das vezes cometeram (ou supostamente cometeram) pequenos delitos contra o patrimônio dos ricos ou contra a chamada “ordem social”.<br />Enquanto isso, assistimos o tratamento absolutamente diferenciado e privilegiado, em todos os níveis, àqueles poucos ricos e famosos cujos altos crimes vêm à tona, e que ainda assim seguem desfrutando da garantia de impunidade no Brasil e no exterior. Por outro lado, esse mesmo Estado penal aplica somente para os pequenos crimes praticados ou supostamente praticados por pessoas pobres da periferia (como furtos e o comércio miúdo de drogas) uma punição desproporcional, com penas elevadíssimas. E ainda, depois de questionável julgamento, é esse mesmo Estado penal que não respeita as garantias previstas em sua própria Lei de Execuções Penais, em grande medida pela omissão e inoperância do Poder Judiciário, muitas vezes agindo de maneira deliberada. <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFTxDvU2aoCQahSBvML23MX_GgQVtUmy3vBCTahDLYe29njItGBXJ07Al_RQ8yHKYjTunUpZFfWcEAcG_E39t7jYnoUmzOKYkBe4h8vqWqNTN_l0mvhfs_LDYNFARwH-D5LxKn8Q/s1600-h/carmichael.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5246429774827989746" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFTxDvU2aoCQahSBvML23MX_GgQVtUmy3vBCTahDLYe29njItGBXJ07Al_RQ8yHKYjTunUpZFfWcEAcG_E39t7jYnoUmzOKYkBe4h8vqWqNTN_l0mvhfs_LDYNFARwH-D5LxKn8Q/s320/carmichael.jpg" border="0" /></a><br />Como se não bastasse, a ação violenta das polícias contra movimentos sociais e comunidades pobres não só é constante (geralmente garantidas pelas históricas “ordens de despejo” e pelas rotineiras “operações militares”, ou por esta nova esdrúxula criatura jurídica batizada de “mandado de busca e apreensão coletivo”), como é comum acabar em execuções sumárias concentradas ou difusas. Tal Estado, portanto, tem também seu lado exterminador. Conforme relatório preliminar de Philip Alston, relator da própria Organização das Nações Unidas para execuções sumárias e extrajudiciais, apresentado em maio de 2008: os policiais matam em serviço e fora de serviço. Porém, nenhuma investigação é feita em relação ao pretexto para a execução, isto é: a "suspeita" e o suposto confronto. Todo caso é classificado de "Resistência Seguida de Morte" ou "Auto de Resistência", e a investigação se concentra na vida do morto. Sabe-se, no entanto, que os policiais são preparados ideológica e praticamente para matar.<br />Por último, é também na qualidade de Estado Democrático de Direito que o Brasil tem sido convidado a participar com destaque de missões militares e “humanitárias” da Organização das Nações Unidas. Como, por emblemático exemplo, a Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah), a respeito da qual a cada dia chegam mais denúncias de mortes, abusos e violências de vários tipos contra a população negra pobre daquele país. Denúncias que se somam aos crescentes indícios de que tais experiências internacionais seriam, na verdade, laboratórios militares para intercâmbio de operações repressivas desdobradas, sobretudo, contra comunidades pobres e movimentos populares nos territórios nacionais.<br />Diante dessa realidade, por iniciativa de uma série de organizações e movimentos sociais do Brasil, está sendo proposta a realização de um Tribunal Popular que julgue o Estado brasileiro. Um tribunal que mostre a responsabilidade do Estado por todas estas violações cotidianas, que proponha uma reflexão profunda sobre sua atuação. Nossa iniciativa pretende inverter radicalmente esta lógica unilateral que está naturalizada e acobertada pela suposta "lógica democrática", explicitando as inúmeras contradições e barbaridades da atual ordem social capitalista que tem exatamente neste Estado um instrumento privilegiado para a reprodução ampliada de suas injustiças e violências.<br />Por isso, propomos um Tribunal que coloque o próprio Estado no Banco dos Réus, nos moldes de várias outras iniciativas populares semelhantes, com um caráter crítico, didático e conscientizador. Vamos colocar o Estado Brasileiro diante das leis internacionais e nacionais que ele mesmo reconhece formalmente, mas não cumpre.<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNbZKTY9jHZd70K3SkQ-pcWrRcGnbZocOs8QvgCqzwbrFfBCyj_op3mlUwSS2cgvGtOI87JfoKqvLiBMylpIpPF-9h4UxbVNg9RLKY86B3flFR-rWoLV5MPlCKjjBNrYkZ1Z3HmA/s1600-h/angela.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5246430268855221314" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNbZKTY9jHZd70K3SkQ-pcWrRcGnbZocOs8QvgCqzwbrFfBCyj_op3mlUwSS2cgvGtOI87JfoKqvLiBMylpIpPF-9h4UxbVNg9RLKY86B3flFR-rWoLV5MPlCKjjBNrYkZ1Z3HmA/s320/angela.jpg" border="0" /></a>O Tribunal Popular, assim, se estenderá por quatro grandes áreas emblemáticas:<br /><br /><strong>· Violência estatal sob pretexto de segurança pública em comunidades urbanas pobres: dentre outros, o caso do Complexo do Alemão no Rio de Janeiro;<br /><br />· Violência estatal no sistema prisional: a situação do sistema carcerário e as execuções sumárias da juventude negra pobre na Bahia;<br /><br />· Violência estatal contra a juventude pobre, em sua maioria negra: os crimes de maio/2006 em São Paulo e o histórico genocida de execuções sumárias sistemáticas;<br /><br />· Violência estatal contra movimentos sociais e a criminalização da luta sindical, pela terra e pelo meio-ambiente.<br /></strong>Num momento em que vem à tona a discussão sobre a “a memória e a verdade” acerca das torturas e assassinatos cometidos pela ditadura civil-miltar anterior, pretendemos deixar muito claro que toda violência contínua do Estado Brasileiro e de seus agentes, lesiva à humanidade ontem e hoje, não prescreverá jamais no juízo histórico de sua população. Nesse sentido, conclamamos todos(as) a estarem presentes, contribuírem e participarem deste processo já iniciado que culminará, nos dias 04 a 06 de Dezembro de 2008, com a realização do "Tribunal Popular: o Estado Brasileiro no banco dos réus" na Sala dos Estudantes da Faculdade de Direito (USP), no Largo São Francisco em São Paulo-SP. Até lá, uma série de iniciativas relacionadas serão realizadas, para as quais todos(as) estão convidados (as).<br /><br /><br /><br /><strong>ASSINAM ESTA 1ª CONVOCATÓRIA:</strong><br /><br />ALAIETS, ASFAP/BA, Associação Amparar, APROPUC-SP, Assembléia Popular, Brasil de Fato, CAJP Mariana Criola, CDHSapopemba, CIMI-SP, Coletivo Contra Tortura, Comitê Contra a Criminalização da Criança e Adolescente, Conselho Federal de Serviço Social, Conselho Regional de Psicologia 6ª região, Conselho Federal de Serviço Social, Comunidade Cidadã, CONLUTAS, Consulta Popular, Correio da Cidadania, CRP/RJ, DCE-Livre UFSCAR, DCE-Livre USP, Escritório Modelo DOM Paulo Evaristo Arns (PUC-SP), Fórum da Juventude Negra/BA, Fórum das Pastorais Sociais e CEBs da Arquidiocese de SP, Fórum Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente/ SP, Fórum Social por uma Sociedade sem Manicômios, IDDH/RJ, Instituto Carioca de Criminologia, Instituto Pedra de Raio/BA, Juízes pela Democracia, Justiça Global, Kilombagem, MLST, INTERSINDICAL, Movimento Defesa da Favela, Movimento Negro Unificado (MNU), MST, NEPEDH, Observatório das Violências Policiais de São Paulo (OVP-SP), ODH Projeto Legal, Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência/RJ, Quilombo X/BA, Reaja ou será mort@/BA, Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, Resistência Comunitária/BA, Sindicato dos Advogados de SP, SINTUSP, Tortura Nunca Mais/RJ</div></div>MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUhttp://www.blogger.com/profile/05994186866218803389noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-12607866351413379582008-09-03T19:26:00.006-03:002008-09-05T10:16:01.279-03:00Ato Pela Retirada das Tropas Brasileiras do Haiti<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhntqJYaHI6vZ0_x61lGBxlc6wsk47QNHqlq9spKvIgtH-cEsPGtqjst6XZTWyaIzfJMIPNEUVamubfXkb8LJh9od26VNhz0mDOEwIs_MXPFdu_s6fPf9BUsKv2x_ifThiix7k9w/s1600-h/S7302297.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5241934229066702546" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhntqJYaHI6vZ0_x61lGBxlc6wsk47QNHqlq9spKvIgtH-cEsPGtqjst6XZTWyaIzfJMIPNEUVamubfXkb8LJh9od26VNhz0mDOEwIs_MXPFdu_s6fPf9BUsKv2x_ifThiix7k9w/s320/S7302297.JPG" border="0" /></a><strong>ALESP, 20.08.08, Auditório Franco Montoro<br /><br /><br />Por David Josué<br /></strong><br />Sinto-me grato, honrado e com humildade falo a vocês em nome dos haitianos que não mais estão vivos para falar e em nome de todos os haitianos e amigos do Haiti que desejam uma solução pacífica e não militar para a situação no Haiti.<br />Todos nós gostaríamos de virar a página e começar tudo de novo, com um Novo Haiti; um Novo Haiti onde todos os haitianos em toda parte, e pessoas que descendam de haitianos em qualquer parte possam participar constitucionalmente do Renascimento do Haiti.<br />É chegado o tempo de calar as armas.<br />É chegado o tempo para a paz duradoura.<br />Pelo bem do Haiti, é chegado o tempo de Trégua no Haiti e do fim da luta armada.<br />É chegado o tempo para que a atual presença militar no Haiti chegue ao fim. A manutenção da lei e da ordem num perímetro urbano é uma questão policial e não para tropas militares. O Haiti necessita de assistência da força policial, ajuda financeira, de trabalhadores humanitários e da ajuda dos haitianos de toda parte para participar do desenvolvimento do Haiti.<br />É chegado o momento de os haitianos agirem pró-ativamente no sentido de prepararem-se para assumir a responsabilidade que os aguarda depois que a MINUSTAH (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti) partir. Atualmente, a MINUSTAH representa, em princípio, a Estabilização mas, na prática, é a ocupação.<br />É chegado o tempo de os soldados saberem quando voltarão para casa, para seu amado Brasil, e os outros, para suas respectivas terras natais. Muito freqüentemente, o emprego de soldados brasileiros e de outros soldados estrangeiros - nas já depauperadas vizinhanças do Haiti - para prender um ou dois transgressores resulta na desafortunada morte de mulheres, crianças e espectadores. O que os Brasileiros que lideram os soldados das Nações Unidas fizeram a pessoas inocentes do Haiti é pior do que as Forças Armadas do Haiti foram acusadas de fazer. Imaginem os desarmados, já assustados e traumatizados civis que falam ‘Creoule’ tentando reagir a soldados que lhes gritam ordens em português, árabe, cingalês, tâmil ou em espanhol.<br />Já faz quatro anos que as famílias no Haiti estão vivendo com medo das tropas estrangeiras e também são forçados a pagar grandes somas pelo retorno de pessoas queridas que são seqüestradas em função da urgência de seqüestradores, recebendo em troca apenas corpos mutilados e sem vida...<br />Testemunhas oculares e sobreviventes relataram que, durante uma partida de futebol organizada em prol da paz em Martissant, muitos foram metodicamente executados no estádio, enquanto as tropas assistiam sem nada fazer, como em Ruanda.<br />O que será necessário para que se investigue o que houve de errado naquele dia?<br />Tudo aquilo de acordo a soma de $535,372,800.00 ao ano, $44,614,400.00 ao mês, $1,593,371 ao dia... sim, isso significa um custo de $66,390 por hora para manter os soldados no Haiti e isto vem ocorrendo há quatro anos. <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlhgb0fgFya4_JEgvywe0DMCHoBLmdwDg4zQitDVwpuw4YsuXAGSi5lkAbsovdW_DBZ7J2N4hGgUzL6ibNGa2iQ8__xagUietIYRWMs_s7NhdpRaFkk9iZVKm3JgfkpdFEtNA_NQ/s1600-h/S7302294.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5241934868967397618" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlhgb0fgFya4_JEgvywe0DMCHoBLmdwDg4zQitDVwpuw4YsuXAGSi5lkAbsovdW_DBZ7J2N4hGgUzL6ibNGa2iQ8__xagUietIYRWMs_s7NhdpRaFkk9iZVKm3JgfkpdFEtNA_NQ/s320/S7302294.JPG" border="0" /></a></div><div align="justify"><br />Ainda assim, a fome, a insegurança e a segregação politica estão em vantagem, enquanto as mortes de civis inocentes são numerosas.<br />Face à fragilidade das construções em Cite Soleil e do poder das forças armadas com seus projéteis, capazes de penetrar em metais, madeira e casas de concreto, quantos alvos esperava-se que as tropas atingissem ao disparem 22,000 rodadas de munição numa populosa área de civis? Aquilo foi escandaloso e exagerado, considerando a evidente vantagem militar das tropas, de um lado e, de outro, as perdas e danos para a população civil - o que poderia ter sido evitado. Em 3 de Julho de 2008, o mundo tomou conhecimento de que 15 reféns foram resgatados das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e nenhum tiro foi disparado. O General Freddy Padilla disse “queríamos que acontecesse como foi hoje, sem um único tiro, sem nenhum ferido, totalmente sãos e salvos e sem nenhum arranhão”.