segunda-feira, 30 de novembro de 2009

De Izabel a Ignácio Lula: A Redenção Em Dose Dupla


A memória não é o forte nos (as) negros (as) do Brasil, portanto ter guardado fatos da história a eles diretamente ligados, muito menos.
O Estatuto de Promoção da Igualdade Racial depois de anos percorrendo caminhos tortuosos no Congresso Nacional, desde que por infelicidade da negrada brotou como uma grande idéia dos miolos do então deputado federal Paulo Paim, finalmente vai ser sancionada no dia 20 de novembro - Dia da CONSCIÊNCIA NEGRA - pelo Presidente da Republica Luiz Ignácio Lula da Silva.
Mas desde que Paulo Paim decidiu, com apoio de outros negros a tornar concreta esta sua “grande idéia” que a marca deste projeto de estatuto é transitar como uma Lei Áurea de tempos modernos nos meandros do Congresso Nacional.
O Estatuto dos Negros, nome que deve passar a ter depois da sanção do Presidente da República é como o mandacaru que mata a fome do gado, mas não alimenta e só serve para prolongar uma vida miserável durante os meses de seca e fome que se repetem ha séculos, todos os anos no sertão do nordeste do Brasil. O Estatuto como o mandacaru é apenas um paliativo como foram às leis antecessoras a respeito.
Uma nave espacial vindo de outro sistema solar, ao chegar ao Brasil e observar o comportamento de negros e negras que auto se definem militantes da causa do povo negro, os seus tripulantes haveriam meneando a cabeça e com certa comiseração, concluir:
- Os humanos de cor preta deste imenso país com certeza são os mais crédulos de todo o planeta terra. Acreditam em tudo e em todos e ainda vivem de sonhos irrealizáveis e de falsas promessas.
Como tem acontecido na nossa história os militantes de nossa causa insistem em acreditar sempre, ainda que exemplos registrados pelo tempo sejam a negação de seus sonhos e túmulo de suas esperanças.
No passado os negros e as negras também, acreditaram na Lei Áurea que abolia o trabalho escravo. Em razão de ter sancionado a lei da abolição da escravidão a Princesa Izabel foi titulada a Redentora, condição assumida, como gratidão, pelos negros da época.
Os anos pós-Abolição; com o subemprego, a favelização, o preconceito aonde chegava em razão da cor de sua pele e a discriminação racial que sofria ao bater as portas do mercado de trabalho, mostrou à negrada a outra face - a verdadeira se alguém tem dúvida - daquela “lei redentora” e dissipou suas esperanças de uma vida melhor como emancipada, até porque, as novas relações de trabalho “estranhamente” o único beneficiado era o branco, o imigrante europeu.
No pós-Abolição o negro além da vida miserável a que lhe reduziram ainda tinha que suportar as duras palavras dos antigos aliados brancos abolicionistas quando se lamentava do seu infortúnio, de que não tinha do que reclamar, pois todos os seus problemas foram resolvidos com a Lei Áurea, não era mais escravo.
No momento atual há uma militância negra que acredita neste Estatuto da Igualdade Racial que vai ser sancionado pelo Presidente Lula como se fosse uma nova “lei áurea” que vai promover a igualdade racial entre pretos e brancos. Acreditam assim que é possível fazer uma igualdade racial efetiva através de lei, ainda que o interesse de ser igual seja apenas de uma das partes envolvidas, o negro. Até o presente momento não houve um só pronunciamento de branco que diz querer ser igual ao preto, mesmo estando na mendicância.
O que não se pode deixar de reconhecer é que a militância negra do Brasil - e apenas a deste País - sem sombra de dúvidas é a militância abençoada de Cristo, ungida pela palavra do profeta de “bem aventurados os que crêem sem ver”, uma referência de Cristo ao mais sensato dos apóstolos, Tomé, que contrariando as palavras de Cristo se tornou santo mesmo sendo aquele apóstolo que só acreditava no que via.
Os tripulantes da nave espacial haveriam de ficar surpresos com os humanos de cara preta que se consideram de maior consciência étnica e social, em relação aos outros pretos que vivem no subemprego e continuam tendo como moradia, local o mais humilde que eles conheceram.
Os surpresos alienistas é certo que perguntariam a si mesmos: Como pode existir tamanha ingenuidade nos caras pretas quando eles próprios sabem que no Brasil as leis não são cumpridas, apenas as que convêm à elite dirigente. O estatuto aprovado na Câmara Federal com inclusão de todas as imposições dos ruralistas é um exemplo do que se está afirmando.
Os alienistas é provável que gostaria de perguntar a esses (as) negros (as) bem aventurados e que crêem sem ver, se o Estatuto do Idoso é cumprido no que é essencial ao idoso e se o Estatuto da Criança e do Adolescente pode ser garantia de futuro melhor para criança e adolescentes que tem às ruas como moradia, o trabalho árduo no campo e a prostituição nas cidades como meios para suas subsistências.
O Estatuto do Índio em tramitação no Congresso Nacional, a pergunta é; se há quem possa afirmar que por conta dele como lei, os indígenas estarão em condições melhores do que seus antepassados por ocasião da chegada de Cabral ao Brasil.
A Constituição Federal, Lei Maior do País foi promulgada em 1988 e, no entanto passado mais de 21 anos, as terras quilombolas não foram tituladas na sua totalidade, embora o Artigo 68 das Disposições Gerais Transitórias da Constituição Federal seja auto-aplicável.