<br />As tropas das Nações Unidas, lideradas por Brasileiros, ao contrário, adentraram Cite Soleil para prender um homem, sob pretexto de que ele mantinha a população refém através de intimidação e outras alegações; 10,000 disparos foram feitos de pesadas armas automáticas e canhões de 30mm naquela populosa favela à beira-mar. O suspeito pelo qual procuravam não foi encontrado. Não obstante, deixaram uma trilha de desastre e um precedente terrível para trás.<br />Como, então, podem pedir-nos para confiar nestes soldados, quando pelo programa SAVE THE CHILDREN (Salvem as Crianças) o mundo tomou conhecimento sobre o envolvimento de soldados das Nações Unidas em estupros, exploração sexual e tráfico de mulheres e crianças de até 6 anos de idade no Haiti e no Sudão?<br />Serão lembrados todos os bebês, crianças, homens e mulheres que encontraram a morte prematura pelas mãos da missão liderada por brasileiros. Eles não podem simplesmente ser esquecidos como se fossem Danos Civis Colaterais; o Haiti não está em guerra.<br />Eu gostaria que o Brasil fosse lembrado como o país que tornou possível a paz no Haiti, sem o uso de uma solução militar.<br />A postura dos soldados não induz a confiança na população civil de que seja uma Missão de paz, mas induz à população na crença de que a missão se voltou contra civis desarmados, os quais haviam jurado proteger. A estabilização, no nome, mas ocupação, na prática, é um problema.<br />A solução haitiana não é militar. Não vou adotar uma postura nacionalista incerta; nós iremos precisar da assistência de nossos amigos em diversos projetos. Precisaremos de tratores para a agricultura, mas não precisaremos de tanques e outras armas de guerra.<br />Precisamos vivenciar a implementação de políticas voltadas para o povo, que reconstruirão o Plaine du Sud, o vale de Artibonite e as cestas de pães do Haiti uma vez mais.<br />Segundo um Artigo da Associated Press, publicado no Miami Herald em 20 de julho de 2008, que foi citado num Relatório de uma Agência Norte-Americana de Desenvolvimento Internacional “…da efusão de garantias internacionais, que incluíram mais de 40.000 toneladas de alimentos cuja finalidade era amenizar a emergência, no início de Julho de 2008, menos de 2% tinham sido distribuídas”.<br />O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não queria que se repetisse no Haiti a matança e o caos ocorridos em Ruanda depois da partida da MINUSTAH. Estas palavras são a prova de que ele é um homem de compaixão e a compaixão não é apenas uma virtude, mas uma obrigação.<br />A história agradecerá Vossa Excelência por comandar a retirada pacífica das tropas no Haiti e evitar a perda das vidas que mencionou.<br />Distintos Membros do Congresso Brasileiro, seu país aceitou o papel de Nação Líder no Haiti e vocês devem ter motivos por terem feito isso. Portanto, eu lhes peço que ouçam seus eleitores e apóiem a Agenda para a Paz e Reconciliação, bem como para o fim das operações militares no Haiti.<br />Peço às Igrejas que não permaneçam caladas diante de nossos problemas e que o clero não permaneça inepto. <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXNUDoxHkrCA-y6Kwwv3qWn6KGWSRQjFDOk8tB72Gp45JTRr8HyM7etdAyKc1rC9rXOLBPJNz8gDM78c6nN8f7LlkPFaGK2J2Y4s0gtOkJMZG_Au5BXY_nUc_5fTFp3JuGauY4dA/s1600-h/S7302292.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5241936467991515682" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXNUDoxHkrCA-y6Kwwv3qWn6KGWSRQjFDOk8tB72Gp45JTRr8HyM7etdAyKc1rC9rXOLBPJNz8gDM78c6nN8f7LlkPFaGK2J2Y4s0gtOkJMZG_Au5BXY_nUc_5fTFp3JuGauY4dA/s320/S7302292.JPG" border="0" /></a><br />Por favor, acabem com a ocupação em memória das crianças inocentes que morreram e dos órfãos que estão lutando para sobreviver a todas as desigualdades.<br />Quando as famílias brasileiras falarem sobre o Haiti, que seja sobre férias ou oportunidades de negócios, mas não sobre onde seus entes queridos perderam a vida.<br />Quando as famílias haitianas pensarem sobre o Brasil, que seja no sentido de tentar igualar-se à história de sucesso desta república, mas não de soldados brasileiros que dispararam as armas de guerra que mataram seus entes queridos.<br />Nenhuma vida deve ser apagada. Nem a dos soldados brasileiros, nem a de cidadãos do Haiti.<br />Nós os povos da América Latina, do Sul e Central e das Ilhas Caribenhas, devemos viver em paz.<br />A fome, a doença e a morte têm sido nosso fardo por longo tempo, mas nada fere mais do que a total indiferença dos demais.<br />Os novos líderes se vangloriarão das vidas que salvaram, mas não das vidas que tiraram para conseguir suas patentes.<br />A todos dentre vocês que apóiam a retirada imediata das tropas do Haiti, agradeço em nome daqueles cujas vidas não foram poupadas no Haiti.<br />O povo haitiano tem muitos amigos ao redor do mundo; nós recordaremos sempre de sua bondade de coração.<br />As comunidades Progressistas ao redor do mundo permanecerão vigilantes em seu apoio por um Haiti pacífico.<br />Estendo minha mais profunda gratidão ao Partido dos Trabalhadores do Brasil, à Juventude Revolução, à L’Union General des Travailleurs de Guadeloupe, à Association des Travailleurs et Peuples de la Caraibe, à Travaye e Peyizan, ao Movimento Negro Unificado, aos representantes eleitos da República Federativa do Brasil, aos estudantes de todo Brasil; a vocês e a todos os demais digo muito obrigado por apoiarem a paz no Haiti.<br />Meus irmãos e irmãs no Haiti estão morrendo de fome pela paz, ordem e união; os haitianos não perderam seu poder de recuperação e sua determinação para alcançar o sucesso. Nossa força encontra-se dentro de nós; retiraremos força de nossas conquistas do passado e, com a ajuda de nossos amigos, forjaremos uma solução pacífica para este impasse.<br /><br />Obrigado por convidar-me e viva a amizade brasileira-haitiana. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Veja a fala do Coordenador Nacional de Relações Internacionais do MNU Milton Brabosa no ato:</div><div align="justify"><a href="http://br.youtube.com/watch?v=T0ir_v_rabE">http://br.youtube.com/watch?v=T0ir_v_rabE</a></div><div align="justify"> </div><param name="movie" value="">MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUhttp://www.blogger.com/profile/05994186866218803389noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-23264001125251742052008-09-02T22:40:00.014-03:002008-09-03T09:18:40.403-03:00CARTA DA JUVENTUDE DO MNU - SÃO PAULO<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvn1jlTxmwA6oQ2OMgP0biUx6LA7LQTRZJEjE2oaU98qIORjmfouv2DCbmOyaKwHNhBbf-H1B0aBs3zg8_da4hw_6_7VXYu51nHm9eTyj6ORG5ULts-vWl5r5NR_teODzghhywJA/s1600-h/ATgAAAC77qx0hZHQ37EE9TXJVAKoFMcyCLW25MnlbI6fdikQOERow56Ks1dZYg8FfJH8ersHmCgIZMdlKo_dp9pOM0wAAJtU9.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5241609500466812050" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvn1jlTxmwA6oQ2OMgP0biUx6LA7LQTRZJEjE2oaU98qIORjmfouv2DCbmOyaKwHNhBbf-H1B0aBs3zg8_da4hw_6_7VXYu51nHm9eTyj6ORG5ULts-vWl5r5NR_teODzghhywJA/s320/ATgAAAC77qx0hZHQ37EE9TXJVAKoFMcyCLW25MnlbI6fdikQOERow56Ks1dZYg8FfJH8ersHmCgIZMdlKo_dp9pOM0wAAJtU9.jpg" border="0" /></a><strong>CARTA DA JUVENTUDE DO MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - SP SOBRE OS PROCESSOS DO ENJUNE, FONUNE E CONJUNTURA EM QUE ESTÃO INSERIDOS.</strong><br /><em><strong>"Assim, numa breve definição, a Consciência Negra é, em essência, a percepção pelo homem negro da necessidade de juntar forças com seus irmãos em torno da causa de sua atuação".</strong> (Steve Bantu Biko).<br /></em>A juventude do MNU no Estado de São Paulo, ciente da responsabilidade que carrega ao representar uma entidade com 30 anos de história, utiliza-se deste documento para se manifestar sobre os processos do ENJUNE, FOJUNE e a conjuntura em que os mesmos estão inseridos.<br />O MNU<br /><em><strong>"O MOVIMENTO NEGRO Unificado – MNU – é uma organização política de articulação e defesa dos interesses das negras e dos negros no Brasil. Tem se guiado pelo permanente combate ao racismo, na luta pela superação das desigualdades que atingem os descendentes de africanos, posicionando- se sempre de forma autônoma, denunciando os ardis da sociedade racista brasileira e agindo de forma propositiva nos debates com variados setores da sociedade.<br />O MNU ainda mantém o caráter revolucionário que caracterizou sua fase embrionária, contestando a ordem política, econômica e cultural constituída há cinco séculos pela elite branca brasileira. Esta, através do aparelho do Estado, tem criado políticas que asseguram o protagonismo dos valores civilizatórios europeus, subjugando a população negra a uma situação de extrema exclusão".</strong></em> (O Triunfo de Prata, MNU, Bahia, 2005)<br />Um pequeno passeio pela história.<br />Em 18 de junho de 1978, após diversas reuniões articuladas com diferentes organizações do MOVIMENTO NEGRO, foi decidida a fundação do MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO CONTRA A DISCRIMINAÇÃO RACIAL (MNUCDR). Essa decisão foi tomada com o objetivo de mobilizar e organizar, de norte a sul do Brasil, o maior número possível de organizações negras com vistas a denunciar a discriminação racial e a repressão policial.<br />Foi então, que no dia 7 de julho de 1978, em uma manifestação histórica, o MOVIMENTO UNIFICADO convidou os ativistas do MOVIMENTO NEGRO e pessoas sensíveis à causa dos descendentes de africanos para a sua primeira atividade pública: um ato contra o racismo, que reuniu mais de três mil pessoas, em frente às escadarias do Teatro Municipal, no Centro da cidade de São Paulo. O MNUCDR, rebatizado em dezembro de 1979 durante o seu 1º. Congresso realizado no Rio de Janeiro passa a chamar-se de MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO (MNU) nome que conserva até hoje.<br />A partir da fundação do MNU, o MOVIMENTO NEGRO vai se nacionalizando. O discurso de denúncia ao racismo toma novo fôlego, fortalecendo- se e influenciando nos rumos da luta contra a discriminação racial e pela inclusão. Já no inicio da década de 1980, multiplicam- se as diversas organizações e grupos negros. A questão étnico/racial passa a ser vista como um dos impasses nacionais a serem solucionados para a construção de um novo país. A questão do racismo, da dívida histórica, da falsa democracia racial e do significado da Abolição; passam a ser tema de discussões e estudos.<br />É importante ilustrar aqui a alcance da luta negra neste país. Uma breve consulta as reivindicações do MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO, nos seus trinta anos, dá uma idéia de sua abrangência. Em primeiro lugar, o MNU recusou a data oficial de celebração da incorporação dos negros à nação brasileira, o 13 de maio, data da abolição da escravidão, passando a festejar o 20 de novembro, dia da morte de Zumbi, que chefiou a resistência do quilombo dos Palmares em 1695; em segundo lugar, passou a reivindicar uma mudança completa na educação escolar, de modo a extirpar dos livros didáticos, dos currículos e das práticas de ensino os estereótipos e os preconceitos contra os negros, instilando, ao contrário, a auto-estima e o orgulho negros; em terceiro lugar, exigiu uma campanha especial do governo brasileiro que orientasse a população negra (pretos e pardos) de modo a se declarar "preta" nos censos demográficos de 1991 e 2000; em quarto lugar, reclamou e obteve a modificação da constituição para transformar o racismo em crime inafiançável e imprescritível, tendo, posteriormente, conseguido passar legislação ordinária regulamentando o dispositivo constitucional; em quinto lugar, articulou uma campanha nacional de denúncias contra a discriminação racial no país, pregando e alcançando, em alguns lugares, a criação de delegacias especiais de combate ao racismo.<br /><em><strong>"Há 30 anos o MNU atua amplamente no debate político nacional, transformando as agendas das instituições, dos partidos, sindicatos, gabinetes, agremiações, centros acadêmicos, do próprio Palácio do Planalto, enfim, em toda sorte de espaços, dentro e fora do Estado. Derrubamos o véu de mentiras que encobria o racismo sob a falácia da "democracia racial". O MNU é o carrasco da democracia racial e seu coveiro".</strong></em> (O Triunfo de Prata, MNU, Bahia, 2005).<br />Juventude Negra <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSnj5B8r6pQrL6Swbe-KbNikJCrhCVs6M3j8YTx9DWNYoEet9LsFH6hg1Wfm2DLhpaw4oSVlOF9Df5BMZcty4ls6maphbfBroOLMj5CjgA-_d1dhyphenhyphenoUfn2-HlCLyAYcMTblRsScA/s1600-h/malcolm+X.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5241606480716113586" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSnj5B8r6pQrL6Swbe-KbNikJCrhCVs6M3j8YTx9DWNYoEet9LsFH6hg1Wfm2DLhpaw4oSVlOF9Df5BMZcty4ls6maphbfBroOLMj5CjgA-_d1dhyphenhyphenoUfn2-HlCLyAYcMTblRsScA/s320/malcolm+X.jpg" border="0" /></a><br /><em><strong>"Seja pacífico, seja cortês, obedeça às leis, respeite a todos; mas se alguém colocar as mãos em você, mande-o para o cemitério".</strong></em> (Malcolm X)<br />É vergonhosa a forma como os jovens negros brasileiros são tratados. TODOS os indicadores sociais apontam os jovens negros como base da pirâmide social. Somos as vitimas preferenciais de todos os tipos de violência, não temos acesso a educação de qualidade, o mercado de trabalho nos trata como reserva de mercado, nossas expressões culturais são marginalizadas, somos tidos como massa de manobra por grupos econômicos e políticos, inclusive da esquerda.<br />O combustível para o radicalismo é oferecido pelo próprio Estado brasileiro, onde os jovens pretos se tornam reféns, sendo caçados, perseguidos, afrontados, destratados, detidos, marginalizados e assassinados diuturnamente, a prova disto nos é esfregada na cara cotidianamente. O Estado e o Capital branco apropriam-se de toda nossa produção em todos os níveis, no trabalho agrícola, na produção industrial, nas relações comerciais, na manufatura artesanal e mesmo na produção cultural.<br /><em><strong>"Diz-se correntemente que o racismo é uma chaga da humanidade. Mas é preciso que não nos contentemos com essa frase. É preciso procurar incansavelmente as repercussões do racismo em todos os níveis de sociabilidade".</strong> (Frantz Fanon)</em><br />Até hoje somos tratados como homens e mulheres invisíveis, relegados, em sua maioria ao lugar que nos foi reservado, na maioria dos casos em funções de baixo escalão. Apenas poucos entre os milhões que compõem o nosso povo, neste país-cativeiro, conseguem escapar desta lógica sinistra. Mesmo assim, além das já conhecidas desculpas oficiais, ouvimos o que hoje já se tornou chavão:<em> "Aos poucos estamos chegando lá".<br /></em>O poder da polícia, dos meios de comunicações e da política de cooptação, através de seu poder de calar, convencer e comprar; levam vários dos nossos irmãos a fazer o trabalho sujo de nos intimidar, agindo diversas veses como capitães do mato, minando nossos anseios. A indignação, a revolta, o ódio, a humilhação e a magoa, não são apenas sentimentos isolados das vitimas diretas das forças acima citadas. Milhões de irmãos e irmãs, no Brasil e no mundo estão potencialmente prontos para admitirem que não estão satisfeitos e tem motivos de sobra para não serem simpáticos. É crescente a fúria contra este Estado que escandalosamente nos oprime, e perceptível o anseio no sentido da construção de um Estado em que sejamos não somente livres, mas efetivamente independentes.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhg4hH0TxZIRAoF7aRmJHkCpCEZ0sJDeU77ptBaUi_ElRaByraQgNAtlJOW-DBAyMqg2QhZbPUf7r0IP-_VBA5NSrdT2Nxl1t5aa99OHZwRjDwtKffTd0XJCCPVeR04FugZfwPaGg/s1600-h/fanon.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5241607249371362722" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhg4hH0TxZIRAoF7aRmJHkCpCEZ0sJDeU77ptBaUi_ElRaByraQgNAtlJOW-DBAyMqg2QhZbPUf7r0IP-_VBA5NSrdT2Nxl1t5aa99OHZwRjDwtKffTd0XJCCPVeR04FugZfwPaGg/s320/fanon.jpg" border="0" /></a><br /><em><strong>"Para isso, é preciso destruir os seus sistemas de referência. A expropriação, o despojamento, a razia, o assassínio objetivo, desdobram-se numa pilhagem dos esquemas culturais ou, pelo menos, condicionam essa pilhagem. O panorama social é desestruturado, os valores ridicularizados, esmagados, esvaziados".</strong></em> <em>(Frantz Fanon<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9yG96MiMh4k5FP9Klkl6HhSysA7v36AKCyZDdXm7w46zmgHDZjoFJLXHGFdkZIpvaKXD8jRaTPDzUTq987QIWWJkqHeE2gWzEbOOkIV3suVmKb3eowQt3EPJbY7PBmJ9hRSSkuQ/s1600-h/fanon.jpg"></a>)</em><br />ENJUNE - FOJUNE<br /><em><strong>"Sei que estamos nessa luta por um tempo indeterminado, que não vamos resolver esse problema nem hoje nem amanhã. Portanto, temos que aprender a manter a alegria, mesmo quando enfrentamos grandes dificuldades".</strong> (Ângela Davis)</em><br />O sangue dos guerreiros quilombolas que corre em nossas veias, nos leva a constantes momentos de insurreição, o processo de organização do ENJUNE e a consolidação do FOJUNE se mostram como tentativas de organizar e promover novas alternativas no contexto étnico-racial. Os jovens, elementos da vanguarda da luta étnico-racial, estão construindo e conquistando efetivamente seu espaço, em uma batalha muitas vezes silenciosa.<br />O ENJUNE cumpriu o seu papel de promover o encontro das diferentes concepções de juventudes negras, sistematizar suas principais demandas e propostas e dar o passo inicial em relação à criação do Fórum Nacional de Juventude Negra.. Fora dos centros hegemônicos de produção de grandes encontros nacionais, propiciou a interlocução não apenas de juventudes de estados e regiões diversas, mas de concepções políticas, culturas e conhecimentos teóricos e empíricos diferentes.<br />A organização e o lançamento político do FORUM NACIONAL DA JUVENTUDE NEGRA e sua repercussão nacional nos leva a acreditar ser este o momento de utilizarmos esta frente de luta nacional como ferramenta reivindicatória e de intervenção efetiva. É necessário avaliarmos seriamente qual o percurso político que desejamos para o FOJUNE e principalmente qual tipo de relação interna que queremos construir entre os diversos grupos de jovens negros que compõem o FÓRUM.<br />São nestes momentos que devemos refletir e analisar as b<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwT3TIG-UGbNcdbBzJtga0NGdJgMsLnWS9xxTwFYeOycoC_yZduvEKnwhrnwd1HxlT0e2kRh883bkUUs55t4z6hrVu7G-eKxl91K1ubJkKs5oXNOK2XfHTleYx8YezOSD2ZkWjIQ/s1600-h/angela.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5241608834436065986" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwT3TIG-UGbNcdbBzJtga0NGdJgMsLnWS9xxTwFYeOycoC_yZduvEKnwhrnwd1HxlT0e2kRh883bkUUs55t4z6hrVu7G-eKxl91K1ubJkKs5oXNOK2XfHTleYx8YezOSD2ZkWjIQ/s320/angela.jpg" border="0" /></a>oas lições que herdamos de nossos grandes pensadores, Steve Biko nos dá algumas pistas:<br /><em><strong>"... O que se deve ter sempre em mente é que:<br />1. Somos todos oprimidos pelo mesmo sistema;<br />2. Ser oprimidos em graus diferentes faz parte de um propósito deliberado para nos dividir não apenas socialmente, mas também com relação às nossas aspirações;<br />3. Pelo motivo citado acima, é preciso que haja uma desconfiança em relação aos planos do inimigo e, se estamos igualmente comprometidos com o problema da emancipação, faz parte de nossa obrigação chamar a atenção dos negros para esse propósito deliberado;<br />4. Devemos continuar com nosso programa, chamando para ele somente as pessoas comprometidas e não as que se preocupam apenas em garantir uma distribuição eqüitativa dos grupos em nossas fileiras.<br />Esse é um jogo comum entre os liberais. O único critério que deve governar toda nossa ação é o compromisso."</strong> (Steve Bantu Biko).<br /></em>DISPUTAS<br /><em><strong>"Estamos por nossa própria conta". Esta é a idéia da qual negros, em vários pontos do mundo, partiram para estabelecer a própria libertação. É também uma idéia gerada pela constatação de que a organização independente do negro resulta dos empecilhos colocados por todo espectro de forças políticas que atuam na sociedade".</strong></em> (Programa de ação, MNU, Belo Horizonte, 1990). <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg78YA9pJ5wSQdlddUynxfg2vuDCQUD5YBRN74vwo9i3mhR4wJ9FAlkL_CQqQK-lEuLpm7vDnYs38V5hwuobh-ICD3smsje6HUbMVN4rZmMK1Cm9PVeZv2-Y-gbOEryZQWqM1jIwQ/s1600-h/ATgAAAA_YsjO-dUJeF4MOrIrt8LGoSadTGkWBDvEyP-LwOjBoYKwjNin9PZFiP2z5pPaGihCZRs1JnmJz_yJxbx3G0zYAJtU9.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5241607576896216034" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg78YA9pJ5wSQdlddUynxfg2vuDCQUD5YBRN74vwo9i3mhR4wJ9FAlkL_CQqQK-lEuLpm7vDnYs38V5hwuobh-ICD3smsje6HUbMVN4rZmMK1Cm9PVeZv2-Y-gbOEryZQWqM1jIwQ/s320/ATgAAAA_YsjO-dUJeF4MOrIrt8LGoSadTGkWBDvEyP-LwOjBoYKwjNin9PZFiP2z5pPaGihCZRs1JnmJz_yJxbx3G0zYAJtU9.jpg" border="0" /></a><br />Acerca das disputas, diferenças e atritos que ocorreram nos processos do ENJUNE e FOJUNE é preciso, mais uma vez, nos remetermos a experiência histórica e lembrar que dentre as terríveis atrocidades dos assassinos que administravam o Tráfico Transatlântico de Escravos, uma das mais perversas foi a criação de estratégias de divisão dos reinos e nações africanas, com o intuito já clássico na época de "dividir para conquistar". Esta estratégia foi utilizada também nas Colônias, onde existia esta mesma preocupação, que os levava a colocar preferencialmente, em uma mesma fazenda, africanos de diferentes línguas e culturas; com o intuito de dificultar a organização e impedir levantes. Muito desta estratégia funcionou, mas o espírito e a cultura africana sobressaíram- se em diversos momentos, a exemplo das diversas insurreições e a disseminação de inúmeros Quilombos. Infelizmente, algumas destas estratégias persistem até hoje, e vemos, diuturnamente, situações em que nos voltamos contra nos mesmos. Um exemplo atual e extremamente gritante foi a realização das duas Marchas, em 16 e 22 de novembro, que apesar de possuírem praticamente as mesmas metas e objetivos, sofreram forte influencia de fatores externos que contribuíram profundamente para o acontecimento deste "racha". Diante desta conjuntura, uma das alternativas colocadas durante o processo do ENJUNE foi a da desconstrução desta lógica das divisões e da construção de um projeto coletivo, que objetive propostas e ações concretas para o combate ao racismo e a promoção da igualdade de oportunidades. Contudo nos momentos de discussão política, geralmente tensos, nos deixamos levar e tomamos atitudes por vezes questionáveis. Isso vale para todos, independentemente do nível intelectual ou de compreensão política.<br /><em><strong>"Não acredito que um relacionamento puro tenha de terminar sempre em violência. Não acredito que tenhamos de ser fraudulentos e simuladores; porque esta é a fonte das dificuldades futuras do fracasso. Se projetarmos imagens fraudulentas e simuladas, ou se fantasiarmos um ao outro em caricaturas destorcidas de que realmente somos, então, quando acordarmos do transe e olharmos além da falsidade e das aparências, tudo se dissolverá, tudo morrerá e se transformará em rancor e ódio".</strong> (Edridge Cleaver).</em><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh-9fgyh3qLP4SzEvoz52Q7An3FXftnAqYIGaAqBUMeiMKzUF-EDLAwe43l4CslERWTCS_9W3pVGDLFRF7PYpv6BRiIj_0_k8GmbVvUqngKvmSVUf-E3a51emwIBCqnfxBDtEMLg/s1600-h/entre_lelia1.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5241611217953351426" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh-9fgyh3qLP4SzEvoz52Q7An3FXftnAqYIGaAqBUMeiMKzUF-EDLAwe43l4CslERWTCS_9W3pVGDLFRF7PYpv6BRiIj_0_k8GmbVvUqngKvmSVUf-E3a51emwIBCqnfxBDtEMLg/s320/entre_lelia1.jpg" border="0" /></a>É importante ressaltar que o MNU acredita sim que os negros e negras tem de estar em todos os lugares, esta foi uma bandeira que nasceu no interior desta organização e se apresenta nos seus documentos-base. O programa de ação de nossa entidade nos orienta da seguinte forma: "o MNU deverá orientar a atuação de seus militantes nas Associações de Moradores , de profissionais , nos Diretórios Acadêmicos , nos Sindicatos e Partidos Políticos, na perspectiva de multiplicar as adesões ao seu Projeto Político de médio e longo prazos". Com efeito, qualquer alegação que venha a insinuar que o MNU faz um discurso contrário se mostrará completamente equivocada. Da mesma forma, programa de ação do MNU afirma que a independência do MOVIMENTO NEGRO não pode ser entendida apenas em relação aos demais setores organizados da sociedade. É preciso encarar as contradições internas existentes no conjunto do MOVIMENTO NEGRO como algo indiferenciado do ponto de vista político.<br />De fato, queremos que os negros ocupem os espaços políticos, porém acreditamos que, uma vez nesses espaços, é fundamental que se cumpra o seu papel e realize as disputas necessárias para ocupar as direções e não simplesmente se contente em ser base ou ocupar postos de terceiro ou quarto escalões. Hoje, é prioridade organizar o negro onde ele vive, construir suas formas organizativas, construir o seu movimento.<br />Em seu artigo, "A dissimulação do branco de esquerda", o jovem negro Lourenço Cardoso, nos alerta:<br /><em><strong>"O branco de esquerda, além dos votos, insiste para que o negro entre em seus partidos, entidades, ONGs, associações para submeter o negro as suas idéias e direção. Eldridge Cleaver teorizou que o branco, simbolicamente, considera: "O negro como corpo e o branco como cérebro: o corpo deve ser submetido ao cérebro"</strong> ("Alma no exílio" pp. 152-3). <strong>O branco procura submeter o negro, aceita que o negro vá longe "torne-se ministro", jamais assumir o poder principal."