Das poucas terras tituladas não há noticia de que os “beneficiários quilombolas” tenham recebidos qualquer ajuda material ou financeira que os possibilitem coletivamente de se viabilizarem economicamente. A verdade é que os quilombolas das terras tituladas têm a terra, mas não as condições mínimas para viver nela e como seu antepassado escravo que ganhou a “liberdade” mas não teve as condições para usufruí-la.
O que se divulga hoje, dias antes do 20 de novembro de 2009, é que nesta data em que o Presidente Lula sancionará o Estatuto, trinta comunidades negras rurais quilombolas terão suas terras tituladas, recebendo ainda, cesta básica com inclusão de seus comunitários no Bolsa Família. Zumbi dos Palmares com toda a certeza estará se revirando no túmulo parodiando Luis de Camões que viveu no século anterior, de que “uns fracos negros fazem fraco um forte povo negro”.
A soberba e a arrogância dos (as) negros (as) pró-Estatuto não têm limites e menos ainda a ingenuidade em acreditar que sancionada pelo Presidente Lula esta Lei de Promoção de Igualdade Racial, será a segunda “abolição” para os negros como fora a primeira abolição assinada pela Princesa Izabel para os negros reduzidos a escravidão.
Na medida em que negros e negras pró-Estatuto não tem dimensão da história é certo que um deles deve, ajoelhado beijar a mão do Presidente Lula, como fizera José do Patrocínio, ajoelhado beijou a mão da Princesa Izabel, a Redentora.
Esta cena, desta “lei áurea” fora de época não será perdida pela história, na medida em que ela lembra o pensamento de um determinado senhor Marx do século XIX, de que a história só se repete como farsa ou como tragédia.
Assim esta promoção de igualdade racial no futuro pode ser repetição da história, uma farsa ou uma tragédia ou ambas ao mesmo tempo, como fora a abolição do trabalho escravo para os negros no passado.

Yedo Ferreira – MNU/RJ

O que falta é vergonha na cara! ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL

Por Reginaldo Bispo-MNU-SP

Antes de qualquer coisa, é melhor não confundir as posições do MNU com a de um setor governista do Movimento Negro, adesistas de primeira hora, e com a da turba da Ivone Maggee, Magnole, Militão e MN Socialista, e seus neo-racistas, que lutam contra qualquer espaço para negras e negros. Nós lutamos por uma legislação transparente que proporcione condições objetivas a população negra, de vencer as desigualdades raciais e o racismo.

Nestes últimos dias do mês da Consciência Negra, tive a oportunidade de assistir bem de perto o desespero e a tentativa dos favoráveis a “qualquer estatuto”, em transformar a derrota a que submeteram negras e negros na Subcomissão do Senado, com a aprovação do Estatuto inócuo, em vitoria, (com letra minúscula mesmo), ainda que seja de Pirro*

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.



Charge retratando a chegada de Pirro e suas tropas à Itália

Vitória pírrica ou vitória de Pirro é uma expressão utilizada para expressar uma vitória obtida a alto preço, potencialmente acarretadora de prejuízos irreparáveis.

Esta expressão tem origem em Pirro, general grego que, tendo vencido aBatalha de Ásculo contra os Romanos com um número considerável de baixas, ao receber os parabéns pela vitória tirada a ferros, teria dito, preocupado: "Mais uma vitória como esta, e estou perdido."

Com efeito, Pirro tivera, além da Batalha de Ásculo, mais uma vitória parecida contra os Romanos, a Batalha de Heracleia. Embora os Romanos tivessem tido um número superior de baixas, era-lhes mais fácil recrutar mais homens e reorganizar o seu exército, algo impossível para o exército de Pirro, cujas baixas lhe dizimavam o exército irreparavelmente.

Esta expressão não se utiliza apenas em contexto militar, mas também está, por analogia, ligada a atividades como a economia, a política, a justiça, a literatura e o desporto para descrever uma luta similar, prejudicial para o vencedor

Fomos convidados para participar de um debate sobre o estatuto em um “aparelho” da Unicamp e da Prefeitura de Campinas, a reconstruída Estação Guanabara. Depois de hora e meia de atraso, nos deparamos com um secretário municipal, prócere do nosso anfitrião acadêmico e petista.

Na hora H, constituída a mesa, ficamos sabendo que o palestrista era o secretário, e que negras e negros ali presentes, inclusive o representante da Coordenação Nacional do Movimento Negro Unificado era platéia para ouvir do secretário a defesa do indefensável mal fadado estatuto. Ah! Eles estão desesperados! Dias antes, fomos convidados, e desconvidados, sem aviso, por membros do PCdoB/Unegro para igual debate, no Campus da Unicamp. Debate este, transformado em fórum de apoio ao estatuto com a participação de veneráveis figuras petistas, do PCdoB entre outros. Estes espaços tem se multiplicado nos últimos dias por todo o Brasil. O que estaria ocorrendo no mundo governista? Ah! Eles estão desesperados! Da letra de fanck.