</strong></em><br />O que efetivamente esperamos é que os militantes que ocupem esses espaços, o façam carregando não apenas a identidade do MOVIMENTO NEGRO, mas principalmente suas determinações e seu compromisso histórico com o povo negro – possuam, de fato, a autonomia para dar condição à luta. Se essa autonomia for ameaçada ou questionada pelas forças político partidárias, então caberá a cada um de nós a atitude necessária para enfrentar estes espaços. Vale lembrar que são vários os meios para efetivar a luta, Malcolm X fez essa afirmação há 45 anos atrás.<br /><em><strong>"E eu tinha total consciência de que poderia influenciar a vida Política sem estar em um partido. Aliás, a condição é não estar. Não estar é também uma convicção e uma estratégia. Porque estando, dificilmente pode-se dizer o que se pensa"</strong> (Milton Santos).</em><br />A luta da juventude negra, indiscutivelmente, parte indissociável do MOVIMENTO NEGRO, já ocupa um lugar histórico na luta pela libertação do povo negro. As importantes participações em espaços de discussão nacionais e internacionais demonstram que nossa capacidade de luta e organização vem sendo pautada por um olhar afrocentrado, que busca a superação das diversas formas de dominação e exploração a que fomos e estamos sendo submetidos em África e na diáspora.<br />A juventude negra tem um papel muito particular na história de luta do MOVIMENTO NEGRO. Neste momento de reorganização é importante que estejamos atentos para as armadilhas que se avizinham e que certamente tentarão frustrar nossos projetos. <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyxC6kl1yO4N7jP30djIfRmNjhCVbR4SMw3Q3Sq6RAblTAlczULjWbADy0uz8lDFae9Fdw_fupkNo5rr6ATh2uRZWKcz1tjFmtPythMgMDel5UTRI1ztgeZ-L9ZPH3OFLv7-NQfw/s1600-h/amilcar+cabral.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5241610396433902834" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyxC6kl1yO4N7jP30djIfRmNjhCVbR4SMw3Q3Sq6RAblTAlczULjWbADy0uz8lDFae9Fdw_fupkNo5rr6ATh2uRZWKcz1tjFmtPythMgMDel5UTRI1ztgeZ-L9ZPH3OFLv7-NQfw/s320/amilcar+cabral.jpg" border="0" /></a>Temos grandes desafios a superar, o primeiro certamente é garantir que continuemos vivos para dar continuidade a luta, neste sentido foi apontado a efetivação da CAMPANHA CONTRA O EXTERMINIO DA JUVENTUDE NEGRA. Também é importante que reunamos as ferramentas e meios necessários para enfrentar essa luta, e dessa forma apontamos a necessidade de estratégias de formação e de acesso a formação acadêmica. Outras demandas também foram levantadas, todas apontando para a superação das desigualdades e do racismo. A construção de estratégias para dar prosseguimento a luta constitui um desafio admirável, porém, acreditamos que a juventude negra militante esteja disposta a enfrentar estes desafios de frente.<br />A juventude do MNU tem plena consciência de sua responsabilidade com o MOVIMENTO NEGRO e com o povo negro. Sabe que deverá honrar a história da organização e cumprir um importante papel na luta de libertação do povo negro. Diante disso, não irá descansar ou titubear em momento algum, ao contrario, se fará sempre presente e disposta a enfrentar o que for preciso para garantir as bandeiras históricas do MOVIMENTO NEGRO.<br /><em><strong>"Portanto, quanto mais gente se unir, quanto mais unidos estivermos, nós correspondemos àquilo que todo o mundo sabe e que é: a união faz a força. Se eu tirar um palito de fósforos e o quiser quebrar, quebro-o rapidamente; se juntar dois, já não é tão fácil, três, quatro, cinco, seis, chegará um dado momento em que não poderei quebrar".</strong> (Amílcar Cabral).</em></div>MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUhttp://www.blogger.com/profile/05994186866218803389noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-59663603626118623622008-07-02T17:49:00.007-03:002008-07-02T19:49:33.291-03:00ATO PUBLICO E SEMINÁRIO 30 ANOS DO MNU<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijymtJjYgxa3fYAJuXwbzcD0oAVGWNoPA1Ul4ON-qM1h31r0fcMbNBA4Re1zbl0JZJNjvY9BoLRze85HtB8HFLUBMx_7Blfq9K03VI2QLPFRwTHvLblwa-BtmT-q_sbd_gY_TmFg/s1600-h/cartaz+30+anos+MNU.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5218527746853617410" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijymtJjYgxa3fYAJuXwbzcD0oAVGWNoPA1Ul4ON-qM1h31r0fcMbNBA4Re1zbl0JZJNjvY9BoLRze85HtB8HFLUBMx_7Blfq9K03VI2QLPFRwTHvLblwa-BtmT-q_sbd_gY_TmFg/s320/cartaz+30+anos+MNU.jpg" border="0" /></a>Convidamos a todos os irmãos e irmãs de luta para participar do <strong>ATO PUBLICO CONTRA A VIOLÊNCIA POLICIAL E O RACISMO</strong>, nesta <strong>SEGUNDA FEIRA, 07/07/08</strong>, nas escadarias do <strong>TEATRO MUNICIPAL DE SP, NA PRAÇA RAMOS</strong> <strong>a partir das 18:00 hs</strong>., convocado pelas entidades abaixo e aproveitando o <strong>ANIVERSÁRIO DOS 30 ANOS DO MNU - Movimento Negro Unificado.</strong><br />Nas ultimas semanas, um rapaz negro foi agredido em SP, por Skinheads. No Rio de Janeiro, 03 jovens negros foram entregues a traficantes, por militares do Exercito, sendo mortos por eles. Em todo o Brasil, e também no RJ, templos e praticantes de religiões de Matriz Africana, tem sido depredados e agredidos por setores evangélicos reacionários. As cotas pra negros vem sendo atacadas por setores elitistas e pela mídia capitalista, bem como tem sido freqüentes, os ataques de grileiros, especuladores e empresas Nacionais e multinacionais às conquistas dos Quilombolas. O Quilombo de Caçandoca, no litoral paulista vem sendo vitima destas agressões.<br />As futuras gerações de negras e negros estão seriamente ameaçadas, a violência racial, que graça, no Brasil, continua vitimando jovens negros, <strong>COMO A 30 ANOS</strong>, provocando desequilíbrio na população, com a feminina, superando masculina, e provocando um genocídio na população negra. Houveram conquistas importantes neste período, mas a pauta, ainda é muito parecida.<br />As Cotas para negros nas universidades, a lei 10.639 que inclui a história da África e da população negra no Brasil no currículo escolar, a liberdade religiosa, o direito sobre as terras quilombolas, continuam sob o ataques da elite branca e racista e sua imprensa capitalista, sujeitas a má vontade e resistência de parlamentares, prefeitos, governadores, do governo federal e dirigentes de órgãos públicos no cumprimento das leis e no investimento na infra-estrutura para sua implementação.<br />É por tudo isso, e muito mais, buscando o fim do racismo, a verdadeira igualdade e plena cidadania, que <strong>CONVIDAMOS</strong> <strong>TODAS AS PESSOAS DE BEM para participar deste ato.</strong><br />Afro-saudações democráticas e anti racistas.<br /><br /><strong>MNU – APNS – CNCDR/CUT – SOUESP – INTECAB – CEN – ENJUNE – CONEN – FALA NEGà –CEABRA -CÍRCULO PALMARINO - FORUM DE MULHERES NEGRAS -ARTICULAÇÃO POLÍTICA DE JUVENTUDES NEGRA –UNEGRO</strong><br /><br />E-mail: Bispo.mnu@gmail.com – 019-9171-9999<br /><br /></div><br /><div align="center"><strong>SEGUE PROGRAMAÇÃO PARA O SEMINÁRIO DOS 30 ANOS DO MNU:</strong></div><br /><div align="center"><strong></strong></div><br /><div align="justify"><strong>1- SEXTA FEIRA – 04/07/2008 – 09:00 h - SINPEEM<br />Estatuto da Igualdade, ações Afirmativas e Cotas.<br /><br />Na mesa: - Reginaldo Bispo Pereira, José Roberto Militão, Henrique Cunha Jr, Onir Araújo<br />Mediadora: - Maria Aparecida Laia.<br /><br />2- SEXTA 04/07 – 14:00 h - SINPEEM<br />Resoluções Congressuais:Transformações, evolução das propostas-discurso, e sua Implementação Frente a conjuntura.<br /><br />Na Mesa: - Yêdo Ferreira, Edmilton Cerqueira, Haroldo Antonio da Silva, Regina Lucia dos Santos.<br />Mediadora: - Dora Célia Simplício<br /><br />3- SABADO 05/07/2008 – 9:00 h – APEOESP – Praça da República<br />História e perspectivas: Contribuição do MNU para as Conquistas do Povo negro.<br /><br />Na mesa: - Maria Luiza Jr., Adomair Ogunbiyi, Osvaldo Rafael Pinto Filho, Ivair A.Augusto dos Santos.<br />Mediadora: - Mãe Sonia<br /><br />4- SABADO 05/07 – 14 h – APEOESP – Praça da República<br />Defesa dos Quilombos – Uma Questão de principio e sobrevivência para o MN e do Povo Negro.<br /><br />Na mesa: - Onir Araújo; Maria Socorro Araujo, Vanda de Oliveira Gomes Pineto, Damião Braga Soares dos Santos<br />Mediador: - Marcio Roberto do Carmo<br /><br /><br />5- DOMINGO 06/07 – 9:00 h – APEOESP - Praça da República<br />Mulher Negra, Trabalho Doméstico – Reivindicações, Papel e Contribuição com o MN.<br /><br />Na mesa: - Anunciação Marqueza dos Santos Almeida; Regina Lucia dos Santos, Lajara Janaina, Maria Regina Teodoro<br />Mediador: - TOM<br /><br />6- DOMINGO 06/07 – 14:00 h – APEOESP – Praça da República<br />MNU, Projeto Político do Povo Negro e as Reparações.<br /><br />Na mesa: - Milton Barbosa , Yedo Ferreira , Gilberto Batista Campos, Ivo Pereira de Queiroz.<br />Mediadora: - Margarida Barbosa<br /><br />7- SEGUNDA 07/07/2008 – 9:00 h – APEOESP – Praça da República<br />Influencia do Estado, Partidos e Sindicatos no MN: Direita, esquerda...Pra onde caminha o MN?<br /><br />Na mesa: - Hamilton Borges, Marcos Antonio Cardoso, Marcos Benedito da Silva, Edson Luis de França, José Geraldo Corrêa Jr.<br />Mediadora: - Jaqueline Lima Santos<br /><br />8- SEGUNDA 07/07 – 14 h – APEOESP – Praça da República<br />O Papel dos segmentos de Jovens e as Religiões de Matriz Africana na Construção do MNU e do MN.<br /><br />Na mesa: - Marta Almeida Filha, Lenir Claudino de Souza, Maria Conceição Casemiro dos Reis, Honerê Al-amin Oadq.<br />Mediador: - Airton Pinheiro Jr.</strong></div><br /><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihTiCRftzq56VIiEgOwohkTrhE2I-0iPrhnkbpXXMmXALfgAxcvO0EKZqt_kw3rhLUNsQC16JUfyWE8mGJ1c-yt_wCVqabe4u6NFgoyeSnK6zmNx6MVDBpPJgxemdpeIMke_CNZg/s1600-h/programação+30+anos+MNU.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5218552526441898530" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihTiCRftzq56VIiEgOwohkTrhE2I-0iPrhnkbpXXMmXALfgAxcvO0EKZqt_kw3rhLUNsQC16JUfyWE8mGJ1c-yt_wCVqabe4u6NFgoyeSnK6zmNx6MVDBpPJgxemdpeIMke_CNZg/s320/programa%C3%A7%C3%A3o+30+anos+MNU.JPG" border="0" /></a></div>MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUhttp://www.blogger.com/profile/05994186866218803389noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-72486011290119617842008-03-23T11:33:00.006-03:002008-03-24T10:08:59.726-03:00HAMILTON BORGES WALE NO QUARTINHAS DE ARUÁ DIA 26/3/08 AS 19:00 LOCAL QUILOMBO CECÍLIA - BAHIA<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLaTQUWK-DIfg8bBq4A_4BKct5spJNCimt27fbTGRHP97PJ6QXFgrzzamQT_zWVp33sjeTfKC6lAPyImf7Hv6B47sosGA0llIoU1oWIfB-5l-2USAMBkjuAJceb-hnVQu6roIvow/s1600-h/violencia%20policial.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5180945878414947554" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLaTQUWK-DIfg8bBq4A_4BKct5spJNCimt27fbTGRHP97PJ6QXFgrzzamQT_zWVp33sjeTfKC6lAPyImf7Hv6B47sosGA0llIoU1oWIfB-5l-2USAMBkjuAJceb-hnVQu6roIvow/s320/violencia%2520policial.jpg" border="0" /></a><em><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">"O que pode a minha poesia contra isso:<br />três jovens assassinadas lado a lado?<br />O que pode a minha poesia<br />contra esse costume brasileiro<br />de matar negros como moscas.<br />Nossos cupidos sendo brancamente mortos..."</span></em><br /><br />Salvador faz aniversário, mas nos falta ar para soprar as velinhas. A polícia baiana soprou primeiro os canos dos seus revólveres, sacou primeiro várias vidas deste mundo - se antecipou a Zambi... As velas que nos cabem agora são pra serem cravadas bem fundas no chão, iluminando ainda mais o mundo onde pairam novos ancestrais.<br />Seguimos, ainda, rindo e chorando, porque as emoções são uma espécie de tesouro do qual não podemos sequer pensar em abrir mão. Mas tá muito difícil respirar o ar soteropolitano. Todo trago parece invencível, muito amargo todo líquido, muito estranha quase toda alegria. Há um coral de anjos negros entoando um canto doce que nos persegue, encanta, constrange, e nos obriga a recolher as palmas e fechar a cara ante autoridades governamentais.<br />Com o mesmo objetivo de trazer ao debate temas <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpvan3a-3l-FrVHFvxUiUZpaBUZopXTCN1vUdPKbHTz244r3qkPIV0Z1QFJlV3mVNT1lu6Cp1XfEm4x1YxbcFXj1Ta5r4-UAk06uiJAB9MeAcXd83dHMQZ1cqRzAk-n_7nHdyQaw/s1600-h/Hamilton+Borges+Walê+em+Sampa+001.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5180946106048214258" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpvan3a-3l-FrVHFvxUiUZpaBUZopXTCN1vUdPKbHTz244r3qkPIV0Z1QFJlV3mVNT1lu6Cp1XfEm4x1YxbcFXj1Ta5r4-UAk06uiJAB9MeAcXd83dHMQZ1cqRzAk-n_7nHdyQaw/s320/Hamilton+Borges+Wal%C3%AA+em+Sampa+001.jpg" border="0" /></a>que digam respeito ao negro e suas relações com a literatura, a "QUARTINHAS DE ARUÁ - encontros de literatura negra" pretende discutir quais os limites e possibilidades da voz e do texto literário frente ao extermínio do povo preto perpetrado pelo Estado na Bahia.<br />Para isso, além de VOÇÊS, contaremos com HAMILTON BORGES WALE, ativista do MNU e da campanha do "Reaja ou será morta, Reaja ou será morto", e NEGRA MONE, integrante do Grupo de Rap MUNEGRALE.<br /><br />Em NOVO LOCAL, nosso encontro será no dia 26 de MARÇO, a partir das 19h, no QUILOMBO CECÍLIA – Rua do Paço, 37 (ao lado da escadaria do show de Gerônimo).</div>MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUhttp://www.blogger.com/profile/05994186866218803389noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-92229556199376232192008-03-23T11:30:00.004-03:002008-03-24T10:09:35.851-03:0021 de Março – Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiixCQ66UBW_CDN7No0zOP-iKqFDJPKfh27SY-589nuzXqY-sfpK3NYDfj0ESmjs9y4I6Gn-Bd8AkSN_PfKy8DeK-VRNnpdZ2bmPRuHtPLVfHid0e1Bi4yPg0E6jgLa6qb3iJLkcA/s1600-h/LOGO+MNU+REDONDO+30+anos.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5180944808968090834" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiixCQ66UBW_CDN7No0zOP-iKqFDJPKfh27SY-589nuzXqY-sfpK3NYDfj0ESmjs9y4I6Gn-Bd8AkSN_PfKy8DeK-VRNnpdZ2bmPRuHtPLVfHid0e1Bi4yPg0E6jgLa6qb3iJLkcA/s320/LOGO+MNU+REDONDO+30+anos.JPG" border="0" /></a>2008 – 30 anos de luta do Movimento Negro Unificado – MNU no Brasil<br />11 anos de Movimento Negro Unificado – MNU no Maranhão<br /><br />21 de Março – Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial<br /><br />Instituído pela Organização das Nações Unidas – ONU como Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, o dia 21 de março é lembrado em memória ao massacre de Sharppeville, ocorrido na cidade de Johanesburgo, na África do Sul, no mesmo dia do ano de 1960, quando milhares de negros que protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou sobre a multidão e o saldo da violência foram 69 mortos e 186 feridos.<br />No Brasil, a data vem sendo lembrada pelas organizações e entidades do movimento negro. A Seção de São Luís, do Movimento Negro Unificado - MNU, organização nacional com representação em 15 estados da federação e no Distrito Federal, foi criada no dia 21 de março de 1997 e completa 11 anos no Maranhão neste ano. Esta sempre foi uma data de luta, inclusive para exigir o fim do apartheid. Esta data é celebrada no mundo todo.<br />Neste ano completa-se um ano da morte do músico Jeremias Pereira da Silva, conhecido como Gerô, que foi torturado brutalmente no dia 22 de março de 2007 e morreu vítima da violência policial que atinge uma maioria negra no país, no Maranhão e em São Luís.. No dia 30 de janeiro de 2008, morre assassinado, também, Carlos Augusto de Oliveira, 34 anos, artista do Cacuriá de Dona Teté. Esperamos que haja justiça com a punição dos envolvidos pela violência policial e racial que já ceifou muitas vidas que pagaram pelo que não fizeram simplesmente por serem negros.<br />Mesmo com a criação da Secretaria da Igualdade Racial no Maranhão, tudo caminha ainda lentamente, pois é preciso agilizar a adoção de políticas públicas para eliminar as desigualdades que se abatem sobre as populações das comunidades negras rurais quilombolas e sobre população negra urbana na diáspora. Faltam, também, medidas que coíbam o desrespeito à religiosidade de matriz africana pelos intolerantes.<br />O enfrentamento ao racismo e suas manifestações: o preconceito e a discriminação raciais começa com a denúncia para conscientizar negros/as e educar não-negros/as sobre os malefícios provocados pelo racismo. Precisamos lutar por melhores condições de vida para o povo negro, contra a intolerância religiosa e por paz no mundo.<br />Conscientize-se e Reaja à Violência Racial!<br />Junte-se a nós na luta contra o racismo!<br /><br />Movimento Negro Unificado – MNU<br />Rua Prof. Carlos Alberto dos Santos, 24 – Cond. Res. Sol Nascente – Planalto Anil I<br />Tel.: (098)3244-5271<br />65.064-300 - São Luís – MA<br />e-mail: <a href="mailto:mnu.ma@bol.com.br">mnu.ma@bol.com.br</a><br />site: <a href="http://movimentonegrounificadomnu.blogspot.com/">http://movimentonegrounificadomnu.blogspot.com/</a><br /><br />VEJA O VIDEO DA PALESTRA DO LEVANTE DOS MALES FEITA POR ADOMAIR OGUMBIYI EM JANEIRO DE 2007 EM SÃO BERNARDO DO CAMPO - SP<br /><a href="http://video.google.com/videoplay?docid=142017164879159659">http://video.google.com/videoplay?docid=142017164879159659</a></div>MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUhttp://www.blogger.com/profile/05994186866218803389noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-67958044777481904592008-03-23T11:15:00.003-03:002008-03-23T11:18:09.578-03:00<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIOP7bvvqFzEybmiA_wKe5nxcc6Xk1YkzuecE0Uk1TrgSjkRd-beNYLC_ZreGeRKsTSgcmu3BzvGGCyZ1wuyx6GYOieHtJ2HL3yWdppu1WOD9iDqhYmLL55vSgbfL-CraWPKPzDw/s1600-h/LOGO+MNU+REDONDO+30+anos.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5180940582720271522" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIOP7bvvqFzEybmiA_wKe5nxcc6Xk1YkzuecE0Uk1TrgSjkRd-beNYLC_ZreGeRKsTSgcmu3BzvGGCyZ1wuyx6GYOieHtJ2HL3yWdppu1WOD9iDqhYmLL55vSgbfL-CraWPKPzDw/s320/LOGO+MNU+REDONDO+30+anos.JPG" border="0" /></a>8 de Março – Dia Internacional da Mulher<br /><br />Comemorado como Dia Internacional da Mulher, o 8 de março foi instituído pelas Nações Unidas no ano de 1975. Naquele dia do ano de 1857, as operárias têxteis de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução da carga horária de trabalho de mais de 16 horas por dia para 10 horas e equiparação salarial com os homens que desempenhavam igual função. As operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas no local pelos patrões, que trancaram as portas da fábrica, ateando fogo no local e 129 mulheres morreram queimadas e asfixiadas. Em 1910, na II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, em Copenhague, Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, a comemoração do 8 de março como "Dia Internacional da Mulher". A data marca a luta das mulheres pela igualdade de direitos. O século passado foi marcado pela luta pelos direitos das mulheres negras e não-negras, negros e demais segmentos discriminados na sociedade.<br />Em nosso país, a luta das mulheres negras ainda é grande. A mulher negra compõe a maior categoria de trabalhadoras da nação, a das domésticas, sendo discriminada, explorada e submetida a uma exaustiva jornada de trabalho. É oprimida, inclusive, por outras mulheres, ou seja pelo mesmo gênero, quando esta é a empregadora e, muitas vezes, ao invés de ser solidária, desrespeita direitos, descumprindo-os. As mulheres negras da zona rural, cuja maioria vive em comunidades negras rurais quilombolas, no Maranhão, sofrem com a falta de condições <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-2Nt6XNetP1EQlxM2pUanD3TkPDSBuLON1_WIIjve8krDYthtBZ2IHZsMl8xe4sjnpIceYfrEQqB09pOMHah4YgyjDU_VOP1AaysB0EkMl8xcr4hKId0jPxFOcWMOsBdU3fc6nw/s1600-h/ATcAAAAQKHnBcfGauAIDpaG0x1l6zClbS80T4kfG_d08u90tvGRgOUNYeCDlndr16SWTMxfgMDq84L00p6pQUVOPUU-bAJtU9.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5180940973562295474" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-2Nt6XNetP1EQlxM2pUanD3TkPDSBuLON1_WIIjve8krDYthtBZ2IHZsMl8xe4sjnpIceYfrEQqB09pOMHah4YgyjDU_VOP1AaysB0EkMl8xcr4hKId0jPxFOcWMOsBdU3fc6nw/s320/ATcAAAAQKHnBcfGauAIDpaG0x1l6zClbS80T4kfG_d08u90tvGRgOUNYeCDlndr16SWTMxfgMDq84L00p6pQUVOPUU-bAJtU9.jpg" border="0" /></a>mínimas de sobrevivência.<br />As Convenções contra todas as formas de discriminação sejam da mulher ou étnico-racial, adotadas pelo Brasil, ainda estão longe de serem cumpridas.<br />Perdemos neste ano, uma companheira solidária à luta das mulheres negras, incansável na luta pelos direitos das mulheres, a Profª Ieda Batista. Rendemos a ela a nossa homenagem. Nossa luta continua e a vitória é certa.<br />Há um longo caminho a se percorrer em busca de respeito, dignidade, valorização profissional da mulher negra, que continua sendo o esteio familiar. Se queremos uma sociedade realmente justa, devemos lutar:<br />- Pelo fim da discriminação racial no trabalho;<br />- Contra a exploração sexual, social e econômica da mulher negra;<br />- Por condições de vida digna para o povo negro.<br />Conscientize-se e Reaja à Violência Racial! Não silencie frente à violência e opressão!<br />Viva Lélia Gonzalez, Maria Firmina dos Reis, Mãe Andresa, Mãe Dudu, Maria Aragão, Silvia Cantanhede, Ieda Batista, guerreiras que abriram o caminho para nossa luta!<br />Comissão de Mulheres do MNU<br />Movimento Negro Unificado – MNU<br />Rua Prof. Carlos Alberto dos Santos, 24 – Cond. Res. Sol Nascente – Planalto Anil I – tel. 3244-5271 - CEP 65.064-300 - São Luís – MA - e-mail: <a href="mailto:mnu.ma@bol.com.br">mnu.ma@bol.com.br</a><br />site: <a href="http://movimentonegrounificadomnu.blogspot.com/">http://movimentonegrounificadomnu.blogspot.com/</a><br /><a href="http://movimentonegrounificadomnu.zip.net/" target="_blank">http://movimentonegrounificadomnu.zip.net/</a><br /><a href="http://araogunbiyi.sites.uol.com.br/" target="_blank">http://araogunbiyi.sites.uol.com.br/</a><br /><a href="http://spaces.msn.com/members/mnufotos" target="_blank">http://spaces.msn.com/members/mnufotos</a> </div>MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUhttp://www.blogger.com/profile/05994186866218803389noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-22335880042089335842007-11-06T00:04:00.000-02:002007-11-06T00:05:48.654-02:00ECOS DE DAKAR<div align="justify">Fotografias de Márcia Guena<br />Curadoria Marcelo Reis<br />Sankofa: retornar e aprender com o passado.<br />Márcia Guena*<br /><br />Quando não escrevo, estou vivendo. Vivi.<br />Assim foi iniciado meu diário de viagem, no dia 28 de agosto de 2000, coincidentemente, dia e mês da abertura desta exposição.<br />Vivi durante um mês o que necessitava. Fui conhecer o continente de meus familiares. O começo da história do povo africano no Brasil. Ao contrário do que indicam os livros didáticos, a nossa história não começa na senzala. A escravidão do povo africano nas Américas marca um período cruel na trajetória do povo africano, mas não é o princípio. Os primeiros registros da presença do homem estão na África, o continente que ensinou muito ao resto do mundo sobre arte, medicina, astronomia e matemática, como registrou a pesquisadora Elisa Alarkin no livro Sankofa. <br />Sankofa é um dos ideogramas utilizados pelo sistema de escrita Adinkra, que compunha as várias formas de expressão escrita existentes na antiga África, utilizado pelos povos Akan, da África Central. Os ideogramas são impressos no vestuário, em objetos e em adereços. <br />Sankofa significa "volte e pegue", ou retorne e aprenda com o passado, como compreendi e utilizei. Assim como nós reivindicamos este símbolo, ele já foi apropriado por outras entidades do movimento negro e tem sido largamente reivindicado por outras tantas. Trata-se, na realidade, de metalinguagem, o símbolo significando a ele mesmo. Sankofa também foi mote da Exposição de Abdias Nascimento 90 Anos: Memória Viva, realizada em Brasília.<br />Fui à África reivindicar minha nacionalidade: senegalesa, egípcia, angolana...A viagem ajudou a responder muitas coisas. Fui buscar, no Senegal, explicações para a alma dos homens e das mulheres da diáspora brasileira.<br />"A porta do não retorno", nome dado a última porta da "Casa dos Escravos", que desemboca no mar, último porto para africanos de nacionalidades diversas enviados para as Américas, é a que melhor traduz, no seu avesso, esta exposição: retornamos, como recomenda Sankofa. Localizada na Ilha de Goré, uma extensão de terra situada a 20 minutos de barco da capital Dakar, a Casa dos Escravos, transformada em museu, ainda guarda as balanças nas quais eram pesados homens, mulheres e crianças. Nossos familiares que sobreviveram à travessia e não passaram outra vez por aquela porta. Ecos de nossa ancestralidade localizada em Gore, Dakar, Senegal<br />Em um mês de viagem percorri grande parte do país, documentando instantes e reconhecendo gestos, falas, formas de caminhar, sorrisos. De colonização francesa, o Senegal possui o francês como língua oficial, mas são as línguas maternas que se escutam nas feiras, nos pontos de ônibus e dentro das casas. Fora da capital não se fala francês. Cerca de 40% da população pertence ao grupo linguístico uolof, como indica o site oficial do governo do Senegal. Mas vários outros idiomas estão presentes no país compondo o caldeirão lingüístico: lebu, serere, toucouleur, diola, mandinga, bassari, bedinké e dialonké.