Depois que o presidente do PSDB em SP, descumpriu o acordão do senado, e passou exigir votação em plenário da referida matéria, parece que tudo entrou em parafuso, e iniciou-se o inferno astral para os adeptos do estatuto a qualquer custo.

Nesta semana, recebi uma mensagem do Dr Militão, propondo-nos, ao MNU, ser portador de uma eventual mensagem nossa em audiência do Senado, na próxima semana. Agradecemos, mas não aceitamos. Nossas motivações são muito diferentes.

Os dois lados buscam alianças também a todo custo. Senão vejamos. Porque uma matéria “dominada” a base de um acordo de direita, esquerda; oposição, governo; Fascistas e comunistas; Racistas e “Movimento Negro”, seria objeto de uma audiência publica as vésperas de sua aprovação pelo senado, com maioria de neo-racistas? Deus, se existe, só ele sabe!

Ao que parece, o milagre de juntar os imisturáveis, gregos e troianos, que não conseguem votar qualquer outra matéria no congresso brasileiro, foi juntar os projetos eleitorais de ambos; e a derrota do povo negros. Sem esquecer o projeto dos negros apoiadores: Esperar pela gratidão dos maiores beneficiários, na forma de boquinhas e apoio para suas candidaturas. Eles não abrem mão de tentar capitalizar de qualquer jeito, mesmo as custas da mentira, transformando uma deslavada derrota em vitoria. Escondidos, eles criam espaços em busca da legitimação de negras e negros, para o estatuto monstrengo.

Tudo indica, que o governo do, new negro, o Lula, segundo a declaração do ministro Edson Santos, na Sessão Solene no senado em homenagem ao 20 de novembro, ou “pai dos pretos”, como querem nossos pretinhos do PT , do PCdoB e da base do governo, apoiadores do desidratado estatuto, e pai dos brancos, parafraseando os getulistas, após nos dar, nos negros, um passa moleque, agora recebe o troco em grande estilo, de seus aliados no caso, o PSDB/DEM. Ironicamente, só eles não sabiam que isso podia acontecer, tão cegos que estavam. Agora é correr atrás do prejuízo.

Não se acanhem, os manipuladores de plantão, é só se disporem a trabalhar um pouco. De graça, o XVI Congresso do MNU em julho deste ano em SP, ofereceu-lhes a solução como saída honrosa: A retirada do projeto da pauta do senado, enquanto é tempo, e remeça para debate, de todo o seu conteúdo durante o processo eleitoral de 2010. Quem sabe aí não se cria o texto ideal e uma grande bancada comprometida com a sua aprovação, ao invés da meia dúzia de hoje. O que temem os governistas?

Com este texto AUTORIZATIVO, sem poder de lei, e SEM VERBA para implementação, sem cotas raciais nas universidade, nos partidos, na propaganda e na mídia, sem o item cor nos formulários de atendimento médico, sem defesa da vida e contra o genocídio da juventude negra, sem defesa da religiosidade de matriz africana, sem a obrigatoriedade do ensino da historia e da cultura africana e do negro no Brasil, a lei 10.639, sem a garantia de reconhecimento, certificação e titulação das cerca de 5000 comunidades quilombolas,

(titulando apenas 50 até o fim do governo), o governo resolveu incorporar uma nova conceituação de racismo, (aliás, tentando responder as nossas criticas), que revoga com o estatuto fantoche, sem força de lei, a legislação imprescritível e inafiançável da lei Caó, formulada e defendida pelo MN na Assembléia Nacional Constituinte, na carta de 1988, deixando assim, sem nenhum marco legal a luta contra o racismo.

A lei Afonso Arinos, de 1950, em resposta a repercussão internacional do racismo praticado por um grande hotel do Rio, contra uma artista negra americana, levou 38 anos para ser mudada. A lei Caó, com todos os seus problemas está ai a 21 anos. A ATUAL CONCEITUAÇÃO É UMA NÃO LEI. Essa é a camisa-de-força que quer querem legar o Ministro Edson Santos, a base governista, as esquerdas brasileiras, os parlamentares negros na câmara e no senado, a Conen, a Unegro e o CEN, e o governo do pai dos pretos e mãe dos “bancos”, á nossas futuras gerações.

- Diga não ao estatuto fantoche!

- Pela retirada do Estatuto da Igualdade de Pauta do Senado!

- Contra a falsidade a manipulação e a mentira!

- Por liberdade, igualdade e autonomia reais!

- Pela imortalidade de Zumbi dos Palmares!

- Longa vida ao Movimento Negro Unificado!

- Vida Longa a todos aqueles que NÃO violentam a dignidade de seu povo, e NÃO AGEM como Ganga Zumba, aceitando as migalhas enganosas do poder escravista!