<br />Em Dakar permaneci 10 dias, seguindo rumo ao nordeste: Bakel, cantada nas músicas do Ilê Aiyê. A travessia do Rio Senegal, ao lado dos hipopótamos, ou mali, como o chamam todos ali, permitiu o contato com moradores de várias cidades e um convite para conhecer o outro lado do rio. Na outra margem, a cidade de Diogountoro, na Mauritânia. Novas falas e muito aconchego. Duas noites de muita conversa, ou de muito ouvir, pois a língua era o Soninke , mais desconhecida ainda para mim do que o popular uolóf.<br />De volta para dentro do país. A próxima parada foi Tambacounda, um parque, localizado no centro do país, que abriga grandes animais. Mas no final, encontrei pessoas, festas, comidas, acolhidas, danças e muita ternura no olhar.<br />Em direção ao sudeste percorri a cidade de Keduougou. Novas acolhidas fraternas em meio à natureza tranqüila e muito verde. Cada despedida uma descoberta e uma fissura.<br />Rumo ao sudoeste. Ali está a conflituosa Camasamance. Os Diola, povo de poucas palavras que habita a região, lutam pela sua independência desde que os colonizadores franceses os separaram dos demais membros desta etnia. Foram cindidos ao meio, esse recorte cartesiano que marcou a colonização européia na África. Cartesiana como a cabeça dos brutos. Uma parte ficou no território do Senegal e outra mais ao Sul, na atual Guiné Bissau. Os Diola de fato se sentem separados da nação senegalesa pois eles foram isolados por outro país: Gâmbia, uma faixa estreita de terra que divide Senegal em dois, separando a grande maioria uolof, ao Norte, dos Diola, ao sul. <br />Ecos de Dakar pretende buscar a nós mesmos na população do Senegal. Um pequeno retrato dos gestos e olhares do que somos. Um pequeno retrato do ser negro.<br />Para melhor compor os instantes revelados nas imagens de Ecos de Dakar, Marcelo Reis, curador e diretor desta exposição, e eu optamos por utilizar como legendas passagens do diário escrito por mim durante a viagem. O diário se comunica com a imagem quando revela impressões que não poderiam ser reescritas hoje, tais como os flagrantes revelados pelo obturador.<br />A trilha sonora é de autoria de Youssou N`Dour, um dos mais populares cantores e compositores senegaleses. Nos primeiros dias que estive em Dakar fui a um show dele em um estádio de futebol. Lotado, todos aguardaram durante horas a chegada do astro, já bastante conhecido na Europa e nas Américas. Foram mais de quatro horas de espera, com várias outras atrações. A sua entrada foi semelhante à sempre anunciada entrada do inesquecível James Brown em seus shows. Valeu a espera. Muita dança e alegria, como aconteceria durante toda a vigem. Uma música alegre, com belos arranjos e uma harmonia perfeita. Youssou N`Dour canta o panafricanismo: uma África livre, unida para todos os africanos espalhados pelo mundo.<br />Nesta viagem ao Senegal percebi que as ligações de um povo com outro não se manifestam apenas em elementos objetivos como a língua e a culinária, por exemplo, mas também na subjetividade inerente do gesto. Um olhar, um sorriso, uma forma de descansar a mão no colo, de apoiar o rosto. Ou mesmo nas formas do corpo. É como identificar no outro a si mesmo através de um giro leve da cabeça, que conduz o olhar para outra direção: identidades africanas. <br /> Fonte consultada: <a href="http://www.planalto.gov.br/seppir/informativos/images25_ago2006/materia4.htm" target="_blank">http://www.planalto.gov.br/seppir/informativos/images25_ago2006/materia4.htm</a><br /><br />*MÁRCIA GUENA é jornalista e mestre em Integração na América Latina, títulos obtidos na Universidade de São Paulo; professora das Faculdades Jorge Amado e doutoranda em História das Américas pela Universidade Complutense de Madrid. </div>MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUhttp://www.blogger.com/profile/05994186866218803389noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-69102081333127551042007-09-22T05:51:00.000-03:002007-09-22T06:11:13.817-03:00SEMINÁRIO SOBRE REPARAÇÕES<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9WeIuCHPEi8pQHaIQl6wWIwT0bqU5Ib1Z6i9XqktsDTwF0gTOAe7K6070WPRF7tkH_wlFoXDVCzo-ercKLxVVVlbq3CCLDflEjP4wEKUc8XrctT8yOfNEXIiwUMd11jiCqNbukQ/s1600-h/FAIXA.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5112951037454856210" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9WeIuCHPEi8pQHaIQl6wWIwT0bqU5Ib1Z6i9XqktsDTwF0gTOAe7K6070WPRF7tkH_wlFoXDVCzo-ercKLxVVVlbq3CCLDflEjP4wEKUc8XrctT8yOfNEXIiwUMd11jiCqNbukQ/s320/FAIXA.JPG" border="0" /></a>Palestra feita no Seminário sobre Reparações Raciais em SBC – 02 /09/ 2007<br /><br />“Acreditamos que o nosso momento está chegando.<br />Acorde povo negro!<br />Exija os seus direitos!<br />....<br /><br />Indenização irmãos, eu quero é mais!<br />Medidas desiguais para igualar os desiguais”.<br /><br />Música Reparações - Banzo Bantu - Posse Hausa. </div><div align="justify"><span style="font-size:85%;">( </span><a href="http://br.youtube.com/watch?v=y91fTFmj2WE" target="_blank" rel="nofollow"><span style="font-size:85%;">http://br.youtube.com/watch?v=y91fTFmj2WE</span></a><span style="font-size:85%;"> )<br /></span><br />Eternas e calorosas saudações a família africana, irmãos e irmãs, filhos e filhas da grandiosa Mãe-África.<br /><br />Para mim, o seminário sobre reparações representou uma quebra de paradigma no processo de luta do movimento negro no Brasil. O MNU – Movimento Negro Unificado – foi quem se assumiu a responsabilidade de começar a massificar e publicar esta nova fase de postulações da comunidade negra.<br /><br />Convidado para falar neste Seminário sobre o histórico do movimento de reparações e caminhos possíveis para o mesmo, fui à mesa fazer uma exposição que só veio a reforçar o que já tinha sido exposicionado pelo palestrante anterior, no caso, Reginaldo Bispo. Restou-me, como opção, acrescentar um olhar internacionalista sobre as reparações, contextualizando-a nas lutas contemporâneas, e pretéritas, de libertação negro-africana ao redor do globo.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvJsqHTc0JeP4saYcBxk-sp9PvMLx1JCisEOug8Nvl5HPqKiFCmUfUM_MYBdrgSYsW5PIK1A7rE_47BLKtSY7Jx9c5gqBdUVE3LnYQM-mKYRiNGTx3qOVF4Ef-Bb4zfLb6BtBS1w/s1600-h/3501194.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5112949641590484962" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 130px; CURSOR: hand; HEIGHT: 248px" height="258" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvJsqHTc0JeP4saYcBxk-sp9PvMLx1JCisEOug8Nvl5HPqKiFCmUfUM_MYBdrgSYsW5PIK1A7rE_47BLKtSY7Jx9c5gqBdUVE3LnYQM-mKYRiNGTx3qOVF4Ef-Bb4zfLb6BtBS1w/s320/3501194.jpg" width="130" border="0" /></a>Assim, as exigências de reparações a comunidade negra não é uma exclusividade do movimento negro no Brasil. As reparações são uma exigência histórica das mais variadas vertentes do movimento negro mundial. Intrinsecamente, as exigências de reparações ao povo negro encontra profundas raízes em lutas anti-racistas do passado, como no movimento nacionalista negro de Marcus Garvey, com suas postulações de repatriação ao continente africano como uma forma de reparação. Nas manifestações do movimento do Poder Negro, que teve os Partido dos Panteras Negras como maior símbolo de resistência, onde seus programas de dez pontos se referiam a reparações ao povo negro dos Estados Unidos, como petições de melhores condições de trabalho, moradia, educação, etc. Também, no movimento de “Direito Civis”, que teve Martin Luther King como maior expoente, encontramos elementos relacionados a reparações ao povo negro, como as exigências de oportunidades de acesso igual aos meios necessários a sobrevivência digna. Assim, não menos importantes, o movimento de “Direitos Humanos Internacionalista” de Malcolm X, o movimento da Negritude de Leopoldo segnhor, os documentos finais dos Congressos Pan-Africanos, as lutas de Libertação das nações africanas, os movimentos de consciência e ação negra nas Américas, também trouxeram no cerne das suas questões a necessidade das reparações ao povo negro.Portanto, é dentro deste contexto histórico, e dando continuidade ao mesmo, que estamos inseridos. Sendo que em qualquer lugar do mundo negro contemporâneo que nós formos, nos depararemos com as questões relacionadas a necessidade de reparações como forma de viabilizar o desenvolvimento humano das gentes negras.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4TfEgAYDrqwzjTZkRkxskJLx7tp-MT_VKa_ZW_DJx1H-y3Hj4-WSLnJo1tJg1HN-hZtVZsSRpOSfNE-k1PtkSvBybXAUOOzMkgBEXXf0Ond52CJtK0SiU8msY7Q2enaUISZIYYA/s1600-h/ATgAAABxHvwIYffe3VJiSgiJR0xV09M3eQM-476J67uCm28mpHkHwsDlWrsNBurA6HTUi1PanX27NB0dsQXkfZTfhyw3AJtU9VBVXXe6ISvuZ-nm2oJf-DHzPVc6-Q.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5112950114036887538" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4TfEgAYDrqwzjTZkRkxskJLx7tp-MT_VKa_ZW_DJx1H-y3Hj4-WSLnJo1tJg1HN-hZtVZsSRpOSfNE-k1PtkSvBybXAUOOzMkgBEXXf0Ond52CJtK0SiU8msY7Q2enaUISZIYYA/s320/ATgAAABxHvwIYffe3VJiSgiJR0xV09M3eQM-476J67uCm28mpHkHwsDlWrsNBurA6HTUi1PanX27NB0dsQXkfZTfhyw3AJtU9VBVXXe6ISvuZ-nm2oJf-DHzPVc6-Q.jpg" border="0" /></a>A reparação pode ser entendida como um ato de restabelecimento da dignidade humana, como restauração dos meios indispensáveis ao desenvolvimento humano, como “remédio” para supressão das dores oriundas de uma condição de indigência, e como meio de melhoramento da qualidade de vida do grupo ofendido. Estas são definições superficiais, não pretendo, assim, esgotar qualquer tipo de conceituação mais aprofundada sobre o significado das reparações. No entanto, cabe acrescentar que um simples pedido de desculpas, como os feitos pela Igreja Católica e por lideranças políticas européias, como Tony Blair, não podem ser vista como uma forma de justificativa para não promoção das reparações a comunidade negra pelos danos causados no passado. Também, as reparações podem encontrar sua essencialidade nas indenizações por danos materiais, morais e psicológicos causados por conseqüentes violações dos Direitos Humanos dos povos de ascendência africana, encontrando apoio nas experiências reparatórias as vítimas da II Guerra Mundial, do Nazismo e dos regimes militares em diferentes países. Assim, é sob a ótica de lesão a direitos fundamentais que devemos defender as reparações as comunidades negro-africana, sendo esta defesa um processo de luta sem fronteiras nacionais, constituindo-se num movimento internacionalista global. Por conseqüência, as exigências seriam direcionadas tanto para os estados que, no passado, foram escravagistas, quanto para aqueles que foram escravistas.<br /><br />Neste momento, cabe fazer uma diferenciação entre os dois tipos de estados. Os estados escravagistas foram aqueles que efetuaram um próspero comércio de escravos, vendendo-os a mercados longínquos, mas não utilizaram o modo escravista de produção internamente. Já os estados escravistas, pelo contrário, utilizaram mão-de-obra escrava como principal fonte de trabalho produtivo internamente. Sendo assim, defendo a idéia de que os estados escravagistas devem reparar o continente africano pelo esvaziamento dos seus recursos humanos e os estados escravistas devem reparar os seus respectivos descendentes de africanos escravizados que vivem em seus territórios e possuem a cidadania formal, ou seja, aquela reconhecida por lei. Mas, para além disso, é de se reconhecer que o período referente as reparações não deve está relacionado somente ao período do tráfico negreiro e escravização. Acredito que a reparações a África deve ser feita por causa dos seguintes períodos: escravidão, colonização e neo-colonialismo. Por estes dois últimos períodos, colonização e neo-colonialismo, as respectivas ex-metropóles (ou neo-metrópoles) é que devem promover a indenização pelos males causados. Enquanto para os descendentes da Diáspora africana, vítimas do tráfico negreiro, o ressarcimento deve ser feito pelos períodos da escravidão, racismo e neo-racismo, sendo que os estados nacionais ex-escravistas, racistas e neo-racista é que devem fazer a indenização. Em ambos os aspectos, a reparação deve constituir-se de indenização moral, psicológica e material, sendo feita a restituição daquilo que perdemos mais o que poderíamos ter lucrado / herdado se não tivéssemos sidos escravizados.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbk-LVwa648ZyLvPTtOMzIOYZdcMRjKXnXDes1MrCzRS8RGpcFgMnHCKtj0EV2P6vssLCzAQyo0lLYuR8jE35XkpkRv5Codp1u_CRo-0cvylHc-neyWRVDvDUVd4E6N8sXcqKaBA/s1600-h/ATcAAAACyRB5RfAAS-RqCLUZegqiQuZ38ctL9hia1ImfZ84kwSRNhyPhkpBQ6aeb7Y2xIAYrjwzWh9ttYt6AdK2_vRMIAJtU9VAxIFj_8N8nR-JqeBAhijAbvk5ngw.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5112950672382636034" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbk-LVwa648ZyLvPTtOMzIOYZdcMRjKXnXDes1MrCzRS8RGpcFgMnHCKtj0EV2P6vssLCzAQyo0lLYuR8jE35XkpkRv5Codp1u_CRo-0cvylHc-neyWRVDvDUVd4E6N8sXcqKaBA/s320/ATcAAAACyRB5RfAAS-RqCLUZegqiQuZ38ctL9hia1ImfZ84kwSRNhyPhkpBQ6aeb7Y2xIAYrjwzWh9ttYt6AdK2_vRMIAJtU9VAxIFj_8N8nR-JqeBAhijAbvk5ngw.jpg" border="0" /></a>Na visão pan-africana, as reparações ao povo negro devem significar uma das várias etapas do processo de libertação negra internacional. Portanto, devem fazer parte de um novo projeto de vida do povo negro no Brasil e no mundo, onde buscaremos a concretização de um novo modelo político, econômico, social, espiritual e moral do nosso ponto de vista, para nós mesmos. Esta perspectiva pan-africana de projeto de vida é reconhecida também por Kifi Mawuli Klu, do Foro de Ghana pan-africano, que afirmou o seguinte, quando da Conferência Internacional de Reparações Africanas para Justiça Global: “Esta Conferência servirá para abrir os nossos olhos, para mostrar para o povo africano que somos uma família no continente e na diáspora em nossa luta contra o mesmo opressor. Esta conferência demonstrará que sem haver verdadeira restauração e unidade em termos pan-africano, neste mundo contemporâneo de imperialismo e globalização, não haverá uma solução viável a nenhum dos problemas enfrentados pelos africanos continentais e da diáspora, em todas as esferas da vida a nível local, nacional e internacional”.<br /><div><div><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBin0Gr4WFDkofC9fIj5PQxz7z021KdWsOXjDM-a1RqSsV8E6zJxUhVyt1m8yDopv8amf5vDsPLeh3IyW_D-JjCyPEqkzUkkBsQbvzdN00Lj4bG19cRS_RlMWVTB6xhUF0J3NEpQ/s1600-h/joseraimundo.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5112949224978657234" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBin0Gr4WFDkofC9fIj5PQxz7z021KdWsOXjDM-a1RqSsV8E6zJxUhVyt1m8yDopv8amf5vDsPLeh3IyW_D-JjCyPEqkzUkkBsQbvzdN00Lj4bG19cRS_RlMWVTB6xhUF0J3NEpQ/s320/joseraimundo.jpg" border="0" /></a><br /></div><br /><br /><br /><br /><div></div><br /><br /><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><br /><div></div><div>por José Raimundo </div></div><br /></div>MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUhttp://www.blogger.com/profile/05994186866218803389noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-17360841048607056752007-09-12T20:00:00.000-03:002007-09-13T08:09:42.335-03:00<strong>AGENDA CONNEB:<br />ABC PAULISTA: </strong><div><strong><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMdKs-Sqe0GBJz3nxIOmXszwqektZpEcrMAPRFSpSAVnidi1rSzPW_bzaQ1s5nR48SbB-cHWEuKUrdgjwwXuru5rrE5NqvMBNRTUtHr3s8ai4rKHRsccjx65D6dpX7KyArD41VKg/s1600-h/plenaria+abc+CNNNEB.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5109457276698484370" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMdKs-Sqe0GBJz3nxIOmXszwqektZpEcrMAPRFSpSAVnidi1rSzPW_bzaQ1s5nR48SbB-cHWEuKUrdgjwwXuru5rrE5NqvMBNRTUtHr3s8ai4rKHRsccjx65D6dpX7KyArD41VKg/s320/plenaria+abc+CNNNEB.jpg" border="0" /></a><br /></strong></div><div><br /></div><div><strong></strong></div><div><br /></div><div><strong></strong></div><div><br /></div><div><strong></strong></div><div><br /></div><div><strong></strong></div><div><br /></div><div><strong></strong></div><div><br /></div><div><strong></strong></div><div><br /></div><div><strong></strong></div><div><br /></div><div><strong></strong></div><div><br /></div><div><strong></strong></div><div><br /></div><div><strong></strong></div><div><br /></div><div><strong></strong></div><div><br /></div><div><strong></strong></div><div><br /></div><div><strong></strong></div><div><br /></div><div><strong></strong></div><div><br /></div><div><strong></strong></div><div><br /></div><div><strong></strong></div><div><br /></div><div><strong></strong></div><div><strong></strong></div><div><strong>ARARAQUARA: </strong><strong><br /></strong>ASSEMBLÉIA REGIONAL DO CONGRESSO NACIONAL DE NEGRAS E NEGROS DO BRASIL (CONNEB)DIA 15 DE SETEMBRO.SÁBADO A PÁRTIR DAS 8:00hs.LOCAL: CENTRO DE REFERÊNCIA AFRO AV: DUQUE DE CAXIAS 660 CENTRO ARARAQUARA CONTATOS: (016) 3322-8316.E-MAIL: <a href="mailto:enjuneararaquara@yahoo.com.br">enjuneararaquara@yahoo.com.br</a></div><div><br /></div><div><strong>PROGRAMAÇÃO<br /></strong>8:00hs café da manhã<br />9:00hs abertura: com a presença de autoridades locais e regionais<br />10:00 -Análise da realidade brasileira do ponto de vista da Nação, do Estado, da Economia e os desafios para a construção de um projeto político do povo negro para o Brasil. Inicio dos trabalhos com uma discussão sobre o tema norteador do debate com dois expositores<br />Silvia Seixas: Instituto plural de Ribeirão Preto<br />Reginaldo Bispo: Coordenador Estadual do CONNEB<br />12:30hs ás 14:00hs: Almoço14:30hs Apresentação e votação de propostas<br />15:30hs Tirada de delegados<br />17:00hs Apresentação cultural e encerramento das Atividades. </div><div><br /><strong>SOROCABA:</strong> </div><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjv8DstBwHipLbjx-iv1oypcjyzxbaukzx-URGBfcYEEy-9Hxc2aMjEIX69owtB0YXr2Dt3KW6KR3z0UgkzFKZMe07wiNFU6dhTtQWNMb_sXoCam9nnWJDyen82Ak5o0fUO-0jaoA/s1600-h/Cartaz+Plenaria+CONNEB+SOROCABA.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5109457646065671842" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjv8DstBwHipLbjx-iv1oypcjyzxbaukzx-URGBfcYEEy-9Hxc2aMjEIX69owtB0YXr2Dt3KW6KR3z0UgkzFKZMe07wiNFU6dhTtQWNMb_sXoCam9nnWJDyen82Ak5o0fUO-0jaoA/s320/Cartaz+Plenaria+CONNEB+SOROCABA.jpg" border="0" /></a><br /></div><div><br /></div><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><strong>PLENÁRIA MUNICIPAL EM SÃO PAULO - CAPITAL</strong> <br /> Aonde? APEOESP<br /> Qual data : 16 de setembro de 2.007<br /> Endereço: Praça da República, 282 - Centro<br /> Horário : Das 9h00 as 14h00<br /> O porque? Tirada de delegados e delegadas do Município<br /><br />E-mail para ? Secretária Operativa de S.P<br /> <a href="mailto:conneb_sp@yahoo.com.br">conneb_sp@yahoo.com.br</a><br /> <a href="mailto:conneb_sp@yahoogrupos.com.br">conneb_sp@yahoogrupos.com.br</a><br /> <a href="mailto:edison.luiz@ceabra.com.br">edison.luiz@ceabra.com.br</a><br /> <a href="mailto:ceabra@ceabra.com.br">ceabra@ceabra.com.br</a><br /><br /> Secretaria Operativa Nacional do R.J.<br /> <a href="mailto:secretariacnneb@cadbr.org">secretariacnneb@cadbr.org</a><br /> <a href="mailto:marcio.alexandre@yahoo.com.br">marcio.alexandre@yahoo.com.br</a><br /> <a href="mailto:ceap14@yahoo.com.br">ceap14@yahoo.com.br</a><br /> <a href="mailto:yedoferreira@gmail.com">yedoferreira@gmail.com</a><br /> <a href="mailto:dbsouzarj@uol.com.br">dbsouzarj@uol.com.br</a><a href="http://3.bp.blogspot.com/_x4i4sVtoiAs/RufOgHSl3oI/AAAAAAAAAAk/hQPxKIdLeSo/s1600-h/Cartaz+Plenaria+CONNEB+SOROCABA.jpg"></a>MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUhttp://www.blogger.com/profile/05994186866218803389noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-33390440889839785402007-09-12T19:57:00.001-03:002007-09-13T07:30:45.289-03:00<span style="font-size:130%;"><span style="color:#ffff00;"><strong>1º Encontro Estadual: Reforma Agrária e Relações Raciais.</strong><br /></span></span><br />Acontece nos dias 15 e 16 de setembro 2007, das 09:h ás 18:h, no Auditório da UNEB no Município de Seabra – BA, o 1º Encontro Estadual: Reforma Agrária e Relações Raciais. Esta na pauta, Audiência Pública: Programas, Projetos e Ações para Comunidades Quilombolas, com plenária popular, seminários, criação de agenda política e atividades culturais. O evento é uma realização do Movimento Negro Unificado – MNU, Omi-Dudu e Associação Comunitária Qulilombola de Baixão Velho – ASCRUBAVE, contara a presença de representantes governamentais:<br /><br />· MINISTRA MATILDE RIBEIRO - <a href="javascript:ol(" rel="nofollow"><span style="color:#000000;">Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial -</span> <span style="color:#000000;">SEPPIR</span></a>.<br />· ZULU ARAÚJO - Presidente da Fundação Cultural Palmares.<br />· LUIZ ALBERTO - Secretario de Promoção da Igualdade Racial – SEPROMI.<br />· VALMIR ASSUNÇÃO - Secretario de Desenvolvimento Social e Combate a Pobreza – SEDES.<br />· LUIS GUGE SANTOS FERNANDES - Superintendente do INCRA.<br />· UBIRATA CASTRO - Presidente da Fundação Pedro Calmon.<br />· SERGIO SÃO BERNARDO - Superintendente do PROCON –BA.<br />· LUIZ ANSELMO - Coordenador de Desenvolvimento Agrário.<br />· WILTON CUNHA - Superintendente da Secretaria de Agricultura<br /><br /><strong>Municípios e suas comunidades Quilombolas participantes do encontro:</strong><br /><br />SEABRA: Baixão Velho, Lagoa do Baixão , Olhos D’agua do Basílio, Serra do Queimadão, Capão de Gamelas, Vão das Palmeiras, Cachoeira, Mocambo, Agreste, Morro Redondo, Vazante, Mocambo de Santana, Vazia do Caldas, Angico, Laguinha, Mata Cachorro. BONINAL: Mulungu, Conceição, Cutia. SOUTO SOARES: Segredo. LENÇOIS, PALMERAS, PIATA, IBITIARA, IRAQUARA, ANDARAI.<br /><br /><strong>PROGRAMAÇÃO:</strong><br /><br />Dia: 15 de setembro (Sábado):<br />09:00h, - Credenciamento / Recepção aos convidados / Distribuição de Materiais.<br />10 00h, - Apresentação dos objetivos do Encontro<br /><br />Pronunciamentos:<br /><br />· DALVIO LEITE - Prefeito de Seabra<br />· JOÃO EVANGELISTA - Diretor de Reparação de Seabra<br />· MARCUS ALESSANDRO MAUSSI - Coordenador Nacional do Movimento Negro Unificado – MNU.<br />· JAIME CUPERTINO - Líder Quilombola da Comunidade de Vazante<br />· JULIO CUPERTINO - Presidente da Associação Quilombola de Baixão Velho.<br /><br />11:30h, - <strong>AUDIÊNCIA PUBLICA: “Programas, Projetos e Ações para Comunidades Quilombola”.</strong><br /><br />Representantes Governamentais:<br />· LUIZ ALBERTO - Secretario de Promoção da Igualdade Racial<br />· ZULU ARAUJO - Presidente da Fundação Cultural Palmares<br />· MATILDE RIBEIRO - Ministra de Promoção da Igualdade Racial<br />· VALMIR ASSUNÇÃO - Secretario de Desenvolvimento Social e Combate a Pobreza<br />· LUIS GUGE SANTOS FERNANDES - Superintendente do INCRA<br />· UBIRATA CASTRO - Presidente da Fundação Pedro Calmon.<br />· SERGIO SÃO BERNARDO - Superintendente do PROCON –BA<br />· LUIZ ANSELMO - Coordenador de Desenvolvimento Agrário<br />· WILTON CUNHA - Superintendente da Secretaria de Agricultura<br /><br />14:00h<br /><strong>RETORNO A AUDIENCIA PUBLICA: “ Com a palavra, a comunidade”<br /></strong><br />16:00h<br /><strong>OFICINA:”Intercambio de Juventude Urbana e Quilombola”<br /></strong><br />· Mediação: Lio N’zumbi – MNU<br />· Michel Chagas – Steve Biko<br />· Karla Acotinere – Fórum Nacional da Juventude – NUMAR<br />· Helder Costa – Fórum Nacional da Juventude negra – Resistência Negra<br />Comunitária<br /><br /><br />Dia 16 de setembro (domingo):<br /><br /><strong>09:00h, - CONJUNTURA NACIONAL DA LUTA DE TERRAS QUILOMBOLAS</strong>: “Direito e Enfrentamento”<br /><br />· JOÃO EVANGELISTA – Diretor Municipal de Reparação Racial – Seabra<br />· MARIA JOSE – Representante da Comissão Pastoral da Pesca<br />· MARCUS ALESSANDRO MAUSSI – Coordenador Nacional do Movimento<br />Negro Unificado – MNU<br />MAURICIO ARAUJO – Representante da Associação dos Advogados dos<br />Trabalhadores Rurais – AATR<br />JAIME CUPERTINO – Líder Quilombola da Comunidade de Vazante<br /><br />Das 09:00hs as 19:00h, Atividades em Paralelo<br /><br />· Manifestações Artísticas das Comunidades Quilombolas<br />· Lançamento do Vídeo “Religiosidade Afro-brasileira: Memória e Resistência”<br />· Oficinas Afro-esteticas<br />· Feira de artesanato<br />· Encontros de Violeiros<br /><br /><br />Este ato político de natureza popular propõe o dialogo e a escuta sobre o direito a terra do povo quilombola tendo como sujeitos seus principais agentes, espalhados, por todo território estadual. Em linhas gerais, é uma importante abertura de agenda, de solidariedade com os povos submetidos à lógica do racismo e da desigualdade.<br /><br />O reconhecimento dos processos que criam desvantagens e privilégios; A questão do racismo, das reparações aos danos causados pelo racismo e a luta pela justiça no campo. São pautas prioritárias da agenda política nacional e internacional que constitui essa proposta. Portanto, o interesse desse projeto é reunir os segmentos pertinentes para aprofundar esses temas através dos diversos olhares, das diversas rotas.<br /><br />QUILOMBOS: SITUAÇÃO HOJE<br /><br />Os quilombos, que na língua banto significam "povoação", funcionavam como núcleos habitacionais e comerciais, além de local de resistência à escravidão, já que abrigavam escravos fugidos de fazendas. As comunidades remanescentes de quilombos se instalaram em vários estados do país. No total, 743 foram identificadas, mas só 29 foram tituladas oficialmente pelo governo. Localizadas em São Paulo , Rio de Janeiro, Pará, Maranhão, Pernambuco, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Sergipe, Goiás e Amapá, estas comunidades detém os Direitos Culturais Históricos, assegurados pelos artigos 215 e 216 da Constituição Federal que tratam das questões relativas à preservação dos valores culturais da população negra. Além disso, suas terras são consideradas Território Cultural Nacional.<br /><br />Estima-se que dois milhões de pessoas vivam nestas comunidades organizadas para garantir o direito à propriedade da terra. Os habitantes remanescentes dos quilombos preservam o meio ambiente e respeitam o local onde vivem. Mas sofrem constantes ameaças de expropriação e invasão das terras por inimigos que cobiçam as riquezas em recursos naturais, fertilidade do solo e qualidade da madeira.<br /><br /><br />Serviço:<br />O que: 1º Encontro Estadual: Reforma Agrária e Relações Raciais.<br />Quando: Nos dias 15 e 16 de setembro 2007, das 09:h ás 18:h.<br />Onde: Auditório da UNEB no Município de Seabra – BA.<br />Realização:<br />Contatos:<br />· Hamilton Walê (Movimento Negro Unificado – MNU)<br /><a href="javascript:ol(" rel="nofollow">hamilton_africano@yahoo.com.br</a> , (71) 9935-7336<br />· Josélia Santos (Omi-Dudu)<br /><a href="javascript:ol(" rel="nofollow">joseliaomidudu@yahoo.com.br</a>, (71) 8178-3182 / 3334-2948<br />· Bartolomeu Cruz<br /><a href="javascript:ol(" rel="nofollow">bartolomeudc@yahoo.com.br</a>, (71) 9966.8579<br /><br />Assessoria de Imprensa:<br />Hamilton Oliveira (Dj Branco).<br />Tel: (71) 9151-0631 / e-mail: <a href="javascript:ol(" rel="nofollow">cmahiphop@yahoo.com.br</a>MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUhttp://www.blogger.com/profile/05994186866218803389noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-53594208009206284782007-08-21T21:58:00.000-03:002007-08-21T23:14:16.818-03:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC0Tge-_ZtcWfgk14hboei7DHo5QEa0pw7tARtPQCAgTNC7jTdBFbV4JcZRTQoISpdvc_L8y3VxHVkpS6rfKaRLPk_QXS6w2kQsfHTPWbhMCkqfWNoxOFA-hktiG4ubWdh0QcaVQ/s1600-h/SEMINARIO+DE+REPARAÃÃES.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5101342095886186738" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC0Tge-_ZtcWfgk14hboei7DHo5QEa0pw7tARtPQCAgTNC7jTdBFbV4JcZRTQoISpdvc_L8y3VxHVkpS6rfKaRLPk_QXS6w2kQsfHTPWbhMCkqfWNoxOFA-hktiG4ubWdh0QcaVQ/s320/SEMINARIO+DE+REPARA%C3%87%C3%95ES.jpg" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKiPxPiowOd0bbCW-tElBTn-G022NKNiyKAKlcwsGji6f-S6XSJZutITdjAkXW7PWTqWGi4LZyrfk1NBefHo0CenYkEYL7he2OCVoR-q5Y7bf0aIYef4bmOPhhdBegT6_FhI9hlQ/s1600-h/SEMINARIO+DE+REPARAÃÃES.jpg"></a><br /><br /><div></div><br /><br /><p align="center"><strong><span style="font-size:180%;">Seminário Sobre Reparações</span></strong></p><br /><p align="center"><strong><span style="font-size:78%;">definição - histórico - conjuntura atual - caminhos possíveis</span></strong></p><br /><p align="center"><strong><span style="font-size:130%;">DIA 2 DE SETEMBRO A PARTIR DAS 9:00</span></strong></p><br /><p align="center"><strong><span style="font-size:130%;">EM SÃO BERNARDO DO CAMPO - SÃO PAULO</span></strong></p><br /><p align="center"><strong><span style="font-size:130%;">LOCAL - CENTRO DE FORMAÇÃO CELSO DANIEL</span></strong></p><p align="center"><strong>Rua João Lotto, s/n - Centro São Bernardo do Campo - SP Fone: (11) 4128-4200(ao lado da sede do Sindicato) TERMINAL FERRAZÓPOLIS DE TROLEIBUS</strong></p><br /><p align="center"><strong><span style="font-size:130%;">INSCRIÇÃO POR E-MAIL</span></strong></p><br /><p align="center"><strong><span style="font-size:130%;"><a href="mailto:mnu.nacional@yahoo.com.br">mnu.nacional@yahoo.com.br</a></span></strong></p><p align="center"><strong><span style="font-size:130%;">info 011 9832-1582</span></strong></p></div>MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUhttp://www.blogger.com/profile/05994186866218803389noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-1154918913002422292006-08-06T23:35:00.000-03:002006-08-11T16:58:47.066-03:00REPUDIO AOS ATAQUES ISRAELENSES AO POVO LIBANÊS E PALESTINO!!!<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/6914/3528/1600/mnu.0.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/6914/3528/320/mnu.0.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">O Movimento Negro Unificado (MNU), que há 28 anos articula o povo negro no Brasil na luta pelo poder e no combate ao racismo, por defender intransigentemente o princípio da autodeterminação dos povos, vem a público manifestar o seu repúdio veemente à ofensiva israelense no oriente médio, que penaliza o povo palestino e libanês.<br /><br />A invasão da faixa de gaza, na palestina, e os recentes ataques a alvos civis no território do Líbano atestam, à opinião pública mundial, a ação criminosa de Israel. o número de inocentes assassinados cresce a cada dia. são crianças, idosos, mulheres e homens vitimados por uma visão racista e imperialista, que considera povos que vivem e se organizam fora de seus hegemônicos parâmetros europeizantes de civilização como seres humanos de segunda categoria. sob essa ótica, os civis até agora mortos não constituem razão suficiente para a suspensão do conflito, convertem-se em simples números.<br /><br />Essa guerra desproporcional, firmada no desenvolvido poderio bélico de Israel, caracteriza-se como terrorismo de estado, apoiado por seu principal aliado imperialista, os eua, além de contar com a conivência desprezível de organismos internacionais, como a onu, e a covardia das potencias capitalistas do "civilizado" mundo globalizado.<br /><br />O povo negro da áfrica e diáspora bem conhece a ação genocida do imperialismo, sustentado ideologicamente pelo racismo, processo que explica o conjunto de violações que ainda hoje somos submetidos, como também a brutal interrupção ao desenvolvimento das civilizações africanas, fato que justifica nossa luta pelas reparações históricas e humanitárias ao povo negro da áfrica e diáspora.<br /><br />Neste momento de profunda indignação, <strong>DECLARAMOS</strong></span><span style="font-family:verdana;"><strong> NOSSA SOLIDARIEDADE AO POVO LIBANÊS E PALESTINO, E EXIGIMOS QUE O GOVERNO BRASILEIRO POSICIONE-SE A FAVOR DA IMEDIATA SUSPENSÃO DOS BOMBARDEIOS E RETIRADA DAS TROPAS DE ISRAEL DO TERRITÓRIO DO LÍBANO E DA FAIXA DE GAZA, ALÉM DE GARANTIR NENHUM TIPO DE RELAÇÃO COMERCIAL A PAISES QUE UTILIZEM DE POLITICAS GENOCIDAS A POVOS QUE VEM SENDO HISTÓRICAMENTE OPRIMIDOS! PELA NÃO ASSINATURA DO TRATADO DE LIVRE COMÉRCIO ENTRE MERCOSUL E ISRAEL</strong>, juntamente com a solicitação de uma rigorosa apuração aos crimes de direitos humanos praticados por esse estado.<br /><br /><strong>Coordenação Nacional do MNU<br />1978-2006<br />Brasil</strong></span></div>MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUhttp://www.blogger.com/profile/05994186866218803389noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32303380.post-1154910314067808792006-08-06T21:14:00.000-03:002006-08-06T23:32:29.293-03:00Políticas de Ações Afirmativas no Brasil<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/6914/3528/1600/mnu.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/6914/3528/320/mnu.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"><strong>Manifesto em favor das Políticas de Ações Afirmativas no Brasil</strong><br /><br />Os africanos e povos indígenas e seus descendentes tiveram uma participação fundamental na construção das riquezas material, cultural, artística e científica do Brasil. Entretanto, os resultados desse patrimônio construído não retornaram para essas parcelas da população brasileira na mesma proporção da sua importância histórica. Esse, certamente, é um dos indícios de que no processo de formação e organização da sociedade brasileira naturalizou-se a lógica da desigualdade entre os povos constituintes da nação. Foi assim que o racismo consolidou-se como o eixo central que definiu o padrão das relações entre indígenas, negros e brancos na sociedade, sendo os últimos a força hegemônica nos espaços de poder e riqueza.<br />Todavia, é importante assinalar, que os povos negros e indígenas, no período da escravidão e depois da abolição de 1888, nunca se calaram e nem aceitaram o sistema iníquo de privação de direitos sociais e de liberdade. São conhecidas em nossa história, embora pouco divulgadas, as revoltas, insurreições e levantes, a exemplo da luta quilombola de Palmares, do Levante de 1835, da Revolta dos Alfaiates, dentre tantos outros episódios marcantes. No século vinte, são conhecidos os movimentos de luta pela liberdade como a Frente Negra Brasileira, a Revolta dos Marinheiros, as organizações políticas negras nacionais e tantas outras associações culturais, religiosas, recreativas que atestam que o nosso povo nunca se calou diante dos seus algozes.<br />As denúncias que os movimentos sociais negros fizeram de que o racismo no Brasil, no passado e no presente, era um sistema violento, excludente e segregador foram paulatinamente demonstradas pelos estudos e pesquisas científicas individuais e aqueles empreendidos por instituições oficiais insuspeitas, a exemplo do IPEA e IBGE. O Relatório de Desenvolvimento Humano do Brasil, publicado pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) em 2005, confirma a existência de dois brasis: de um lado, o Brasil dos brancos, em 44º lugar no ranking mundial do Índice de Desenvolvimento Humano, ao lado de países desenvolvidos; de outro, o Brasil da população negra, que se encontra em 105º lugar, posição equivalente a de países em situação de guerra civil. Essa disparidade explica porque a expectativa de vida de uma criança negra ao nascer é em média cinco anos menor que a de uma branca; ou porque dentre as crianças que não conseguem ir à escola, 67,9% são negras. No Brasil, o indivíduo negro tem duas vezes mais chances de ser assassinado que um branco. A taxa de desemprego é em média 23% maior entre a população negra; os homens brancos recebem um salário em média 113% maior que o dos homens negros e as mulheres brancas, 84% mais que as negras (PNUD, 2005).<br />As populações negras e indígenas no Brasil são alvo de um processo sistemático e silencioso de genocídio. Diretamente através da ação institucionalizada da polícia e clandestinamente via os grupos de extermínio, e, de maneira indireta, pela ausência de políticas públicas de acesso à saúde, educação de qualidade, emprego e segurança. Nesse cenário, as crianças e adolescentes negros tornam-se facilmente reféns do crime organizado.<br />Interfere negativamente na auto-estima dos povos negros e indígenas a imagem distorcida e estereotipada veiculadas pelos meios de comunicação de massa e disseminados no sistema escolar.<br />Desse modo, é uma falácia afirmar que os movimentos sociais negros pregam a polarização racial no Brasil. Essa polarização é um fato desde a chegada dos portugueses em 1500, quando instituíram uma ordem colonial em que os povos indígenas e mais tarde os povos africanos foram submetidos a um regime baseado nas premissas de que esses povos eram inferiores e selvagens e, por conseqüência, seria legítima a sua escravização. O regime escravista durou quatro séculos e na sua essência foi violento, desumano e racista. Com o encerramento oficial da escravidão em 1888, os negros não tiveram direito a terra, a uma educação pública de qualidade e nem tampouco a empregos decentes. Entregues à própria sorte, foram submetidos a uma lógica racista que regula a distribuição de riquezas e poder em âmbito nacional e mantém a desigualdade social.<br />Na III Conferência Mundial contra Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerâncias Correlatas, realizada pela ONU em Durban no ano de 2001, o Brasil, juntamente com os demais países participantes, reconheceu o tráfico atlântico e a escravidão como crimes contra a humanidade e comprometeu-se em adotar medidas políticas para erradicação do racismo e a promoção do desenvolvimento econômico, político, cultural e social da população negra, especialmente das mulheres.<br />Portanto, os Projetos de Lei que tramitam no Congresso Nacional que institui o Sistema de Cotas para negros e indígenas no ensino superior (PL 73/99) e o Estatuto de Igualdade Racial (PL 3.198/2000), que garante o acesso mínimo dos negros aos cargos públicos e assegura um mínimo de igualdade racial no mercado de trabalho e no usufruto dos serviços públicos de saúde e moradia, entre outros, devem ser apoiados por todos e todas que desejam um Brasil mais justo, mais igual e sem racismo.<br /><br />Movimento Negro Unificado, Brasil, 05 de junho de 2006.</span></div><br /><strong>"MNU, na trasição para uma Organização Política de Luta de Libertação do Povo Negro"</strong>MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNUhttp://www.blogger.com/profile/05994186866218803389noreply@blogger.com7